ORIGEM HISTÓRICA
A ocupação da região de São José do Rio Preto, SP, começou no século XIX, com a vinda de famílias até então residentes em Minas Gerais em busca de terras férteis para a agricultura. Chegaram por volta de 1840. A 19 de março de 1852, Luís Antônio da Silveira e sua mulher, D. Tereza Francisca de Jesus, doam terras para o patrimônio de São José, onde haveria de ser construída uma pequena igrejinha, de pau-a-pique e coberta de sapé. Nessa época, o bairro de Rio Preto pertence ao município de São Bento de Araraquara.
Em torno dessa capela, ergueram-se modestas casas de pau-a-pique dando origem ao povoado. A Capela dedicada ao padroeiro São José foi consagrada em 1854 pelo Padre José Maria de Oliveira, da cidade de Araraquara. Em 1857, a igrejinha construída pelos primeiros habitantes da cidade é oficialmente instituída como Capela. Dom Lino Deodato Rodrigues de Carvalho, Bispo de São Paulo, determina a criação da Paróquia de São José, concedendo-lhe provisão no dia 15 de janeiro de 1882. Em 1º de janeiro de 1884, o vilarejo ganha um pároco: é o Padre José Bento da Costa, que exerceu o cargo até fevereiro de 1896. A ele se deve o traçado da primeira planta da futura cidade, encomendada ao engenheiro italiano Ugolino Ugolini por volta de 1894 – 1895.
A IGREJA E A EXPANSÃO DA CIDADE
Com o grande desenvolvimento do interior paulista entre o fim do século XIX e início do XX, graças, sobretudo, ao café, a cidade de Rio Preto cresceu e a pequena capela precisou ser substituída. Ressalta-se que no dia 7 de junho de 1908, por meio da Bula Diocesium Nimiam Amplitudinem, o Papa Pio X cria as dioceses paulistas de Ribeirão Preto, São Carlos, Botucatu, Campinas e Taubaté, e eleva à Arquidiocese a Igreja Particular de São Paulo. Com isso, o povoado rio-pretense passa a pertencer à Diocese de São Carlos, tendo como Bispo diocesano Dom José Marcondes Homem de Mello.
Em 1912, ocorreu a demolição da capelinha e, no dia 26 de maio desse mesmo ano, foi lançada a pedra fundamental da nova igreja matriz. Em 04 de setembro de 1914, Dom José Marcondes deu a bênção solene na nova igreja, que haveria de ser concluída somente em 1930.
Em 1925, a comunidade católica local é comunicada de que logo começaria o processo para a futura divisão da Diocese de São Carlos em outras duas: Rio Preto e Jaboticabal. A partir daí, o povo rio-pretense se mobilizou, criando uma comissão incumbida da organização do patrimônio do novo bispado e de levantar fundos para a construção da Catedral, do Palácio Episcopal e do Seminário. Mas a criação do Bispado só ocorreu mesmo no dia 25 de janeiro de 1929, por meio da Bula Sollicitudo Omnium Ecclesiarum, do Papa Pio XI. Nesse momento inicial, a Diocese era composta por 15 paróquias, mencionadas no documento de criação: “Rio Preto, Ibirá, Santa Adélia, Tabapuã, Mirassol, Nova Granada, Monte Aprazível, Tanabi, Ariranha, Catanduva, Potirendaba, Ignácio Uchôa, Cedral, José Bonifácio e Fernando Prestes”. Entretanto, faltava o bispo.
“Você Sabia?”
Que no ano de 1920, a Diocese de São Carlos era responsável por uma área imensa do interior do estado de São Paulo?
Naquela época, os Núncios Apostólicos, representantes do papa em nosso país, moravam no Rio de Janeiro, então capital do Brasil.
A pedido do Bispo Dom José Marcondes Homem de Mello, o Núncio em exercício visitou São Carlos
e decidiu resolver o problema de sua grande extensão territorial.
