Várias dioceses e arquidioceses do país estão aderindo a uma campanha pelas vocações que se espalha pelo Brasil inteiro e outras partes do mundo, como é o caso de Bafatá, no continente africano, como uma ação evangelizadora fundamentada na temática principal “Pedi ao Senhor da messe que envie operários para a sua messe”. O projeto é uma iniciativa de alguns regionais da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) e foi apresentado em abril deste ano ao episcopado brasileiro durante a 56ª Assembleia Geral da entidade.
A proposta é que cada comunidade coloque-se em oração, como um único corpo, pedindo ao Senhor, por intercessão de Nossa Senhora, uma nova vocação para a Igreja. Desenvolvida a partir de dois eixos, o bispo de Paravaí, dom Mário Spaki explica que a ação é colocada em prática quando as comunidades rezam pelas vocações antes de todas as celebrações, reuniões e encontros e quando publicam testemunhos de quem vive com alegria sua vocação.
“Antes de tudo é preciso afirmar que é uma ação evangelizadora ousada. Nosso objetivo é unir a Igreja num único corpo para colocar em prática uma frase do Evangelho: ‘Pedi ao senhor da messe que envie operários para a sua colheita’ (Mateus 9,38), fazendo com que em cada comunidade se reze com fé e entusiasmo pelas vocações”, afirma o bispo. Portanto, o primeiro eixo a ser desenvolvido é “rezar pelas vocações”. Nesta fase, é importante que em todos os encontros/ reuniões da Igreja se comece ou termine uma dezena do rosário pelas vocações. Nela se deve recordar às pessoas a intenção da oração que é as vocações.
“A cultura vocacional é o ambiente positivo, saudável referente às vocações, por meio do qual propiciamos que chegue até as crianças, os adolescentes e os jovens o testemunho alegre das pessoas que seguem Deus. A Cultura Vocacional se forma a partir da oração e do falar positivamente das vocações, num mundo cheio de lamentações. Na maioria das dioceses e congregações são designados um padre ou uma religiosa, respectivamente, para promover as vocações. Com esta ação evangelizadora, estamos corresponsabilizando, não apenas algumas pessoas, mas toda a Igreja”, afirma padre Mario Spaki.
O outro eixo a ser suscitado pela ação é a evangelização pelas redes sociais. Neste contexto deve-se levar em conta a publicação de vídeos breves, densos de vida cristã-presbiteral-religiosa-laical nos meios de comunicação, interagindo com os regionais, arquidioceses, paróquias, pastorais e movimentos eclesiais. Segundo dom Mário Spaki todos os dois eixos vão de encontro ao que o papa Francisco incentiva- o de ser uma “Igreja em Saída”. “As vocações estão ligadas com o todo da Igreja. Do mesmo modo que a totalidade dos católicos está se renovando com os impulsos da missionariedade advindos do Documento de Aparecida, posteriormente levada para toda a Igreja pelo papa Francisco, as vocações à vida da Igreja também dependem dessa renovação missionária, da Igreja em saída”, afirma.
Vivência – A iniciativa já foi acolhida em diversas localidades do Brasil. No sul do país, por exemplo, os estados do Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul tem experiências concretas. “Pessoalmente tenho me surpreendido pelo entusiasmo com que as pessoas abraçaram esta causa: quase na totalidade das comunidades já se tornou comum a oração pelas vocações. E o fazem antes do horário de início para não atrasar a celebração. Percebi, em muitos lugares, como a oração ajuda a preparar o ambiente para a celebração”, explica dom Mario Spaki.
O bispo cita o caso da diocese de Campo Mourão, no Paraná, onde foram produzidas 2 mil capelinhas, uma para cada grupo de catequese. “No final de cada encontro da catequese, um dos catequizandos leva para sua casa a fim rezar com sua família pelas vocações. Assim, o catequizando se torna o protagonista da oração”, diz. A diocese de Ponta Grossa também entrou no mesmo ritmo e fez as capelinhas.
No interior do Paraná, na diocese de Paranavaí, em uma das comunidades da Paróquia Santo Antônio de Pádua, dom Mário afirma que houve um fato inusitado, isso porque lá rezam-se as cinco dezenas pelas vocações antes das celebrações. “Em tempos recentes passados, as pessoas ficavam fora da Igreja conversando até o horário da celebração. Aconteceu que, num domingo, todos se recolheram antes do horário da celebração para rezar pelas vocações, e enquanto estavam na Igreja, um carro desgovernado atingiu com velocidade o espaço onde as pessoas costumavam ficar antes da celebração. Se não estivessem rezando pelas vocações, provavelmente aquele acidente teria sido fatal para várias pessoas”, finaliza.
Confira, abaixo, o vídeo oficial do projeto “Cada Comunidade Uma Nova Vocação”: