15º DOMINGO DO TEMPO COMUM ANO C – 14 de julho de 2019

“VAI E FAÇA VOCÊ A MESMA COISA”

Imagem do site Pe. Paulo Ricardo

 

Leituras

         Deuteronômio 30,10-14. Escuta a voz do Senhor teu Deus.

         Salmo 68/69,14.17.30-31.33-34. Cantando eu louvarei o vosso nome.

         Colossenses 1,15-20. Tudo foi criado por meio dele e para ele.

         Lucas 10,25-37. E quem é o meu próximo?

1- PONTO DE PARTIDA

Domingo do bom samaritano. Neste 15º Domingo do Tempo Comum, fazemos memória do Cristo que se faz samaritano de nossa humanidade dividida e sofredora.

O bom samaritano usou de misericórdia e compaixão para com o homem que caiu nas mãos dos assaltantes: cuidou de suas feridas, fazendo curativo e derramando óleo e vinho: transportou o homem para uma pensão em seu próprio animal e assumiu as despesas e ainda recomendou cuidados ao necessitado.

2- REFLEXÃO BÍBLICA, EXEGÉTICA E LITÚRGICA

Contemplando os textos

Primeira leitura – Deuteronômio 30,10-14. O livro do Deuteronômio é uma catequese feita pelos levitas itinerantes do tempo da Bíblia. Tinha por finalidade orientar e ensinar o caminho da justiça e da fraternidade mesmo diante dos conflitos e desafios da vida. O texto de hoje lembra que o ensinamento de Deus é simples e acessível a todos.

 

Esta passagem se situa na última parte do terceiro e último grande discurso de Moisés a seu povo (Deuteronômio 29-30). Moisés insiste em pedir ao povo escolherem deliberadamente entre os “dois caminhos” do bem e do mal, o que conduzirá à felicidade e o que conduzirá à infelicidade.

E exortação inicial que Moisés faz a todo o povo de Israel é escutar a voz de Deus e observar seus mandamentos e suas leis. E nisto há um relacionamento muito profundo, pois escutar a voz de Deus significa observar seus mandamentos e leis.

Moisés mostra de que modo a santidade e a transparência de Deus são temperadas por sua proximidade. Não devemos procurar Deus nos confins do mundo, como muitos do incansável (versículos 12-13): Deus está próximo do ser humano, pois o fez à sua imagem e semelhança e prepara-se para nele fazer, através de seu Filho, a sua morada (versículo 14). A transcendência de Deus fez-se palavra e é humana, a fim de ser percebida a vivida pelo ser humano.

A Palavra de Deus está próxima do israelita, ela está na sua boca e no seu coração. Isto é, ela está ao alcance de todos. E por isso todos os israelitas tinham as condições de praticar a Palavra de Deus. Se eles não a observavam e não prestaram atenção à voz do Senhor é porque não amavam a seu Deus de todo o coração, com toda a sua alma e com todas as suas forças (Deuteronômio 6,4s).

O mistério desta Palavra é o de estar ao mesmo tempo, na boca e no ouvido (versículo 14), Palavra que é preciso escutar, Palavra que é preciso professar. É o motivo pelo qual Cristo dará um significado bem particular à cura dos surdos-mudos (Marcos 7,31-37), colocando em evidencia que somos mudos só porque somos surdos e não sabemos escutar. Portanto, o Deus da lei não é um Deus autoritário, que transmite pela Palavra uma vontade inacessível: é o Deus do diálogo, que gosta de falar para fazer-se ouvir e espera que lhe respondam.

Realização em plenitude da Palavra de Deus, o Evangelho também não é uma exigência fora do alcance humano. Para todo aquele que se coloca em atitude de abertura e de escuta, a todo aquele que recebe o Verbo Eterno vindo entre nós, o jugo desta Palavra parecerá leve, e só haverá um breve instante entre a escuta e a realização, entre os ouvidos e os lábios.

Os israelitas talvez até amassem mais os deuses pagãos dos povos estrangeiros do que a Javé. E nós, os ouvintes desta Palavra de Deus neste domingo? Nós amamos a Deus de todo o coração, com toda a alma e com todas as forças? Ou talvez amamos mais os ídolos pagãos dos povos estrangeiros, os deuses da mídia que nos apresentam sob a forma da idolatria da riqueza, quer individual, quer coletiva, da idolatria do consumismo, do sexo despersonalizado, do egocentrismo, da busca e do prestígio a qualquer preço?

Salmo responsorial – Salmo 68/69,14.17.30-31.33-34. É um salmo sapiencial com elementos de ação de graças e súplica individual. Um inocente foi acusado de coisas graves, corre o risco de vida e por isso clama: “Salva-me” (versículo 2a), “responde-me” (versículo 17). “Olhos e ouvidos” de Deus significam em termos humanos o caráter pessoal de sua relação com as criaturas.

