Um ano do crime de Brumadinho

Dom Walmor: “um ano da tragédia-crime de Brumadinho”

A tragédia de Brumadinho completa neste dia 25 de janeiro um ano. Um ano do momento em que uma barragem se rompeu e matou 272 pessoas. Neste sábado, 25 de janeiro, a Primeira Romaria da Arquidiocese de Belo Horizonte pela Ecologia Integral a Brumadinho. O presidente da CNBB e arcebispo de Belo Horizone, Dom Walmor Oliveira de Azevedo conversou com a Rádio Vaticano – Vatican News.

Dom Walmor Azevedo, arcebispo de Belo Horizonte – Presidente da CNBB

Silvonei José – Vidade do Vaticano

Este dia 25 de janeiro será um momento para rezar e refletir, caminhar e celebrar, conscientizar e indignar, cantar e esperar: com esta finalidade, se realiza neste sábado, a Primeira Romaria da Arquidiocese de Belo Horizonte pela Ecologia Integral a Brumadinho. A Romaria recorda o primeiro aniversário desta tragédia. A missa será presidida pelo arcebispo de Belo Horizonte e presidente da CNBB, Dom Walmor Oliveira de Azevedo.

Numa entrevista à Rádio Vaticano – Vatican News, Dom Walmor recorda esta triste data: “um ano da tragédia-crime de Brumadinho”. Um verdadeiro pesadelo – destaca o presidente da CNBB -, na vida de todos nós, particularmente das famílias enlutadas das 272 duas pessoas que morreram, 272 vítimas. Muitas famílias, o Vale do Paraopeba, Brumadinho e muitas outras cidades profundamente marcadas pelo luto.

“Compartilho um alegria – continua dom Walmor -, que não é uma alegria de entusiamo simplesmente, nem uma alegria simplesmente de sensação, mas a alegria cristã. Tivemos ao longo deste ano a oportunidade de exercitar a nossa fé e sobretudo abrir os nossos corações para aprendermos novas lições, e elas são muitas. Lições a serem aprendidas em reverência à dor de tantos irmãos e irmãs, o luto que pesa sobre os ombros e que machuca o coração de muitas famílias. Muitas lições a serem aprendidas por uma nova lógica no horizonte da ecologia integral”.

Luta por uma nova ordem

Minas Gerais, como no Brasil, ou em qualquer lugar, – enfatiza o presidente da CNBB -, “a mineração não pode continuar mais fazendo o que ainda continua a fazer apesar de avanços conseguidos em legislações com trabalhos importantes. É preciso avançar muito, há muito o que modificar. É preciso exercitar a solidariedade, esse é o grande ganho da missão aprendida neste tempo, a solidariedade entre pessoas. Ao mesmo tempo uma grande luta, uma luta por uma nova ordem nos princípios da ecologia integral”.

Dom Walmor recorda que a “arquidiocese de Belo Horizonte desse o primeiro momento se fez e se faz presente na vida das famílias, das comunidade de fé do povo de Brumadinho e de todo o seu município e de todos aqueles atingidos por esta tragédia-crime”. Ao mesmo tempo criamos, – sublinha -, ampliando no Vicariato episcopal, uma seção para a questão ambiental, também enfrentado por nós no Santuário da Piedade, no grande e importante complexo da Serra da Piedade.

“Nós sofremos como Igreja o impacto da ganância pelo lucro, pelo dinheiro”, acrescenta. “Mas estamos trabalhando do ponto de vista jurídico estrutural, organizacional, de conscientização, levando junto nossa presença amorosa e solidária e o nosso empenho por um novo tempo e por uma nova ordem”.

Lições a serem aprendidas

O arcebispo de Belo Horizonte afirma que Brumadinho “significa para nós lições a serem aprendidas, compromisso com o novo tempo. Fácil não é, porque enfrentar o sistema e tudo aquilo que está organizado, como vemos, por exemplo, a defesa midiática feita por quem cometeu o crime, para convencer as pessoas de que fez o que devia fazer ou está fazendo o que tem obrigação de fazer. No entanto, esperamos do Ministério Público que se posiciona nesta direção, a condenação dos responsáveis. É preciso, ao pecador, o perdão, mas a quem cometeu o crime a pena.

Dom Walmor destaca ainda: “nós vamos continuar trabalhando nesta direção e ao mesmo tempo, e sobretudo, reconstruindo vidas para que nós possamos dar testemunho da vida plena que ele Cristo veio trazer e é para todos nós”.

A força do amor do nosso Deus

Na conclusão de suas palavra o olhar para os que sofrem por causa desta tragédia-crime: “Continuem neste caminho em união profunda com os horizontes desafiadores postos a nós pelo amado Papa Francisco: uma nova economia, a economia de Francisco, um novo pacto para a educação, o trabalho para a ecologia integral, um novo tempo para todos nós”. “Por isso ao celebramos neste dia 25 de janeiro um ano da tragédia-crime nós reverenciamos as vítimas, nos solidarizamos e nos fazemos próximos e comprometidos com as famílias enlutadas e nos fortalecemos para uma luta que continua e será vencida na força do amor do nosso Deus”.

Fonte: Vatican News

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