Na Exortação Apostólica Pós-Sinodal Christus vivit (Cristo vive), publicada nesta terça-feira, 2 de abril, o Papa Francisco afirmou que a sexualidade tem “dois propósitos: amar-se e gerar vida”.
No texto de 299 pontos, o Santo Padre dedica uma parte à vocação ao matrimônio, aos jovens que “sentem fortemente a chamada ao amor e sonham encontrar a pessoa certa com quem formar uma família e construir uma vida juntos”.
Nesse sentido, afirmou que a sexualidade “é uma paixão, é o amor apaixonado. O verdadeiro amor é apaixonado. O amor entre um homem e uma mulher, quando é apaixonado, leva-te a dar a vida para sempre. Sempre. E a dá-la com corpo e alma”.
O Papa lembrou que “Deus nos criou sexuados. Ele próprio ‘criou a sexualidade, que é um presente maravilhoso para as suas criaturas’. Dentro da vocação para o matrimônio, devemos reconhecer, agradecidos, que ‘a sexualidade, o sexo são um dom de Deus. Sem tabus. São um dom de Deus, um dom que o Senhor nos dá’”.
“Apraz-me pensar que ‘dois cristãos que casam reconheceram na sua história de amor a chamada do Senhor, a vocação a formar de duas pessoas, varão e mulher, uma só carne, uma só vida. E o sacramento do Matrimônio corrobora este amor com a graça de Deus, arraigando-o no próprio Deus. Com este dom, com a certeza desta vocação, é possível começar com segurança, sem medo de nada, para juntos enfrentar tudo!’”.
O Papa não ocultou os problemas que as famílias enfrentam, problemas que “levam certamente muitos jovens a interrogar-se se vale a pena formar uma nova família, ser fiéis, ser generosos”.
A esses jovens o Papa diz “que sim, que vale a pena apostar na família e que nela encontrareis os melhores estímulos para amadurecer e as mais belas alegrias para partilhar. Não deixeis que vos roubem a possibilidade de amar a sério. Não permitais que vos enganem quantos vos propõem uma vida desenfreada e individualista que acaba por levar ao isolamento e à pior solidão”.
Por outro lado, também fez um chamado à formação para o matrimônio, especialmente em um momento em que “reina hoje a cultura do provisório, que é uma ilusão”. A mentira de “julgar que nada pode ser definitivo”.
Diante dessa cultura, “é necessário preparar-se para o matrimônio; isto requer educar-se a si mesmo, desenvolver as melhores virtudes, sobretudo o amor, a paciência, a capacidade de diálogo e de serviço. Implica também educar a própria sexualidade, para que seja sempre menos um instrumento para usar os outros, e cada vez mais uma capacidade de se doar plenamente a uma pessoa, de maneira exclusiva e generosa”.
O Papa Francisco assinou a Exortação Apostólica Pós-sinodal Christus vivit no dia 25 de março de 2019, no Santuário mariano da Santa Casa de Loreto. Segundo reconhece na própria Exortação, para sua elaboração, inspirou-se nos temas, discussões e conclusões do Sínodo dos Bispos realizado no Vaticano, de 3 a 28 de outubro de 2018, com o tema os jovens, a fé e o discernimento vocacional.
Fonte: ACI Digital