O rosto de Deus neste salmo. É um rosto muito bonito e difícil de mostrar em poucas palavras. O inocente apela para a bondade, amor e compaixão de Javé (versículo 17), características próprias do Deus da Aliança. O inocente, portanto, vive numa sociedade opressora, mentirosa e exploradora, um novo Egito, e pede que Javé, o Deus da Aliança, provoque em favor dele (e dos pobres e indigentes) um novo êxodo de liberdade e de vida. É interessante, ainda, observar os nomes dados a Deus neste salmo. Eles pretendem abraçar toda a história do povo, mostrando que Deus é sempre o “aliado fiel”, aquele que ouve os sofredores e nunca rejeita os seus cativos (versículo 34).

Já vimos, em outros salmos de súplica individual, que Jesus não se omite diante do clamor dos pobres, inocentes e injustiçados. Este salmo é citado duas vezes na vida de Jesus (João 2,17 e Mateus 27,34.48). E sabemos que Jesus ouviu o clamor de todos.

São João aplica o versículo 21 deste salmo a Cristo morto na cruz (João 19,36), reconhecendo a proteção do Pai sobre o corpo já morto do seu Filho. Esta proteção não é tardia; pelo contrário, prova que o pode de Deus supera a morte.

Cantando hoje este salmo expressemos diante do Senhor a nossa confiança e peçamos que Ele mesmo venha ao encontro de nossas fraquezas e nos ajude a cumprir em nossa vida a sua Palavra.

HUMILDES, BUSCAI A DEUS E ALEGRAI-VOS:

O VOSSO CORAÇÃO REVIVERÁ!

Segunda leitura – Colossenses 1,15-20. A comunidade de Colossos era composta por pessoas vindas do paganismo. Estava havendo dificuldades na interpretação da fé, com sérias conseqüências para a prática. Paulo, informado da situação, escreve da prisão.

Contexto: o hino que constitui a segunda leitura deste domingo é uma referencia explícita à redenção, enquanto remissão dos pecados, e traz presente na mente de Paulo a festa do Kippurim (Expiação). A conexão entre o Ano Jubilar e a redenção foi feita pelo próprio Cristo em Lucas 4,18 citando Isaias 61,1s. a festa do Kippurim no tempo do Novo Testamento estava unida com a festa do Ano Novo, então período para a remissão dos pecados e reconciliação de Israel com Deus.

A liturgia da festa do novo ano, aniversário da criação, lembra o múnus (trabalho) de Cristo na criação. O que foi dito da Sabedoria e da lei como mediadoras respectivamente da “criação e da redenção” foi aplicado por Paulo a Cristo, verdadeiro e único mediador da criação (1Coríntios 8,6) e Redenção (Romanos 5,10). Assim no hino se entrelaçam a ordem da criação e a ordem da redenção (nova-criação).

De fato, o hino começa no versículo 14. No contexto atual o hino diz respeito ao Cristo encarnado na história da salvação e nosso único mediador, pois a criação faz parte da história da salvação, e não se trata apenas de um fato filosófico.

Na primeira parte (versículos 14-17) Paulo fala de Cristo como pessoa histórica e Filho único de Deus, feito homem. Este ser concreto e encarnado nasceu em Belém, no tempo do rei Herodes (cf. Lucas 1-2), a “imagem de Deus” enquanto reflete na natureza humana e visível a imagem do Deus invisível (cf. 2Coríntios 4,4; Hebreus 1,3), e como criatura é primogênito na ordem da criação, uma primazia mais de excelência e causa que de tempo, pois quando o Cristo assumiu a humanidade, desde há muito os homens já eram.

Como primogênito participou ativamente da criação qual causa e exemplo (Provérbios 8,27-30) e de todos os seres do universo. Tudo o que existe são criaturas, nenhum poder angélico ou celeste escapa do seu domínio. Como Deus é Senhor dos astros (Gênesis 1), também Cristo é Senhor dos anjos, á anterior a tudo, e tudo Dele tira origem. Conseqüência desta afirmação é que nenhuma salvação poderá ser esperada dessas criaturas, pois são apenas criaturas. Só o Cristo, por quem Deus criou, é fonte de salvação. A conexão então entre “criação e redenção” se faz explícita. Só quem fora mediador da criação, poderia sê-lo da redenção. Cristo criou, mantém e dá sentido ao universo, que marcha para Ele. Ele não esteve ou estará presente em alguns momentos da história da humanidade, Ele está desde sempre, e assim será até a Parusia. A criação não é um fato do passado, ela continua a acontecer, e Cristo será sempre o mediador das relações entre Deus e o mundo, que nos faz compreensível o mundo como criação.

“Ele é a cabeça do corpo, isto é, da Igreja”.  Ao seu redor constitui-se uma comunidade de salvação, a Igreja, e nessa comunidade Ele tem a preeminência, é Cabeça. Em Romanos 12 e 1Coríntios 12, Corpo designa a comunidade dos fiéis, aqui e em Efésios, Cristo é apresentado como Cabeça do Corpo, que é a Igreja.

“Ele é o princípio, o primogênito dentre os mortos; de sorte que em tudo ele tem a primazia…”. O versículo 2,9 especifica que tipo de Plenitude o Pai lhe deu, “plenitude da divindade”. Ser salvo é participar da divindade e Cristo possuindo em si essa plenitude torna-se fonte de salvação.