BULA DE CRIAÇÃO DA DIOCESE (25 de janeiro de 1929)
“O cuidado de todas as Igrejas confiado, por efeito da vontade divina, a Nós, requer que se disponham as circunscrições das dioceses, de sorte a tornar mais fácil e mais conveniente a direção dos fiéis cristãos. Sendo, assim, vastíssima a Diocese de São Carlos do Pinhal, a Nós, a pedido do venerável Irmão José Marcondes Homem de Mello, Bispo desta Igreja, resolvemos dividir o território da mesma e daí erigir novos bispados.
Por conselho, pois, dos nossos Veneráveis Irmãos Cardeais prepostos à Sagrada Congregação Consistorial e obtido, com antecedência o voto favorável do Venerável Irmão Benedito Aloysio Marsella, arcebispo titular de Cesaria, em Mauritânia, e Núncio Apostólico junto à República Brasileira, suprido, em quanto se fizer mister, o consenso de quaisquer que tenham interesse em causa ou presuma tê-lo, dividimos, na plenitude do poder apostólico, o território pertencente à mesma Diocese de São Carlos do Pinhal em três partes distintas: em uma das quais restringimos e circunscrevemos a própria Diocese de São Carlos, e nas outras duas erigimos Novas Dioceses a serem denominadas Jaboticabalense, da cidade de Jaboticabal, e Riopretense, da cidade de Rio Preto.
A nova Diocese de Jaboticabal será circunscrita pela linha que, tendo início no Rio Grande, junto à foz do Rio Turvo, sobe pelo mesmo até à foz do Rio da Onça; vai por este e pelo córrego das Anhumas até à nascente deste em Furnas, na parte ocidental do próprio vulgarmente chamado Fazenda Glória; daí até a nascente do Córrego Rico, na parte meridional do mencionado próprio ou Fazenda da Glória; desce pelo Córrego Rico até à sua foz no Rio Mogi-Guaçu, finalmente, pelos Rios Mogi-Guaçu, Pardo e Grande até à foz do Rio Turvo. Esta Diocese assim circunscrita se constitui de dezesseis paróquias, a saber: Jaboticabal, Barretos, Bebedouro, Pitangueiras, Viradouro, Monte Alto, Monte Azul, Taiassu, Olímpia, Colina, Cajobi, Irupi, Pirangi, Taiuva, Guaraci e Severina.
A outra Diocese de Rio Preto terá os seus limites pela linha geográfica que, partindo do Rio Grande junto à foz do Rio Turvo, sobe por este até o Rio da Onça, prossegue por este e pelo Córrego das Anhumas até à nascente deste em Furnas, na parte ocidental do próprio, ou Fazenda “Glória”, e prosseguindo pelo limite que deixa para a direita as águas do Córrego das Anhumas e para esquerda as águas do Ribeirão Jurema até o alto do morro da Brôa, desce pelo Córrego Jurema-Mirim, e Ribeirões Jurema e dos Porcos, até o foz do Ribeirão Ururaí na parte meridional de Ururaí; daí sobe por este Ribeirão até à sua nascente e deste até à do Rio Barra Mansa ou Cubatão, entre a parte meridional e a ocidental de Pindorama; prossegue pelo Ribeirão Cubatão ou Barra Mansa até à sua embocadura no Rio Tietê, depois por este até à foz do Rio Paraná; igualmente por este até à foz do Rio Grande e, finalmente, por este até à foz do Rio Turvo, onde tem início a linha desta circunscrição. Esta Diocese (Rio Preto) compreende quinze paróquias: Rio Preto, Ibirá, Santa Adélia, Tabapuã, Mirassol, Nova Granada, Monte Aprazível, Tanabi, Ariranha, Catanduva, Potirendaba, Ignácio Uchôa, Cedral, José Bonifácio e Fernando Prestes.
Constituímos, perpetuamente, a sede e a catedral episcopal destas novas Dioceses Jaboticabalense e Riopretense nas cidades de Jaboticabal e Rio Preto de que tiram elas o nome; elevamo-las, por esta razão, ao fastígio de cidades episcopais com todos os direitos e privilégios de que gozam as outras cidades episcopais na América Latina.
