Estrutura especial em Aparecida (SP)

Reprodução | CNBB

De 1 a 10 de maio, bispos de todo o Brasil estarão reunidos, no Santuário Nacional de Aparecida, na 57ª Assembleia da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB). Durante dez dias, o Centro de Eventos Padre Vitor Coelho de Almeida, local onde acontecem as plenárias do encontro recebe os 309 bispos que tem direito a voto (cardeais, arcebispos, bispos diocesanos, prelados, auxiliares e coadjutores). Além dos 171 bispos eméritos e representantes de organismos e pastorais da Igreja que são convidados.

Para que tudo esteja em pleno funcionamento, a preparação do evento começa 1 ano antes da realização e é dividida entre as reuniões de preparação do tema central, sempre escolhido na assembleia anterior, e a parte da logística, que envolve um batalhão de profissionais.

Ao todo mais de 100 profissionais estão trabalhando direta ou indiretamente para a realização da Assembleia Geral para atender uma demanda diária de mais de 400 participantes que se deslocam pelo menos quatro vezes ao dia do hotel Rainha do Brasil, onde bispos e colaboradores se hospedam, ao Santuário e ao Centro de Evento, local onde acontece a AG.

De acordo com o Santuário nacional, responsável por toda a infraestrutura, a montagem da arena, principal espaço de trabalho dos bispos, as salas do subsolo e já estão montados. O espaço conta com 160 mesas que comportam três pessoas, além de 480 pontos de energia para notebooks.

“Começamos a preparar uma Assembleia assim que a outra acaba, pensando o próximo ano em conjunto com a CNBB. Nesse período de proximidade iniciamos a montagem dos espaços que são agregados a estrutura do Centro de Eventos, proporcionando uma melhor acolhida aos bispos durante seus trabalhos”, destaca a gerente do Núcleo de Eventos do Santuário Nacional, Aline Costa.

Como este ano a AG vai eleger os novos integrantes da presidência da CNBB e das Comissões Episcopais Pastorais, as 17 cabines de votação também já estão montadas. Nesta segunda-feira, o trabalho fica por conta da instalação dos equipamentos de tecnologia da informação que serão usados durante o evento.

Além disso, do lado externo também já está com toda sua estrutura montada: a Sala de Imprensa, o escritório da Nunciatura Apostólica e do Instituto de Obras Religiosas (IOR), a sala do Colégio Pio Brasileiro, espaços para atendimento individual, estandes de artigos religiosos e um ambulatório.

Cobertura da Imprensa

Todos os dias, exceto domingo, dia 05, serão celebradas missas com laudes, das 7h30 às 8h45, no Santuário Nacional de Aparecida, sempre presidida por um bispo diferente. Toda a celebração será transmitida ao vivo pelas emissoras católicas de rádio e televisão.

As coletivas de imprensa também são diárias (com exceção do fim de semana). A cada dia, sempre às 15h, serão apresentados aos jornalistas um resumo dos temas discutidos nas sessões daquele dia de assembleia com a presença de três bispos designados pela Presidência da Assembleia.

Este ano, a AG vai discutir a Atualização das Diretrizes Gerais da Ação Evangelizadora (DGAE) da Igreja no Brasil para o quadriênio 2019 a 2023. Os bispos vão trabalhar a atualização do texto que está estruturado a partir da imagem da comunidade cristã como “casa”. No centro, como eixo, está a Comunidade Eclesial Missionária, sustentada por “quatro pilares”: Palavra, Pão, Caridade e Missão.

História

A assembleia Geral foi instituía pelo estatuto canônico da CNBB, em 1952, no Palácio São Joaquim, no Rio de Janeiro (RJ) – que foi sede da conferência por 25 anos. A versão atual texto regimental da Conferência (Doc. 70) descreve a Assembleia Geral como “órgão supremo da CNBB, expressão e realização maiores do afeto colegial, da comunhão e corresponsabilidade dos Pastores da Igreja no Brasil”, com a finalidade de realizar os “objetivos da CNBB, para o bem do povo de Deus” (art. 27). E, para fazer “crescer a comunhão e a participação” (art. 28), “a Assembleia Geral tratará de assuntos pastorais de ordem espiritual e de ordem temporal e os problemas emergentes da vida das pessoas e da sociedade, sempre na perspectiva da evangelização” (art. 29).

O regimento que indica “o modo de proceder ordenadamente na aplicação das normas estatutárias” (art. 1º) atribui ao Conselho Permanente a incumbência de “determinar a pauta para a Assembleia Geral” (art. 90), avaliando as propostas enviadas por quem de direito. Por isso, cada AG se caracteriza por uma pauta muito extensa, em vista das necessidades do momento. O Conselho Permanente acolhe, ao máximo, os temas sugeridos que são agregados aos temas permanentes.

A primeira AG foi realizada de 17 a 20 de agosto de 1953, em Belém (PA). Naquela ocasião, o encontro dos vinte arcebispos do Brasil na época ocorreu simultaneamente ao 6º Congresso Eucarístico Nacional. Pelo primeiro estatuto da CNBB, o encontro dos arcebispos metropolitanos deveria ocorrer a cada dois anos. A partir de 1967, passaram a ser realizadas anualmente.

A cada quatro anos, com pauta especial, a Assembleia Geral inclui, como tema central, as Diretrizes Gerais da Ação Evangelizadora da Igreja no Brasil (DGAE) e a eleição da nova presidência da entidade: o presidente, o vice-presidente e o secretário-geral, além dos presidentes das Comissões Episcopais de Pastoral. Já foram realizadas 55 Assembleias Gerais da CNBB. Destas, 33 encontros foram realizados no mosteiro de Vila Kostka, em Itaici (SP). Já foram realizados encontros em Roma, Itália, e em outras 6 capitais brasileiras e no Distrito Federal. A partir de 2011, a AG passou a ser realizada em Aparecida (SP).

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