Em suma, o hino quer nos mostrar que a redenção é possível e real porque o Redentor e o Criador são um. A redenção então não é um método para se sair do mundo, ela acontece dentro do mundo e tem por finalidade levar o mundo a sua origem, levar a Deus pelo Cristo.

Evangelho – Lucas 10,25-37. O trecho do Evangelho de hoje proclamado na liturgia, capítulo 10 de Lucas, está inserido após o ministério de Jesus na Galiléia. Jesus está em viagem para Jerusalém (cf. 9,51—19,27), no caminho faz o bem, é rejeitado pelos samaritanos como vimos domingo passado (cf. 9,51-56), ensina como segui-Lo (cf. 9,57-62), envia os setenta e dois discípulos e escuta-os no retorno da missão (cf. 10,1-24). Após exultar de alegria por Deus ter revelado os mistérios do Reino aos pequeninos, é abordado por um jurista, que, pondo-o à prova, pergunta-lhe sobre o maior mandamento. Jesus responde a ele contando a parábola do bom samaritano: uma espécie de espelho para que o jurista veja melhor sua ação e conduta.

Um sacerdote e um levita casualmente voltavam de suas funções no Templo de Jerusalém para casa, pelo mesmo caminho, pois Jericó era cidade onde viviam muitos sacerdotes; passaram com descaso pelo coitado semimorto, dando volta dele sem prestar-lhe socorro e sem ter compaixão. Tocar um morto os tornava impuros para o culto (Levítico 21,1). Outros motivos de não prestar-lhe socorro seriam: pressa, medo de cair nas mãos de assaltantes, não se incomodar – numa palavra, o bem-estar pessoal foi mais forte do que o sentimento de misericórdia. Era uma estrada muito perigosa porque tinham muitos assaltos. Como profissionais, serviam ao Senhor e representavam o povo, devendo ser modelo de amor a Deus. E o amor ao próximo? O culto e a misericórdia andavam separados em sua mente e na prática também.

Passou também um samaritano que agiu diferentemente do sacerdote e do levita em favor do pobre homem. Judeus e samaritanos eram inimigos. Não interroga sobre a origem da pessoa, mas entra logo em ação, vendo no homem caído um necessitado. O samaritano deve ter notado logo que se tratava de “um judeu”, e assim, deu exemplo de verdadeiro amor em favor de um inimigo. O bom samaritano é “tomado de compaixão”, (versículo 33). Esta palavra, em grego, designa unicamente a misericórdia de Deus ou a de Cristo (Mateus 9,36; 14,14; Lucas 7,13; 15,20). Misericórdia é um sentimento divino que inspira o samaritano; ele é, assim, a imagem de Deus, a revelação do amor de Deus pela pessoa humana. Fez com aquele pobre homem tudo que podia – 6 atos de caridade, que vão desde o momento presente até o restabelecimento: aproximou-se (presença), fez curativos nas feridas, levou-o a uma pensão, cuidou dele, deixou quem o atendesse e pagou as despesas (versículos 34s). Com isso cumpriu à risca o preceito do amor; não foi heroísmo, mas fez tudo que era necessário para salvar uma vida.

O sacerdote e o levita serviram a Deus, não socorreram o próximo sofredor; o samaritano os superou no cumprimento da Lei: “Eu quero misericórdia, não sacrifícios” (Oséias 6,6). É que ele teve o coração aberto às necessidades do próximo, comoveu-se até às entranhas frente a miséria humana. O grande obstáculo é a dureza de coração e o orgulho doutrinal. Bem aventurados os misericordiosos (Mateus 5,7).

Enfim, o esquema de nossa parábola se assemelha curiosamente ao da parábola do “bom pastor” e do “filho do dono da vinha” (João 10; Lucas 20,9-18). Assim como o bom pastor vem salvar as ovelhas despojadas, atacadas e levadas à morte (João 10,10), e que o filho do dono da vinha se apresenta depois dos profetas enviados em vão, o bom samaritano chega assim depois dos sacerdotes e levitas, que não quiseram nem puderam salvar o homem ferido. O samaritano revela o amor de Deus à humanidade; ele cuida dela pelos sacramentos do óleo e do vinho, e a confia à hospedaria da Igreja.

Cristo vem sob o aspecto de um samaritano, isto é, de um desprezado (João 8,48), como o filho do dono da vinha, para revelar o amor de Deus, onde as técnicas pagãs e judaicas da salvação fracassaram. Alias, a parábola do bom samaritano pode ter sido inspirada a Cristo por 2Crônicas 28,15, onde samaritanos utilizam, em relação aos judeus, processos caritativos semelhantes aos que são ressaltados na narrativa de Lucas:: menção de Jericó, cuidados feitos a sobreviventes de um massacre, transporte dos estropiados em cavalos, preocupação em “abrigá-los”.

