Reprodução: Vatican News | 14/05/20 – 16h32
Já tem recorde de inscritos os cursos oferecidos em três línguas pela Pontifícia Academia Mariana Internacional, a Pami. Pela primeira vez na história da instituição pontifícia, que coordena a Mariologia em nível mundial, as aulas sobre a figura de Maria serão em língua portuguesa. A maioria dos inscritos é do Brasil, como o Ir. André Luiz Oliveira: uma oportunidade para levar aos fiéis e pastores “um conteúdo que corresponda à pessoa histórica de Maria” porque, “ao longo dos séculos, foi se desvirtuando a imagem real de quem é Maria de Nazaré”.
Por Andressa Collet – Cidade do Vaticano
Tivemos “uma adesão explosiva” de inscritos, com uma grande maioria do Brasil: já são mais de 100 alunos, “o dobro do que é consentido” para participar dos cursos de Mariologia gratuitos e online, afirma o professor Daniel Cerqueira Afonso, que é também diretor do Setor de Comunicação Informática da Pontifícia Academia Mariana Internacional, a Pami, do Vaticano. Esta é a primeira vez na história da instituição pontifícia, que coordena a Mariologia em nível mundial, a oferecer uma iniciativa dirigida a estudantes e mariólogos brasileiros.
Inclusive os turnos das aulas foram definidos seguindo o horário de Brasília: vão acontecer sempre aos sábados à tarde, de 23 de maio a 11 de julho deste ano, das 13h às 14h30. Os cursos fazem parte do projeto “Maria, via de paz entre as culturas: uma nova dimensão da Mariologia”, da Cátedra de Estudos Mariológicos “Beato João Duns Scoto”, da Faculdade de Teologia da Pontifícia Universidade Antonianum, que será dividido em dois ciclos de estudo: “Maria, mulher de Israel e figura inter-religiosa” e “Maria na pastoral da Igreja Católica: história e perspectivas”. Serão, então, 8 aulas de 45 minutos.
A busca pela proteção mariana
Em tempos de crise mundial, como a atual emergência sanitária vivida por causa da pandemia da Covid-19, a figura de Maria toma uma dimensão importante por ser invocada em auxílio à saúde e à esperança. Essa busca pela proteção divina, afirma o Ir. André Luiz Oliveira, talvez seja uma oportunidade para se fazer uma releitura mariológica, “superando a devoção mariana supersticiosa”. O missionário brasileiro redentorista observa que a Mariologia sempre “deu saltos importantes” na história da humanidade em tempos difíceis e, por isso, a relevância do curso atualmente para “enriquecer a Teologia do mundo inteiro”:
“Especialmente por esse curso abranger a língua portuguesa, ele certamente trará muitas contribuições para a Igreja do Brasil. Cada vez mais nós vamos percebendo que a Mariologia deve ser cultivada e desenvolvida a ponto de que nos permita observar realmente quem é Maria. Ao longo de toda a história da humanidade, nós vamos percebendo que a Mariologia vai se aquecendo em tempos difíceis e vai também se arrefecendo em tempo de bonança. E nós estamos num tempo muito propício para podermos nos aprofundar na Mariologia.”
O missionário faz parte da Academia Marial de Aparecida, uma associação ligada à Pami, no Vaticano, que procura o aperfeiçoamento dos estudos brasileiros através de cursos assim. É uma oportunidade, acrescenta o Ir. André, para levar aos fiéis e aos pastores “um conteúdo que corresponda realmente à pessoa histórica de Maria”, porque, “ao longo dos séculos, foi se desvirtuando muito a imagem real de quem é Maria de Nazaré”.
A abertura ao estudo em português
Os cursos também serão oferecidos nas línguas italiana e espanhola, sempre com certificado acadêmico de participação. O projeto é uma parceria da PAMI, da Antonianum e da editora Locus Mariologicus, de Roma. Daniel Cerqueira, professor da edição em português, acrescenta:
“Esse projeto que está nascendo em língua portuguesa pretende louvar as melhores obras de Mariologia para a língua portuguesa, portanto, ultrapassando as grandes barreiras linguísticas e também administrativas. A iniciativa também pretende promover cursos completamente online em português, dentre os vários setores daquilo que é a Mariologia. Tudo aqui a partir de Roma, daquilo que são os circuitos mariológicos por excelência e completamente em língua portuguesa.”
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