A entrada triunfal de Jesus em Jerusalém abre a Semana Santa no Domingo da Paixão do Senhor. A Antiga Aliança dá lugar à Nova Aliança de Deus com seu povo. Jesus, montado em um burrinho, é aclamado com Ramos pelo povo que estende mantos e o aclama: Hosana ao Filho de Davi. Os ramos são sinais de bênção, Amor e obediência de quem segue Jesus. Não são amuletos de sorte contra os perigos.
Os fariseus criticam os exageros. Jesus diz: Se eles se calarem, as pedras gritarão! O Príncipe da Paz esconde, assim, os trágicos fatos da paixão.
Is 50,4-7 retrata a Paixão do Senhor como Servo Sofredor. Apesar de sofrimento e perseguição, o Profeta confia em Deus e realiza o Seu Plano. Os primeiros cristãos viram no Servo Sofredor o próprio Jesus.
O Salmo é citado por Cristo na Cruz: Meu Deus, meu Deus, por que me abandonaste?
Fl 2,6-11 mostra o despojamento de Jesus. Humilhou-se até a morte de Cruz, como o Servo de Javé, mas foi glorificado como Filho de Deus na Ressurreição.
Lc.22, 1-49 fala da Paixão e Morte de Jesus. A vida e missão que o Pai lhe dá é Anunciar a Boa Nova aos pobres e libertar os oprimidos. Jesus passa fazendo o bem, anuncia um mundo novo de vida, de liberdade e paz; ensina que Deus é Amor e não exclui ninguém; acolhe pecadores, pobres e marginalizados preferidos de Deus; avisa ricos e poderosos que egoísmo e orgulho levam à morte. Sua missão vai contra as autoridades incomodadas com Ele e que não renunciam ao poder e aos privilégios, mas prendem Jesus, julgam-no, e o condenam à morte de Cruz.
O fazei isto em memória de mim leva Jesus à entrega e à doação da vida por Amor.
Jesus, no lava-pés, dá exemplo e pede aos discípulos que o imitem. Maior é aquele que serve! No Jardim das Oliveiras, o anjo ampara a fragilidade humana de Jesus que, com suor de sangue, se submete ao projeto do Pai. Até sofrendo, os gestos de Jesus são de Bondade e Misericórdia: Ele cura o guarda ferido por Pedro; na Cruz, diz: Pai, perdoa-lhes, porque não sabem o que fazem; diz ao Bom Ladrão: Ainda hoje estarás comigo no paraíso; preocupa-se com mulheres que choram sua morte: Chorai antes sobre vós e sobre vossos filhos.
Celebrar a Paixão e Morte de Jesus é ver Deus que por Amor vem ao nosso encontro, assume nossa fraqueza, experimenta fome, sono, cansaço, suor de sangue, cai no chão, esmagado contra a terra, conhece tentações, treme diante da morte, traído, abandonado, incompreendido, sem deixar de amar.
Contemplar a Cruz é tocar o Amor de Jesus, é assumir sua atitude de entrega, é solidarizar-se com os que vivem crucificados, é denunciar o que gera ódio, divisão, medo, é evitar que uns continuem a crucificar outros, é entregar a vida por amor.
Dom Antonio Emidio Vilar, SDB
Bispo Diocesano de São José do Rio Preto