Luca quer mostrar com a parábola o significado sobre o grande mandamento e que o dever da “caridade” tomou novas exigências, desde Cristo. Já não basta amar seu próximo como a si mesmo; é preciso perguntar-se de que modo ser o próximo do outro e amá-lo da maneira como Deus o ama. É a intenção do discurso depois da Ceia, onde é dado um mandamento novo: amar o outro como nós mesmos fomos amados (João 13,24). Portanto, é importante tomar consciência de que pertencemos a essa humanidade ferida, deixada meio morta na beira da estrada, e que Cristo veio salvar. A caridade não é mais compreendida então como uma simples obrigação moral, mas como o reflexo do próprio amor de Deus, o sinal dos últimos tempos, nos quais a misericórdia divina vem substituir os meios judaicos de salvação. Deslocando a discussão sobre o grande mandamento e fazendo-a desembocar na parábola do bom samaritano, Lucas apresenta a doutrina da caridade.

O amor ao próximo tem sua vitalidade no amor a Deus, do qual é garantia. Não é possível um amor autentico ao próximo sem o de Deus e vive-versa. Separar o amor ao próximo do amor a Deus, seu princípio fundamental, é reduzi-lo a pura filantropia.

O amor cristão ao próximo é muito mais que um amor à humanidade ideal; o próximo são as pessoas concretas que andam ao nosso redor, razão de não ser tão cômodo tal amor. O amor cristão fundamenta-se na vontade de Deus e no fato de que todas as pessoas são filhos do mesmo Pai e por Ele amados. Como tal o amor não depende de sentimentos e inclinações, possibilitando um serviço desinteressado ao outro, até mesmo inimigo (Lucas 22,26; Marcos 9,35; 10,43s; Mateus 5,44).

O essencial no preceito do amor não é o sentimento, mas a decisão de ajudar o outro, que em certos momentos pode exigir renúncias pessoais de notabilidade. Jesus, em sua pregação, partiu para o radicalismo do mandamento do amor, condenando a ira (Mateus 5,21) e a vingança (Mateus 5,38-42), exigindo o amor aos inimigos (Mateus 25,43-48) e o perdão ilimitado, (Mateus 18,21s cf. Lucas 17,4). Se o amor a Deus é preceito fundamental, o mesmo podemos dizer doa amor ao próximo, a ponto de o juízo final ser montado segundo o critério das boas obras (Mateus 25,31-46).

3- DA PALAVRA CELEBRADA AO COTIDIANO DA VIDA

As leituras de hoje nos levam a rever nossas opções. Uma revisão a partir do coração. As perguntas feitas pelo jurista podem também ser nossas: “Mestre, que devo fazer para receber em herança a vida eterna?” (v. 25). “Quem é o meu próximo?” (v. 29). Como o jurista, merecemos ouvir a parábola exemplar do bom samaritano, para que através desse espelho sejamos capazes de enxergar e avaliar nossa prática.

Ressoa em nosso coração a última pergunta de Jesus: “Na tua opinião, qual dos três foi o próximo do homem que caiu nas mãos dos assaltantes?” (v.36). “Próximo não é aquele que se encontra em meu caminho, mas aquele em cujo caminho me coloco” (Gustavo Gutiérrez). Para Jesus, onde se clama por misericórdia, aí o amor ao próximo intima à ação. O samaritano de ontem nos faz lembrar samaritanos e samaritanas de hoje. Sem dúvida são milhares espalhados pelo mundo.

Há muitas pessoas e grupos que se fazem próximos dos outros, como, por exemplo, a Pastoral da Criança. Quantas pessoas que se dedicam a esse trabalho incansável e que traz resultados tão esperançosos: “A trajetória da Pastoral da Criança é repleta de histórias de esperança, conquistas, superação das dificuldades e transformação da realidade. O acompanhamento das famílias e crianças em cada comunidade é um exemplo de que a sociedade organizada é capaz de fazer na busca de soluções para os problemas sociais […]. Os números revelam que o trabalho da Pastoral da Criança é bem recebido em todos os cantos do país. Isto graças a atuação da boa samaritana Zilda Arns que está na eternidade. No entanto, mais do que crescer e salvar vidas, a Pastoral da Criança quer mudar vidas, de crianças, de mulheres, de homens, de gente acompanhada, orientada, iluminada pela vontade de ajudar, de ver crianças crescendo e se desenvolvendo. São muitos os números que cercam esse trabalho de sucesso, mas o mais importante dos dígitos não foi e nunca será contabilizado: a transformação social das comunidades, que têm como protagonistas os próprios voluntários e famílias acompanhadas”.

Todas essas ações são fruto da compaixão. São muitos os caídos pela estrada, feridos, perdidos, com medo, sem esperança. Permanece o apelo e o mandato do Senhor. “Vai e faze a mesma coisa” (v. 37).

4- A PALAVRA SE FAZ CELEBRAÇÃO

 

A relação íntima com Jesus

 

Cora Coralina, em um dos seus poemas escreveu: “nada do que vivemos tem sentido, se não tocarmos o coração das pessoas”. Ela é ousada na forma com que diz o sentido da vida. Faz uma antropologia. Dizendo de outra forma, o sentido da vida tem a ver com a ponte relacional que estabelecemos uns com os outros. Em chave religiosa e bíblica, poderíamos falar em comunhão. É a comunhão que desentranha o horizonte da existência.

