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(Faça a impressão da “colinha” e anote os números dos seus candidatos. Para ajudar na escolha, leia o texto do professor Érico Fumero).
A sociedade, com seus cidadãos e instituições, faz política como forma de alcançar respostas novas e urgentes à construção de um mundo melhor. E fazer política vai muito além das eleições. Mas não podemos negar que as eleições seja um tema que não deve ser ignorado quando a gente que vive em sociedade, pensa e faz política. Ainda mais porque há alguns anos, o Brasil está numa crise político-econômica que abalou seriamente a confiança do povo nas instituições, por isso o processo eleitoral é um momento muito favorável a um grande debate nacional para encontrarmos a melhor saída para a crise.
Nossa participação democrática nas eleições é salutar e necessária para a tomada de decisões políticas que, com certeza, determinará os rumos do debate e decisões nos próximos anos. E nossa omissão seria uma falta grave.
Os cristãos não podem permanecer alheios à tarefa de contribuir para que a sociedade se torne mais justa, solidária e fraterna. É compromisso de fé dedicar atenção à política e participar ativamente, buscando resgatá-la como expressão da caridade.
Não é atitude cristã promover fake news que desinformam, ou ataques que unicamente buscam destruir aqueles de quem se discorda. Também não é uma postura adequada aos que se dizem cristãos procurar defender privilégios, interesses egoístas, impondo ainda mais sacrifício a quem já tanto sofre.
Os discípulos de Jesus não podem apoiar grupos dominantes que defendam apenas os seus interesses e busquem o lucro que vem da apropriação privada de bens comuns e da economia que mata. Não podemos apoiar grupos que defendam os interesses que contrariam o bem comum: madeireiros, grileiros, garimpeiros e outros invasores de terras públicas ou territórios indígenas que, protegidos por milícias ou mesmo por policiais e militares, descumprem a Constituição e permanecem impunes.
Não podemos apoiar a rapinagem sofisticada e legalizada, praticada por alguns banqueiros, empresários do agronegócio, da mineração e de serviços urbanos, que se beneficiam de decretos que favorecem a evasão fiscal, práticas antiecológicas e a exploração e precarização de trabalhadores e trabalhadoras.
Diante da realidade de sofrimento, doença, desemprego, trabalho precário, inflação e fome, não podemos ser indiferentes, omissos ou nos deixarmos manipular por políticos oportunistas.
É importante observar e escolher candidatos que, efetivamente, estejam comprometidos com a defesa da vida em todas as suas etapas – da fecundação até o declínio natural. Pessoas que assumam o compromisso de trabalhar por políticas públicas que assegurem a proteção das mulheres, gestantes, nascituros, e também dos mais empobrecidos, principalmente das periferias geográficas e existenciais, em situação de vulnerabilidade, vítimas de violências, de discriminações, idosos, povos originários, indígenas e comunidades tradicionais. Não basta a pessoa se apresentar como religiosa, “ser católico ou cristão”, ela precisa colocar seu mandato a serviço dos setores sociais mais esquecidos pelas políticas sociais.
Precisamos combater a politicagem e fazermos a boa política como “forma sublime de caridade”, de amor social. E se você quer saber mais sobre as ideias contidas neste texto e de onde algumas delas foram tiradas, leia – na sequência – o Caderno Encantar a Política (2022) produzido pelo Conselho Nacional do Laicato do Brasil.
LINK / CADERNO > https://www.cnbb.org.br/wp-content/uploads/2022/05/Cartilha-Encantar-a-Politica.pdf