Neste ano de eleições, os bispos do Brasil vêm oferecendo vários subsídios e indicações que podem contribuir para os fiéis brasileiros tomarem consciência e escolherem bem aqueles que estarão à serviço do povo nos próximos quatro anos. O bispo coadjutor de Nova Iguaçu (RJ), dom Gilson Andrade da Silva, é um dos que pretende ajudar no discernimento do voto. Ele oferece sete critérios, em formas de perguntas para “questionar-nos pessoalmente sobre o exercício desse ato de cidadania”.
Seus apontamentos chamam atenção para propostas, vida pregressa, valores, cargo pleiteado e competência dos candidatos. Também questiona se cada uma acompanhou o pronunciamento dos bispos acerca das eleições.
“Diante do atual contexto da vida pública do país, alguns podem se deixar levar por um certo desalento ou desconfiança diante do valor do seu voto. Como cidadãos interessados pelo bem de todas as pessoas queremos valorizar ainda mais esse direito que nos é assegurado”, sugere dom Gilson.
Recordando a exortação apostólica do papa Francisco Evangelii Gaudium, dom Gilson ensina que “vota bem quem vota com critérios inspirados no bem comum e nos valores do Evangelho, afinal ‘uma fé autêntica comporta sempre um desejo de mudar o mundo, transmitir valores, deixar a terra um pouco melhor depois da nossa passagem por ela’”.
Dom Gilson chama atenção ainda que, depois de rezar e refletir sobre a atuação nas próximas eleições, é preciso ajudar também “amigos e amigas, pessoas de nossas famílias e de nossas comunidades a fazerem o mesmo, assumindo cada um, à luz da fé, a sua responsabilidade pelo futuro da nossa amada nação”.
Eis os critérios sugeridos por dom Gilson Andrade:
1) sei dizer se as propostas do partido do meu suposto candidato correspondem à visão de bem comum coerente com os valores evangélicos?
2) Procurei saber sobre a vida pregressa do meu candidato para verificar se realmente merece a confiança do meu voto, afinal lutamos tanto para a aprovação da chamada Lei da Ficha Limpa?
3) Ele defende os valores da vida desde a fecundação até a morte natural, da família conforme o projeto de Deus, da liberdade religiosa, do respeito aos direitos humanos, da saúde, da educação, da moradia e da preservação do meio ambiente?
4) Ele tem clareza acerca do cargo que ocupará e de suas funções?
5) O meu candidato está mais preocupado com um bom marketing de sua imagem na campanha ou em apresentar propostas realistas para os grandes problemas sociais do país?
6) Se ele está há muito tempo na política, demonstrou-se competente no exercício dos seus mandatos ou simplesmente fez da política uma profissão?
7) Procurei acompanhar os pronunciamentos dos bispos acerca das eleições 2018, a fim de esclarecer-me melhor sobre o processo eleitoral?
Debate de Aparecida
O Debate de Aparecida, promovido pela CNBB, terá uma ferramenta de interatividade por meio das redes sociais. Na próxima quinta-feira, 20 de setembro, às 21h30, além da transmissão por emissoras católicas de TV, Rádio e Internet, haverá monitoramento em tempo real da hashtag oficial do debate: #DebateAparecida.
Por meio de parceria entre a TV Aparecida e o Twitter, haverá um contador do número de menções à hashtag. O público ainda poderá interagir durante a transmissão, via Periscope, com o perfil @tvaparecida.
O debate com presidenciáveis acontece na arena do Centro de Eventos Padre Vítor Coelho de Almeida, no Santuário Nacional em Aparecida (SP), será transmitido pelas emissoras católicas de TV e Rádio, além de portais de internet.
O critério de escolha dos candidatos que vão participar do Debate de Aparecida seguiu o que prevê a Lei eleitoral. De acordo com a legislação, é obrigatório o convite aos candidatos dos partidos que tiverem representação no Congresso Nacional, no mínimo cinco parlamentares.
Representantes de oito partidos políticos confirmaram a presença de seus candidatos no Debate de Aparecida no dia 20 de setembro no Santuário Nacional. Alkimin e Marina ainda não confirmaram presença. O prazo termina hoje. Os candidatos confirmados são Guilherme Boulos (PSOL), Fernando Haddad (PT), Alvaro Dias (Podemos), Ciro Gomes (PDT) e Henrique Meirelles (MDB). Cabo Daciolo (Patriota) não confirmou presença alegando outros compromissos. Jair Bolsonaro (PSL) que já havia confirmado presença, devido ao atentado que sofreu, em função de recomendação médica, não deve comparecer.