Elevamos, também, à dignidade de Catedrais as igrejas-paróquias dedicadas à Nossa Senhora do Carmo e a de São José, respectivamente na cidade de Jaboticabal e de Rio Preto, que deverão permanecer sob os mesmos títulos e, ao mesmo tempo, concedemos-lhes e aos seus Bispos, segundo as circunstâncias, os direitos, as honras, as insígnias, os favores e as graças e os privilégios de que gozam, por direito comum, as outras igrejas catedrais e os seus prelados na América Latina, juntamente com todos os ônus e obrigações anexas.
Constituímos além disto, essas mesmas igrejas catedrais sufragâneas das igrejas metropolitana de São Paulo, no Brasil, e submetemos segundo o tempo, os seus bispos ao direito metropolitano do mesmo Arcebispo de São Paulo. Como, porém, as circunstâncias da época atual não permitam que nestas novas dioceses se instituam, no momento, cabidos de cônegos, concedemos que interinamente se elejam, de acordo com as normas do direito, Consultores Diocesanos em lugar dos Cônegos Capitulares.Queremos ainda e mandamos que, em ambas as novas dioceses, o mais cedo possível, se institua pelo menos o seminário diocesano menor, de acordo com o que prescreve o Código de Direito Canônico e com as normas estabelecidas pela Sagrada Congregação dos Seminários. Queremos, igualmente, que cada uma das Dioceses de Jaboticabal e de Rio Preto envie, sem interrupção, dois jovens escolhidos, ou pelo menos um, para o Pontifício Seminário Pio Latino Americano de Roma, a fim de que sob os auspícios do Romano Pontífice se constituam esperanças da Igreja. Relativamente ao que se refere ao regime e a administração das Dioceses, à eleição do Vigário Capitular ou Administrador, sede vacante, aos direitos e obrigações dos clérigos e dos fiéis e a outros assuntos idênticos mandamos que se observe o que a respeito estatuem os Sagrados Cânones.
Relativamente ao que se refere especialmente ao clero, estabelecemos que, uma vez feita a ereção das mencionadas dioceses, por isso mesmo se considerem clérigos incardinados na Igreja em cujo território vivam legitimamente. Constituam a mesa episcopal destas novas dioceses os emolumentos da Cúria e outras espórtulas que pelos fiéis, para cujo bem foram criadas as mesmas dioceses, costumam ser oferecidas, exceto as que para este fim já foram recolhidas.
Além disso, todos os documentos e atos referentes a estas novas dioceses, e seus clérigos e fiéis, devem ser antes entregues pela Secretaria do Bispado de São Carlos às respectivas Secretarias das novas dioceses, a fim de que se conservem em arquivos próprios.
Reservamos, finalmente, a Nós e à Sé Apostólica a faculdade de livremente decretar o desmembramento destas dioceses, sempre que isto nos aparecer oportuno no Senhor. Para mandar executar tudo o que acima está decretado e disposto, encarregamos o Venerável Irmão Benedito Aloysio Marsella, Arcebispo titular de Cesareia, em Mauritânia, Núncio Apostólico junto à República Brasileira, e ao mesmo concedemos as faculdades necessárias e oportunas, inclusive a de subdelegar, para o efeito do que se trata, a qualquer pessoa constituída em dignidade ou ofício eclesiástico e a de dirimir controvérsias, de qualquer forma, levantadas no ato de execução, imposto ao mesmo o ônus de transmitir à Sagrada Congregação Consistorial, dentro de seis meses a contar da data destas letras, um exemplar autêntico do seu cumprimento.
