Cristãos no terceiro milênio

Arcebispo de BH aponta desafios para atuação dos cristãos no 3º milênio

07/01/2019 | Especial

Neste momento em que se completam duas décadas deste terceiro milênio, dom Walmor Oliveira de Azevedo, arcebispo metropolitano de Belo Horizonte (MG), em artigo, aprofunda os desafios de ser cristão nesta época em que nada tem força para deter a voracidade do tempo. Para o arcebispo, “só o horizonte da eternidade, para aqueles que têm a fé no Filho de Deus – Salvador e Redentor da humanidade – consola e é certeza da vitória definitiva sobre a fugacidade do tempo”.

Dom Walmor defende que as abordagens filosóficas e antropológicas sobre o tempo carregam riquezas preciosas, lições que, aprendidas, qualificam o existencial humano e dá ao tempo que passa sentido consistente. “Com os instantes que transcorrem, marcados por incontáveis e impactantes avanços tecnológicos, torna-se urgente conceber equivalentes progressos humanísticos e espirituais, tão necessários a este tempo”, avalia.

Nesta época, defende o arcebispo, a realidade se sobrepõe a qualquer argumento ao demonstrar que os importantes avanços tecnológicos e cibernéticos são insuficientes para garantir qualidade de vida a todos. “A perda dos valores humanísticos e espirituais valores gera intolerância, permissividade, desrespeito e desfiguração de identidades – de indivíduos e instituições – produzindo diferentes formas de violência”, disse.

Para dom Walmor as duas primeiras décadas deste terceiro milênio ainda não ofereceram sinais de melhoras dos males que marcaram o século XX. “É preciso buscar o que está faltando para reverter as dinâmicas que deterioram a vida humana”, escreveu. Para ele, os processos educativos formais, até mesmo nos grandes centros acadêmicos e científicos, não estão dando conta de promover ampla qualificação humanística, com incidências transformadoras na realidade.

Dom Walmor defende que neste contexto é tarefa dos cristãos superar disputas entre si, com ou sem razões confessionais, no sentido de oferecer ao mundo uma fonte inesgotável de valores humanísticos: a Palavra de Deus, que tem força para combater o relativismo defendido por ideologias, com a troca de certos princípios por uma liberdade ilusória. “Ouvir e acolher o Evangelho produz frutos e qualifica a interioridade humana. Buscá-lo é atitude essencial para fazer da terceira década deste milênio bem mais do que simplesmente um tempo promissor”, aponta.

O arcebispo aponta que na escuta do Evangelho, vale dedicar-se de modo especial ao Sermão da Montanha, com a sua força transformadora. Quem busca essa Palavra, lembra dom Walmor, coloca-se diante de Deus, em atitude de escuta que faz reverberar o sentido de fraternidade solidária, a partir da consciência de que todos são filhos de Deus. “Ouvir a Palavra causa impacto, é uma experiência que permite aprender misticamente a imprescindível lição que vem do coração de Deus. ‘Ouvistes o que foi dito: amarás o teu próximo e odiarás o teu inimigo. Eu, porém, vos digo: amai os vossos inimigos e orai pelos que vos perseguem’”.

 

Fonte: CNBB

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