Na missa, um dos ritos que melhor expressa a relação íntima e profunda com o próximo que é Jesus, chama-se Rito da comunhão. Vamos ao seu encontro, para que o Senhor permaneça em nós, ao acolher sua Palavra, como gosta de falar o Evangelho de João (cf. antífona da comunhão) e continue a passar pela história fazendo o bem, conforme rezamos na Oração Eucarística VI-D.

Logo, a experiência do seguimento a Jesus vem por conseqüência ir ao próximo e se inclinar sobre ele para lhe recuperar a vida.

Para que cresça em nós a salvação

 

A oração depois da comunhão deste domingo nos estimula a rezar, para que “cresça em nós a […] salvação cada vez que celebramos”. A adesão ao amor de Deus é libertadora. O que nos faz entender que a reunião dos crentes nos provoca uma conversão (cf. Oração do dia), a fim de que o sonho de Deus para seu povo chegue à realidade.

No fim das contas, a liturgia deste domingo reitera que não é possível amar a Deus, sem amar aos irmãos. Jesus que é a própria face humana de Deus, em todos os gestos que praticou ensina a amá-lo em suas criaturas, em particular, dos que estão feridos de morte. Conseqüentemente, nós, cristãos, entendemos que, mergulhados no amor dele, encontramos a Deus e permitimos a salvação agir em nós.

As palavras de Jesus ao mestre da Lei ressoam até hoje para nós: “vai e faze a mesma coisa”. Entendamos este mandato de Jesus de amar o próximo, associado ao mandato eucarístico: “fazei isso em memória de mim”.

5- LIGANDO A PALAVRA COM A AÇÃO EUCARÍSTICA

 

Nesta celebração litúrgica, entramos em relação com Deus através de Cristo, que está presente em nosso meio. Ele – a cabeça do corpo que é a Igreja, que somos nós – é o princípio e o primogênito. Cristo é a face humana de Deus, como diz Paulo: imagem do Deus invisível. Um Deus misericordioso, cheio de compaixão. Na escuta, nas ações simbólicas vamos experimentar o amor incansável de deus, que amou tanto que foi capaz de entregar seu próprio Filho.

Celebrando o mistério pascal do Senhor, somos transformados para uma vida nova. É um caminho, um processo. Exige entrega e capacidade de retomar, de converter-se com todo o coração e com toda a alma, o que se dá também na ação litúrgica: “Contemplarei, justificado, a vossa face; e serei saciado quando se manifestar a vossa glória” (antífona de entrada).

Temos disposição para responder à convocação de Deus, mas, às vezes, os limites nos superam. Sem Deus não somos nada, por isso é preciso suplicar incessantemente a sua presença, como rezamos na oração do dia: “Ó Deus, que mostrais a luz da verdade aos que erram para retomarem o bom caminho, daí a todos os que professam a fé rejeitar o que não convém ao cristão, e a abraçar tudo o que é digno desse nome”[…].

Deus vem ao nosso encontro, na palavra e na Eucaristia, na presença dos irmãos e irmãs reunidos e também na compaixão e bondade do que preside, representando Cristo, a cabeça (cabeça porque guia, dá a vida e conhece as pessoas, cura as feridas se necessário for). Jesus se faz próximo de nossa pequenez, cura as nossas feridas e convoca-nos para fazermos o mesmo. O envio é significativo: “Arrisquemos viver movidos pela compaixão”.

  1. ORIENTAÇÕES GERAIS

 

  1. Preparar bem a celebração. A preparação feita por uma equipe que tenha formação litúrgica adequada pode assegurar uma celebração mais autêntica do mistério pascal do Senhor, assim como a ligação como os acontecimentos da vida, inseridos neste mesmo mistério de Cristo (cf. Doc. da CNBB 43, n. 211). Garantir que o povo de Deus exerça o direito e o dever de participar segundo a diversidade de ministérios, funções e ofícios de cada pessoa (Doc. da CNBB 43, n. 212; Sacrosanctum Concilium, n.14). Preparar a celebração e utilizar de uma metodologia – um caminho.

  1. Dia 15 é dia de São Boaventura, bispo e doutor da Igreja. Dia 16 é festa de Nossa Senhora do Carmo. Dia 17 é memória de Inácio de Azevedo e seus companheiros, mártires no sul do Brasil e também de Bartolomeu de Las Casas, bispo defensor dos povos indígenas e negros.