As presentes Letras e tudo o que nelas se contém, ainda mesmo que tenha interesse ou presuma tê-lo não fosse ouvido ou não estivesse de acordo, suposta ainda a hipótese de ser este digno de menção expressa, específica e individual, jamais poderão ser anotadas ou impugnadas do vício de subversão, obserção ou nulidade, ou de qualquer outro defeito, mesmo substancial ou imprevisto. As presentes Letras serão e prevalecerão sempre válidas como feitas por ciência certa e emanadas da plenitude do poder; terão e obterão os seus efeitos integrais e plenos, e devem ser observadas inviolavelmente por todos as que se referem. E, se acontecer o contrário, serem as presentes letras atacadas conscientes ou inconscientemente, por qualquer pessoa ou qualquer autoridade, queremos e determinamos que seja no presente e no futuro, inteiramente irrito e nulo o ato.
Queremos, finalmente, que os traslados mesmo impressos destas letras, subscritas, porém, por algum Notário público munidas do selo de alguma pessoa constituída em dignidade ou ofício eclesiástico, se dê a mesma fé que se lhes daria se fossem exibidas na original.
Enquanto for mister, não obstarão a estas Letras as regras públicas pelos Concílios Sinodais, Provinciais, Gerais e Universais, nem as constituições especiais e ordenações Apostólicas e outras disposições dos Romanos Pontífices, Nossos predecessores, ou quaisquer determinação contrárias. A ninguém é lícito infringir estas nossas Letras de desmembramento, ereção, concessão, derrogação, de ordem e de vontade Nossa.
Se alguém, porém, temerariamente tentar fazê-lo, saiba que incorre na indignação de Deus onipotente e dos seus Apóstolos São Pedro e São Paulo.
Dado em Roma, junto de São Pedro, no ano do Senhor de mil novecentos e vinte e nove, vigésimos quinto dia do mês de janeiro, sétimo ano do Nosso Pontificado.”
PADROEIRO DA DIOCESE
O Imaculado Coração da Bem-Aventurada Virgem Maria
Atendendo ao desejo do povo e o pedido de Dom Lafayette (primeiro Bispo da Diocese), o Papa Pio XII houve por bem declarar o Imaculado Coração da Bem-Aventurada Virgem Maria como principal padroeiro da Diocese de Rio Preto, por Breve de 17 de Agosto de 1954. A leitura do Breve e a consagração ao Imaculado Coração foram realizadas na Catedral de São José no dia 8 de Dezembro de 1954, por ocasião do encerramento do Ano Santo Mariano.
De 8 a 23 de Agosto de 1959, na primeira etapa das comemorações das bodas de ouro sacerdotais de Dom Lafayette Libânio, fez parte da programação a chegada da imagem do Imaculado Coração de Maria da cidade de São Paulo, após ter recebido a bênção na igreja de Santo Agostinho, celebrada pelo Cardeal Dom Carlos Carmelo de Vasconcelos Motta. Depois de ter percorrido todas as igrejas de São José do Rio Preto, no dia 23, a imagem chegou de helicóptero até o estádio de futebol “Mário Alves Mendonça”, onde foi celebrada missa pontifical com a presença de vários bispos, sacerdotes, religiosos com uma grande concentração de fiéis de toda a Diocese. O ponto alto da celebração foi a coroação da imagem por Dom Lafayette e a renovação da consagração da Diocese. Devido à declaração, cresceu na Diocese a devoção ao Imaculado Coração da Mãe de Deus. Foram construídas duas igrejas em sua honra: uma em Mendonça e outra em Rio Preto, no bairro Santa Cruz.
Abaixo, o Breve do Papa Pio XII, no qual se declara o Imaculado Coração da Bem-Aventurada Virgem Maria patrona da Diocese:
“Feliz por certo o povo, cuja rainha é a Mãe de Deus: assim pensam – como nós fomos informados – os fiéis da Diocese de Rio Preto, movidos como são por uma legítima piedade para com a Santa Mãe de Deus, livre de toda mácula.
