Em espírito sinodal, sub-regional RP 2 se reúne em Catanduva

Considerada a Visita Ad Limina celebrada na segunda quinzena de setembro, os bispos do sub-regional Ribeirão Preto 2 voltaram a se reunir, dessa vez em Catanduva, dia 25 de outubro. O objetivo foi dar sequência às exposições, iniciadas na última reunião, acerca dos pilares da Ação Evangelizadora da Igreja no Brasil. A Assembleia do Regional Sul 1 também figurou na pauta.

Após momento de oração conduzido por Dom Valdir Mamede, o bispo diocesano de Barretos, Dom Milton Kenan Junior, orientou os trabalhos indicando o bispo de São José do Rio Preto, Dom Antônio Emidio Vilar, sdb, para expor aos presentes, coordenadores de Pastoral e representantes de presbíteros, sobre a realidade da Ação Missionária no RP 2.

Dom Vilar destacou a iniciativa do Pe. Eduardo A. de Lima, da Diocese de Jales, que realiza, há 10 anos, missões a partir da atuação do grupo Universitários em Defesa da Vida (UNIVIDA). A ação se propõe levar profissionais de diversas áreas para trabalhar em meio às populações em risco, em especial junto aos indígenas.
Cerca de 250 voluntários foram selecionados, entre os mais de 3000 inscritos, para atividade realizada em junho próximo passado.
“A gente vê o alcance de uma semente que se planta. É impressionante como os jovens se envolvem. É algo bonito de ver!”, sublinhou Dom Vilar ao comentar a atividade Missionária que teve início com apenas 18 estudantes e uma professora. Em janeiro de 2023 acontecerá a próxima.
Isto requer uma espiritualidade missionária, fato igualmente destacado por Dom Mamede que disse: “Vamos enviar nossos seminaristas para a Amazônia, por um período, antes da Ordenação. Já estamos em diálogo com o cardeal Leonardo Ulrich Steiner (arcebispo metropolitano de Manaus)”, disse o bispo de Catanduva ao partilhar iniciativa local em resposta aos desafios. “Nós temos que fazer o caminho de plantar sementes no coração do clero e, também, envolvendo os leigos”, completou Dom Mamede.
Outros exemplos, em seminários e Comunidades Paroquiais, surgiram como pistas de ação. A realidade da Diocese de Cruzeiro do Sul, no Acre, mereceu a atenção de todos a partir de carta enviada pelo bispo Dom Flávio Giovenale, sdb. “A Diocese de São José do Rio Preto poderia nos enviar um ou dois padres para nos ajudar? Somos uma Diocese simples, mas unida”, escreveu. A necessidade foi confirmada pelo Pe. Adão Reis, do Clero de Votuporanga, que em anos anteriores atuou naquela Região em uma Paróquia com quase 50 Comunidades.
“Eu ficava admirado. A gente ia celebrar e se sentia no céu. A catolicidade do povo, com orações profundas. Ali há uma experiência missionária forte”, completou Dom Vilar partilhando sua experiência quando bispo em São Luiz de Cáceres, no Mato Grosso.
“É muito importante trabalhar a formação (dos seminaristas). O cunho missionário é essência da Igreja”, partilhou o coordenador de Pastoral da Diocese de São José do Rio Preto, padre Luiz Caputo.
“A Igreja nasceu para levar Cristo”, completou Dom Vilar.
Ainda acerca do tema, Dom Milton considerou o impacto da pandemia. Disse que iniciativas são realizadas em Barretos; com especial destaque para a Semana Missionária. “Eu olho com muita esperança para os seminaristas. Estamos dando alguma resposta nessa dimensão”, partilhou ele. “Se nós queremos ser uma Igreja capaz de responder aos desafios colocados diante de nós, temos que considerar a sinodalidade e a missão”, concluiu Dom Milton.

“Junto aos túmulos dos Apóstolos”
A Visita Ad Limina Apostolorum, vivida em espírito sinodal, foi avaliada como muito positiva pela acolhida dispensada nos Dicastérios e pela colegialidade celebrada pelos bispos do Regional Sul 1. “Fomos, todos, incentivados a continuar dando passos”, disse Dom Mamede. “O Santo Padre ligava sua fala ao Evangelho”, destacou Dom Moacir ao sublinhar a audiência com o sucessor de Pedro. “O Papa foi muito receptivo. Éramos como filhos acolhidos por um pai”, completou Dom Vilar. “Me chamou muito a atenção a fala no Dicastério para o Clero, apontando para a necessidade de uma formação permanente para os padres”, sublinhou o bispo de Barretos.
Partilha sobre as CEM’s (Comunidades Eclesiais Missionárias), tema da 43ª edição da Assembleia das Igrejas Particulares do Regional Sul 1 da CNBB. Dom Vilar, das conclusões advindas de Aparecida, sublinhou a necessidade de lideranças bem formadas e disponíveis à conversão pessoal que alcança a conversão pastoral e a mudança de estruturas (como propõe o Documento de Aparecida). “Devemos olhar para as CEM’s como uma flexibilização da atividade pastoral para atingir a capilaridade da Igreja. Tudo o que já temos tem que ser valorizado, cultivado e ressignificado”, sintetizou Dom Vilar. “É importante valorizar o perfil dessa experiência e que esse perfil possa estar apoiado em uma profunda espiritualidade que alcance o social”, reforçou o bispo de Votuporanga, Dom Moacir Aparecido de Freitas.

Encaminhamentos
Dom Milton Kenan, na etapa final da reunião, considerou os pilares da Ação Evangelizadora, mostrando que eles tem que acontecer nas CEM’s. “Temos, agora, que assumir ações coordenadas no sub-regional. Partindo do que temos, convém coordenar e alinhar nossa ação comum”, disse.

O bispo diocesano de Barretos, Dom Milton Kenan; de Votuporanga, Dom Moacir Aparecido de Freitas; de Catanduva, Dom Valdir Mamede, e o emérito Dom Otacílio Luziano da Silva, dirigiram a oração final do encontro. A ausência do bispo de Jales, Dom Reginaldo Andrietta (em encontro dos jovens trabalhadores católicos, no Peru) foi justificada.

TEXTO | FOTOS
André Botelho
Assessoria de Comunicação
Diocese de São José do Rio Preto

 
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