Mobilização do Sínodo 2023 no Brasil foca na realização da primeira fase a ser realizada nas Igrejas Particulares

Na noite da quinta-feira, 29 de julho, das 19h30 às 21h, a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), por meio de grupo de trabalho especialmente instituído, promoveu a 1ª live sobre o Sínodo 2023 no Brasil. O Papa Francisco anunciou a convocação da XVI Assembleia Geral do Sínodo dos Bispos com o tema: “Por uma Igreja Sinodal: comunhão, participação e missão”.

Equipe de Animação do Sínodo no Brasil. Print de registro.

O encontro reuniu 244 pessoas de 303 inscrições de 208 dioceses brasileiras. A live atingiu a participação de 74.82% de participação das 278 circunscrições religiosas no Brasil. Integram o grupo de participantes os representantes enviados por dioceses, secretários executivos dos 19 regionais da CNBB e convidados. A coordenação da noite ficou a cargo da Equipe de Animação do Sínodo no Brasil.

O bispo-auxiliar do Rio de Janeiro (RJ), e secretário-geral da CNBB, dom Joel Portella Amado, coordenou a noite cujo papel foi apresentar as referências teológicos, jurídico e metodológicas sobre a realização de um Sínodo na Igreja Universal e o itinerário do Sínodo 2023 (etapas, metodologia, espiritualidade e processos)  às pessoas em postos-chave na Igreja no Brasil.

O foco desta primeira live, segundo o secretário-geral, foi mobilizar, sobretudo, os representantes das dioceses – Igrejas Locais – espaço onde vai se desenvolver a primeira fase do Sínodo 2023, prevista para ser realizada de outubro de 2021 a março de 2022. As outras duas fases são a Fase Continental, prevista para acontecer de setembro de 2022 a março de 2023, e a fase da Igreja Universal – o Sínodo propriamente dito – a ser realizada em outubro de 2023.

O monsenhor Antônio Luiz Catelan Ferreira, professor da PUC Rio e membro da Comissão Episcopal Pastoral para a Doutrina da Fé da CNBB, apresentou as referências históricas, teológicos e jurídicas sobre a realização do Sínodo dos Bispos na Igreja universal que constam do magistério da Igreja.  De acordo com o monsenhor, a realização da Assembleia Geral do Sínodos dos Bispos remonta ao Concílio Vaticano II.

A ideia de “colegialidade” por exemplo, segundo Catelan, é um dos temas aprofundados na Lumen Gentium, um dos documentos do Vaticano II.  O professor apontou como caminhos para aprofundamento sobre o que é o Sínodo o Discurso do papa na ocasião em que o sínodos completaram 50 anos, de 17 de outubro de 2015. Outro documento importante, citado por Catelan, é o que foi produzido pela Comissão Teológica Internacional, grupo de estudo sobre a sinodalidade na vida e na missão da Igreja do qual fez parte.

Sobre a oração e a espiritualidade nos Sínodos, Catelan acentuou a ênfase que o Papa Francisco tem dado à oração como atitude de escuta espiritual, para além de um aspecto meramente metodológico. De acordo com ele, Francisco tem buscado uma espiritualidade como momento para ouvir e ruminar as realidades que bispos e peritos trazem e deixar o Espírito Santo iluminar e produzir os consensos em tornos das questões importantes para a Igreja.

O assessor do Setor de Educação da Comissão Episcopal Pastoral de Educação e Cultura da CNBB, padre Júlio César Evangelista Rezende, explicou o itinerário metodológico do Sínodo 2023, com foco na fase preparatória diocesana. Estas, conforme apresentação realizada pelo padre, têm como finalidade a consulta ao Povo de Deus sobre o tema da Assembleia do Sínodo.

Na fase nas Igrejas Particulares, conforme orientação da secretaria do Sínodo, os “Bispos, submetem as questões, que devem ser tratadas na Assembleia sinodal, aos Presbíteros, Diáconos e fiéis leigos das suas Igrejas, individualmente ou associados. Sobretudo pode revelar-se fundamental a contribuição dos organismos de participação da Igreja particular, especialmente o Conselho Presbiteral e o Conselho Pastoral,  a partir dos quais verdadeiramente pode começar a tomar forma uma Igreja sinodal”.

Esta primeira fase tem os seguintes desdobramentos:

• § 1. A consulta do Povo de Deus realiza-se nas Igrejas particulares por meio das Conferências Episcopais.

• Em cada uma das Igrejas particulares, os Bispos realizam a consulta do Povo de Deus servindo-se dos Organismos de participação previstos pelo Direito, sem excluir qualquer outra modalidade que aqueles julguem oportuna. Ainda está previsto o envio do documento prévio de escuta a ser enviado pela Secretaria Geral do Sínodo em Roma.

• Cada uma das Igrejas particulares envia a sua contribuição à Conferência Episcopal do respetivo território. (Artigo 7º), no caso do Brasil à CNBB. As contribuições de cada Igreja particular deverão ser encaminhadas para o seguinte e-mail: sinodo_2023@cnbb.org.br

O que cabe aos bispos e conferências?

Cada bispo nomeará um responsável (equipe) diocesano da consulta sinodal, que possa atuar como ponto de referência e de ligação com a Conferência Episcopal e que acompanhe a consulta na Igreja particular em todas as suas etapas. (Antes de outubro de 2021).

• Cada Conferência Episcopal nomeará por sua vez um responsável (equipe) que possa atuar como ponto de referência e de ligação tanto com os responsáveis diocesanos quanto com a Secretaria Geral do Sínodo. (Antes de outubro de 2021).

Confira aqui a apresentação em arquivo pdf : Sínodo 2023

Material retirado do site: https://www.cnbb.org.br/mobilizacao-do-sinodo-2023-no-brasil-foca-na-realizacao-da-primeira-fase-a-ser-realizada-nas-igrejas-particulares/