Mas para que esta devoção, crescesse num progresso sempre mais feliz, e para que os limites do Reino de Deus, pela intercessão da Bem Aventurada Virgem Maria, se expandisse mais largamente, nosso venerável irmão Lafayette Libânio, Bispo de Rio Preto, nos pediu declarássemos o Imaculado Coração da Bem-Aventurada Virgem Maria padroeiro principal, junto de Deus, de sua diocese.
De boa mente nós atendemos a este pedido, porque é como vindo de nosso próprio coração.
Por isso, após termos consultado a Sagrada Congregação dos Ritos, depois de um estudo sério e de uma deliberação madura, com a plenitude do poder apostólico, nós proclamamos e declaramos pelas presentes letras que o Coração Imaculado da Bem Aventurada Virgem Maria será para sempre o principal padroeiro junto de Deus de toda a Diocese de Rio Preto, com todos os direitos e privilégios litúrgicos, devidos aos principais padroeiros das dioceses, não obstante todas as disposições em contrário.
Isto nós proclamamos e estabelecemos, decretando que as presentes letras subsistam e permaneçam firmes, válidas e eficazes, tenham seus efeitos plenos e íntegros, valham agora e no futuro, para aqueles aos quais se dirigem ou possam dirigir-se e que, segundo as regras, assim deve julgar-se e definir, que de hoje em diante seja inútil e vão tentar qualquer decisão em contrário, por quem quer que seja, por parte de qualquer autoridade, cientemente ou por ignorância.
Dado em Castel Gandolfo, sob o Anel do Pescador, no dia 17 de agosto do ano de 1954, 16º do nosso Pontificado.
Por especial mandado de Sua Santidade.
Pelo Cardeal para os negócios públicos da Igreja, Gildo Brugnola.”
PRIMEIRAS ASSOCIAÇÕES DE FIÉIS
A Igreja sempre organizou associações religiosas com a finalidade de incentivar o estudo da doutrina cristã, a frequência às práticas religiosas e à devoção. Vamos lembrar o nome de algumas das associações: para crianças (Anjo da Guarda, Cruzada Eucarística), para os jovens, moços e moças (Congregações Marianas), para as senhoras (Damas de Caridade) e para os homens (Irmãos do Santíssimo). Outros grupos de pessoas se reuniam conforme a sua devoção especial que tinham por um santo: associação de São José, do Rosário, de Santo Antônio, etc. e todas realizavam trabalhos sociais. Dom Lafayette Libânio criou a Associação das Cecilianas e dos Valerianos e para as jovens, a Goretinas. Mais tarde, vieram os Cursilhos de Cristandade; os movimentos dos carismáticos e dos jovens.
ORDENS RELIGIOSAS
Diversas ordens religiosas femininas já atuaram na Diocese de São José do Rio Preto. Entre elas, as religiosas de Santo André, que criaram um Colégio feminino em 1920 e permanecem atendendo hoje; as Franciscanas, que durante três décadas trabalharam junto aos enfermos da Santa Casa de Misericórdia local; as Irmãs da Providência de GAP (Rio Preto e Tanabi); as religiosas da Congregação de São José de Cluny (Lar de Fátima); as Missionárias de Jesus Crucificado (Rio Preto); as Irmãs da Ressurreição (Escola Pequeno Príncipe); as Missionárias do Coração Imaculado de Maria (José Bonifácio e Rio Preto); as Ursulinas do Santíssimo Crucifixo (Rio Preto); as Missionárias Servas da Igreja (Rio Preto); as Missionárias da Providência Santíssima (Neves Paulista, Poloni e Nipoã), as Apóstolas do Sagrado Coração de Jesus (Jaci e Nhandeara); as Irmãs Franciscanas do Coração de Maria (Votuporanga e Catanduva).
A DIOCESE E SEU CLERO
A região de Rio Preto sempre contou com a presença de sacerdotes seculares e religiosos. Alguns cuidaram de paróquias, como os Jesuítas que se instalaram na Paróquia de São José de 1916 a 1923. Vieram depois os Beneditinos, de 1923 a 1924. Na Paróquia de Nossa Senhora da Conceição Aparecida, na Boa Vista, os Franciscanos trabalharam de 1934 até 1966, quando construíram o convento e a Basílica. Para o lugar deles vieram então os Capuchinhos, que ficaram até 1995. Só então a Basílica teve à frente um padre diocesano.
