O fato se verifica na PUC de Porto Alegre/RS. O coordenador do setor de Comunicação do Centro de Pastoral e Solidariedade, Malone Rodrigues Silva, afirma que precisaram ampliar a ofertas de atividades ligadas à espiritualidade, devido à grande adesão dos estudantes: “é a nossa ‘menina dos olhos’. É bacana ver o projeto com a aceitação dos alunos”.
Silvonei Protz, Andressa Collet – Cidade do Vaticano
É fato e confirmado por quem entra em contato diário com eles: os jovens não se doam tempo para parar e silenciar. Malone Rodrigues Silva, coordenador do setor de Comunicação do Centro de Pastoral e Solidariedade da Pontifícia Universidade Católica de Porto Alegre/RS, a partir de inquietações dos próprios alunos, conta que decidiram caminhar de mãos dadas e através de projetos de espiritualidade para contrastar com a realidade angustiante da vida agitada e em real time dos estudantes.
A juventude que busca silenciar
“Ver que os alunos, naquela correria, quando não estão fazendo nada, estão mexendo no telefone… então, tu proporcionar um momento de silêncio, de escutar um mantra, um salmo, como isso impactava. Tem uma aluna que disse que, naquele momento de silêncio e oração, influenciava na dinâmica dela na sala de aula. Como ela chegava mais calma e apta a compreender melhor na sala de aula.”
Malone é formado em Filosofia e hoje cursa Relações Públicas, além trabalhar como responsável pelos projetos de formação e de espiritualidade, como as meditações cristã. Segundo ele, uma maneira concreta da Pastoral se fazer presente na vida dos jovens, seguindo “a pedagogia do Papa Francisco de construir pontes e experiências que os alunos possam estar fazendo com a Igreja jovem, alegre, dinâmica e que quer o bem”.
Esperança de se ter experiências de fé
Tudo para preencher um vazio enorme criado pela realidade universitária: além do desafio vivido com a crise no Brasil, às vezes tendo que se arranjar até com dois empregos, os jovens se veem sempre atuantes, com milhares de compromissos com o estudo, o trabalho, a família e o namoro, mas com carências. E também com muita esperança de se viver a experiência da fé, afirma Malone.
“ É um reflexo de uma construção social da história das famílias. Hoje não tem aquela adesão que nós tivemos lá no passado, da nona levar para a igreja, de fazer catequese, de ter essa iniciação. A gurizada que está lá não tem essa experiência de iniciação, então é mais difícil entender e fazer a experiência da fé. ”
Jovens abraçam a Pastoral
Até 2022, a PUC de Porto Alegre/RS redimensionou o trabalho do Centro de Pastoral e de Solidariedade, muito pela novidade da grande adesão dos estudantes.
“Desde o ano passado se começou a repensar os trabalhos feitos com os alunos. Porque nós estávamos sentindo que não estávamos chegando aos alunos. E na dinâmica do Papa Francisco de construir pontes, iniciamos vários projetos-pilotos. Um deles foi aquele centrado na espiritualidade, com a meditação cristã (leituras orantes, vigílias de Taizé, momentos de silêncio) e também na formação com o cuidado ao projeto de vida. E a adesão dos universitários, que até então estava nos preocupando porque até então não tínhamos adesão nas missas diárias, e a busca foi tão grande que neste 2019 a gente ampliou os projetos. É a menina do olhos! É bacana ver o projeto com a aceitação dos alunos.”
Fonte: Vatican News