7- MÚSICA RITUAL

O canto é parte necessária e integrante da liturgia. Não é algo que vem de fora para animar ou enfeitar a liturgia. Por isso devemos cantar a liturgia e não cantar na liturgia. Os cantos e músicas, executados com atitude espiritual e, condizentes com cada domingo do Tempo Comum, ajudam a comunidade a penetrar no mistério celebrado. Portanto, não basta só saber que os cantos são do 15º Domingo do Tempo Comum, é preciso executá-los com atitude espiritual. A escolha dos cantos deve ser cuidadosa, para que a comunidade tenha o direito de cantar o mistério celebrado. Jamais os cantos devem ser escolhidos para satisfazer o ego de um grupo ou de um movimento ou de uma pastoral. Não devemos esquecer que toda liturgia é uma celebração da Igreja corpo de Cristo e não de um grupo, de uma pastoral ou de um movimento. Como a equipe de canto da sua paróquia executa os cantos durante o Tempo Comum? É com atitude espiritual?

A função da equipe de canto não é simplesmente cantar o que gosta, mas cantar o mistério da liturgia deste 15º Domingo do Tempo Comum, “cantar a liturgia”, e não “na liturgia”. Os cantos devem estar em sintonia com o ano litúrgico, com a Palavra proclamada e com o sacramento celebrado. Não devemos esquecer que a “equipe de canto” faz parte da equipe de liturgia.

  1. Canto de abertura. Saciar-se de contemplar a glória de Deus (Salmo 16/17,15. “Assim que a tua glória revelar-se, Senhor, perante a história”, e estrofes articuladas com o Salmo 32/33, melodia e estrofes iguais à faixa 19, CD: Liturgia VI.

A Igreja oferece outros cantos que podem cumprir essa função ministerial. Para este domingo sugerimos: “Povos todos, louvai ao Senhor”, Hinário Litúrgico III da CNBB, página 411, ou o Salmo 97/98, “Entoai ao Senhor novo canto”, CD: Cantos de Abertura e Comunhão, melodia da faixa 13 ou no Hinário Litúrgico da CNBB, página 292.

 

  1. Hino de louvor. “Glória a Deus nas alturas.” Vejam o CD Tríduo Pascal I e II e também no CD Festas Litúrgicas I; Partes fixas do Ordinário da Missa do Hinário Litúrgico III da CNBB e também a versão da CNBB musicado por Irmã Miria Reginaldo Veloso e outros compositores.

“O glória é um hino antiqüíssimo e venerável, pelo qual a Igreja, congregada no Espírito Santo, glorifica e suplica a Deus e ao Cordeiro. O texto deste hino não pode ser substituído por outro” (IGMR,3 ed., n. 53). Vamos evitar aqueles “glorinhas” simplificados, cujas letras duvidosas diminuem a beleza deste hino e não têm nada ver com o antigo e venerável Hino de Louvor da Igreja, cujas palavras devem ser sempre respeitadas por todos aqueles que fazem parte da mesma Igreja de Cristo.

 

  1. Salmo responsorial 69/68. Sião, morada dos amam o Senhor. “Humildes, vede isto e alegrai-vos”, CD: Liturgia XI, melodia igual à faixa 17.

O Salmo responsorial é a voz da Igreja que suplica, agradece e louva porque tudo que ela recebe vem do Senhor. O Salmo prolonga a primeira leitura em tom contemplativo e orante e como resposta de fé. “Se há uma parte da Liturgia da Palavra que deva ser cantado, é o Salmo responsorial. O estilo musical do refrão, com linha melódica de fácil aprendizado por parte do povo, e o estilo recitativo, interpretado por um cantor das estrofes, são um fator fundamental para que o Senhor concretize a sua finalidade. Se não há quem o cante, ao menos se faça o possível de cantar o refrão e o salmista profere os versículos, interpretando-os de forma poética. Somente em último caso alternam-se o refrão rezado pelo povo e os versículos interpretados por um salmista. Mesmo tendo um estilo meditativo, o Salmo merece uma cuidadosa atenção e necessita ser interpretado com um especial vigor e participação. Ele é tomado do Lecionário, por isso deve ser cantado da Mesa da Palavra (Ambão) por ser Palavra de Deus. Valorizar bem o ministério do salmista.

  1. Aclamação ao Evangelho. Guardar a Palavra do Cristo é tornar-se anfitrião dele e do Pai (João 14,23 e Lucas 10,27). “Aleluia… Semente é de Deus a Palavra”, (Mateus 13,19.23), CD: Liturgia XI, melodia da faixa 20. O canto de aclamação ao evangelho acompanha os versos que estão no Lecionário Dominical.

  1. Refrão após a homilia. “Prova de amor maior não há…”, CD: Tríduo Pascal I, melodia da faixa 18.

  1. Apresentação dos dons. O grande mandamento do amor ao próximo deve gerar na assembléia a partilha para que ela possa transformar-se numa hospedaria (Lucas 10,34). Devemos ser oferenda com nossas oferendas. “A mesa santa que preparamos…”, CD Liturgia XI, melodia da faixa 123.

  1. Canto de comunhão. Felicidade de morar na casa de Deus (Salmo 83/84,4-5). Comer e beber Cristo e permanecer nele (João 6,57). “Samaritano, que importa”, CD: Liturgia XI, melodia e estrofes iguais à faixa 18;

“Vai e faça você o mesmo” (Lucas 10,37b). Nós como Igreja Corpo de Cristo, somos chamados a ser bons samaritanos, isto é, ter em nós os mesmos sentimentos que haviam em Cristo Jesus como nos diz o Apóstolo Paulo. A Igreja oferece outros dois cânticos que retomam o Evangelho na comunhão. “Eu vim para que todos tenham vida”, CD: Tríduo Pascal I, melodia da faixa 19; “O amor não para em fronteiras”, CD: Cantos de Abertura e Comunhão – As Mais Belas Parábolas, melodia da faixa 12 – Paulus.

8- O ESPAÇO CELEBRATIVO

O Altar simboliza Cristo. O Prefácio V afirma que Cristo é Sacerdote Cordeiro e Altar. É ele o ator principal da liturgia. “As flores, por exemplo, não são mais importantes que o altar, o ambão e outros lugares simbólicos. Nem a toalha é mais importante que o altar. Os excessos desvalorizam os sinais principais. A sobriedade da decoração favorece a concentração no mistério celebrado” (Guia Litúrgico Pastoral, página 110). Neste Domingo podemos contemplar o Altar como a mesa sagrada que abriga os sofredores.

9- PARA A ESPIRITUALIDADE PRESBITERAL

O padre é um cristão que tem a missão de apontar Jesus Cristo para as pessoas. Tal como os demais, ele está comprometido com a Palavra de Deus e o exercício da misericórdia, lembrando que sua vida é exemplar e evocativa para os demais irmãos.

  1. AÇÃO RITUAL

Enquanto as pessoas vão chegando canta-se este refrão: “Onde o amor e a caridade, Deus aí está”, CD: Tríduo Pascal I, melodia da página 8.

Ritos Iniciais

  1. O canto de abertura proposto pelo Hinário III da CNBB, página 123, CD: “Liturgia VI”, assumindo a antífona do Missal Romano, expressa a alegria da glória de Deus que se manifesta na nossa história.

  1. A saudação presidencial, já predispondo a comunidade, pode ser a fórmula “c” do Missal Romano (2Ts 3,5). Depois disso é que se propõe o sentido litúrgico e não antes do canto de entrada.

 

O Senhor, que encaminha os nossos corações para o amor de Deus e a constância de Cristo, esteja convosco.

  1. Em seguida, dar o sentido litúrgico da celebração. O Missal deixa claro que o sentido litúrgico da celebração pode ser feito pelo presidente, pelo diácono ou outro ministro devidamente preparado (Missal Romano página 390).

  1. O sentido litúrgico pode ser proposto, através das seguintes palavras, ou outras semelhantes:

Domingo do bom samaritano. Neste Domingo, fazemos memória do Cristo que se faz samaritano de nossa humanidade dividida e sofredora. Celebramos a Páscoa de Jesus Cristo que se manifesta na vida das pessoas e dos grupos que se fazem próximos dos sofredores.

  1. A recordação da vida pode ser o espaço ideal para manifestar os fatos marcantes como aniversários, bodas, momentos de dor e de luto, missa de 7º e 30º dia, etc. A lembrança pelos falecidos pode ser feita na Oração Eucarística (memento dos mortos) e as demais necessidades manifestadas nas preces. Hoje seria interessante dar uma palavra de conforto aos doentes presentes na celebração, dando-lhes ânimo e coragem.

 

  1. Na Oração do Dia supliquemos a Deus que nos dê a luz da verdade para evitar o que contradiz o nome de cristão e fazer o que lhe é adequado.

 

Rito da Palavra

  1. As leituras bíblicas focalizam o valor da Palavra e dos preceitos divinos vividos no horizonte da misericórdia e da compaixão, como plenitude da lei. O esmero na proclamação será essencial para cumprir e realizar o sentido das Escrituras Sagradas.

  1. Na homilia, pedir que alguém conte alguma experiência de solidariedade.

  1. Destacar o Evangeliário. Depois da procissão de entrada deve permanecer sobre a Mesa do Altar até a procissão para a Mesa da Palavra como é costume no Rito Romano.

  1. Após a leitura não é preciso mostrar o livro. Por que? Porque quando o(a) leitor(a) diz “Palavra do Senhor” (para as leituras) ou “Palavra da Salvação” (para o Evangelho), refere-se à Palavra do Senhor que acabou de ser proclamada e ouvida pela assembléia e não ao livro em si. Portanto, é o próprio Cristo que nos fala. É como dizia São Jerônimo: “Cristo está sentado no céu, mas não deixa de falar na terra”.

  1. Após a homilia, rezar a “Ladainha dos necessitados”. Fiéis à palavra que escutamos – Vai e faze o mesmo – entreguemos ao Pai a nossa súplica por todos os necessitados e peçamos a ele a graça da solidariedade e da misericórdia.

(Silêncio.)

Senhor, tende piedade de nós…

Cristo, tende piedade de nós…

Senhor, tende piedade de nós…

– Dos pobres e pequenos, torna-nos próximo e solidários.

– dos famintos e miseráveis.

– Dos doentes e angustiados.

– Do povo negro.

– Dos povos indígenas.