A Diocese contou também com os Assuncionistas (no Seminário Menor), os Agostinianos (no Colégio São José – até os dias de hoje); os Combonianos (na Paróquia-Santuário São Judas Tadeu); e tantos outros, como os Doutrinários (de Catanduva), os Missionários do Coração Imaculado de Maria (de José Bonifácio), os Servos da Igreja (da Santa Terezinha) e os Franciscanos (de Jaci).
O clero diocesano, composto de sacerdotes seculares e religiosos, assume paróquias e capelas, e exercem atividades educacionais e sociais.
MUDANÇA DO NOME DA DIOCESE E O CO-PADROEIRO SÃO JOSÉ
Ao ser criada, toda diocese leva, normalmente, o nome da cidade-sede. Em 1929, como a cidade principal da nova diocese tinha o nome de Rio Preto, assim também ficou a sua denominação. Durante quase 40 anos, de 1906 a 1944, a cidade teve o nome reduzido, por ser “muito extenso”, para Rio Preto, subtraindo-lhe o nome do padroeiro, São José. A mudança de nome, com respaldo da lei estadual nº 1021, de 6 de novembro de 1906, aconteceu no período em que ela foi elevada à categoria de comarca, em 1904. O decreto foi criado para substituir os nomes de localidades que tivessem um ou mais homônimos no território nacional. A denominação inicial de São José do Rio Preto surgiu quando foi criado o arraial, em 1852, que é o resultado da união do santo padroeiro e do Rio Preto, de águas escuras, que passa pela cidade. O nome, que perdurou nos primeiros 50 anos, desde quando era arraial, depois vila, cidade e culminando com a comarca, venceu os percalços dos tempos e terminou um século avançando no caminho do progresso. Sempre foi reconhecido não só pelos habitantes e viajantes que por aqui passaram, como o visconde de Taunnay, mas principalmente, pelo poder constituído em todas as esferas do país.
A futura “capital do sertão”, diferente de outras cidades brasileiras que foram planejadas, como Campinas e Brasília, foi marcada desde a origem com a força da religiosidade de um povo que perdura até hoje. Foi sobre as terras de São José que a cidade nasceu, cresceu e continua em pleno desenvolvimento depois de 171 anos de existência. Em 1944, por ocasião dos festejos de comemoração do cinquentenário municipal, o nome voltava para São José do Rio Preto, que, embora longo, tinha uma história de direitos adquiridos com o nome de batismo da cidade. A mudança foi provocada por uma falsa notícia de que o Centro Geográfico do Rio de Janeiro queria mudá-lo para Iboruna. A manifestação dos rio-pretenses junto às autoridades estaduais e federais não só impediu a mudança, como conquistou, de maneira definitiva, a denominação primitiva. Uma das consequências deste período foi a denominação oficial que a Diocese de Rio Preto recebeu ao ser criada em 25 de janeiro de 1929. Na época, o Vaticano expediu a documentação de criação, a Bula “Sollicitudo Omniun Ecclesiarum”, respeitando o nome da cidade na época.
O terceiro Bispo diocesano, Dom Orani João Tempesta, hoje cardeal arcebispo do Rio de Janeiro, entendeu que a Diocese deveria ser denominada São José do Rio Preto, conforme o nome civil de origem e, agora, de forma definitiva, e também em respeito à devoção do povo rio-pretense por São José. Em 1º de setembro de 2002, enviou um pedido ao Papa João Paulo II, por meio da Nunciatura Apostólica no Brasil, solicitando a alteração da denominação da diocese e a concessão do título de São José como co-padroeiro diocesano. O pedido foi atendido, tendo a mudança sendo realizada no dia 19 de março de 2003 na Catedral, durante a celebração pontifical em louvor a São José.