– Dos portadores do HIV.

(Continua a ladainha espontaneamente…)

Cristo, ouvi-nos!

Cristo, atendei-nos!

Sê propício, Senhor, às preces do teu povo e faze-nos próximos de nossos irmãos e irmãs sofredores, para que estendamos por toda a terra a tua compaixão. Por Cristo, nosso Senhor. Amém.

  1. Terminada a Ladainha pode haver uma bênção especial para os doentes:

“Salvai-nos em vosso amor, Senhor nosso Deus,

que sempre cercais de carinho as vossas criaturas;

erguei estes vossos filhos e filhas enfermos

e sustentai-os com a vossa força;

dai-lhes o remédio, curai as fraquezas

a fim de que eles alcancem felizmente o conforto que de vós esperam.

Por Cristo, nosso Senhor.

Amém. (Ritual de Bênçãos, n. 308

Rito da Eucaristia

  1. Na Oração sobre o pão e o vinho suplicamos a Deus que acolha as nossas oferendas, e que a participação nos dons eucarísticos nos faça crescer em santidade.

  1. Como no Domingo passado, recomendamos a Oração Eucarística VI-D, “Jesus que passa fazendo o bem”, por exprimir a ação de Jesus no evangelho deste domingo e o convite de que façamos como Ele fez em favor dos órfãos e das viúvas e de todos os sofredores vítimas dos descasos da saúde. Se for escolhida outra prece eucarística, sugerimos o Prefácio dos Domingos do Tempo Comum III, no qual contemplamos Deus que se aproxima para salvar suas criaturas. Seguindo esta lógica, cujo embolismo reza: “Nós reconhecemos ser digno da vossa imensa glória vir em socorro de todos os mortais com a vossa divindade. E servir-vos de nossa condição mortal, para nos libertar da morte e abrir-nos o caminho da salvação, por Cristo, Senhor nosso”. O grifo no texto identifica aqueles elementos em maior consonância com o Mistério celebrado neste Domingo e que pode ser aproveitado na celebração, ao modo de mistagogia. Neste caso, para não romper a “unidade literária e teológica” da Oração Eucarística, convém lembrar que as orações eucarísticas I, II e III, admitem troca de prefácio.

  1. Valorizar o rito da fração do pão, “gesto realizado por Cristo na última ceia, que no tempo apostólico deu o nome a toda a ação eucarística, significa que muitos fiéis pela Comunhão no único pão da vida, que é o Cristo, morto e ressuscitado pela salvação do mundo, formam um só corpo (1Coríntios 10,17” (IGMR, nº 83).

  1. Seria muito oportuno o convite à comunhão do Salmo 33,9 página 503 do Missal Romano, que expressa como Deus é bom:

“Provai e vede como o Senhor é bom; feliz de quem nele encontra seu refúgio”.

  1. A comunhão em duas espécies é sinal da hospitalidade divina que nos acolhe em sua casa, prepara-nos a mesa e nos faz recobrar a salvação (saúde espiritual), qual hospedaria que nos abriga em sua casa. (IGMR, nn. 240-252 e 281-286).

 

Ritos Finais

  1. Na Oração depois da comunhão suplicamos que a Deus que a participação na comunhão eucarística faça crescer em nós a salvação cada vez que celebramos este Mistério.

  1. O envio missionário tem a ver como exercício da compaixão pelos que encontramos no caminho, à margem dos cuidados necessários à vida e desprovidos dos seus direitos e até da solidariedade. Cuidar para que esta chamada de atenção chegue aos participantes de alguma forma: ou pela homilia, ou como mensagem final dando um gesto concreto.

  1. Na bênção em nome da Santíssima Trindade levem-se em conta as possibilidades que o Missal Romano oferece (bênçãos solenes, na oração sobre o povo). Ela expressa que a ação ritual se prolonga na vida cotidiana do povo em todas as suas dimensões, também políticas e sociais. Ver a bênção final do Tempo Comum III do Missal Romano, que suplica a Deus que mostre ao Povo o caminho da caridade e da paz.

  1. As palavras do rito de envio podem estar em consonância com o mistério celebrado: Irmãos e irmãs sejam próximos de todos os necessitados. Ide em paz e que o Senhor vos acompanhe.

 

11- CONSIDERAÇÕES FINAIS

Celebremos a Páscoa semanal do Senhor. Que a força da cruz do Senhor transforme a nossa vida.

Nossa vida, muitas coisas nos preocupam: saúde, emprego, família, amigos etc. São preocupações justas e importantes. Mas lá no íntimo de nós, quem sabe, perpassando todas as nossas preocupações, existe uma que, de vez em quando, explicitamos: “O que preciso fazer para ganhar a vida eterna?” Será que, do jeito que estamos vivendo estou garantindo a minha vaga no céu?

O objetivo da Igreja é ajudar os padres e as comunidades de nossa diocese e todas aquelas outras comunidades fora de nossa diocese que acessar nosso site celebrar melhor o mistério pascal de Cristo.

Um abraço fraterno a todos

Pe. Benedito Mazeti

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