O CRISTÃO LEIGO, SINAL DE ESPERANÇA PARA A IGREJA E PARA O MUNDO

Tive a imensa alegria de poder escrever essa breve coluna do jornal Diocese Hoje nesse ano de 2018, quando a Igreja no Brasil celebrou o Ano Nacional do Laicato, que chegou ao seu término na Solenidade de Cristo Rei do Universo. O Documento 105 da CNBB, que trata da missão do leigo na Igreja e na sociedade, foi o nosso referencial para as reflexões dessa coluna. O Documento é muito rico e profundo em suas reflexões, e abordei apenas de modo muito superficial alguns temas que achei importante partilhar com vocês, meus queridos irmãos diocesanos. Espero que essa breve coluna tenha ajudado a despertar em vocês o desejo de ler e estudar o Documento 105, seja individualmente, em família, nas pequenas comunidades, ou nos movimentos, pastorais e grupos paroquiais, em que você faça parte aí em sua Paróquia.

Procurei frisar em minhas reflexões sobre o papel do cristão leigo na sociedade, dando menos destaque para o importantíssimo papel que o leigo desempenha na Igreja, atuando em diversas frentes de evangelização e ação pastoral. Isso se deu pelo fato assustador da grande carência de autênticas lideranças cristãs que existe atualmente em nossa sociedade, nos seus mais diversos segmentos, que é uma consequência, como já refleti anteriormente, de um forte clericalismo dos leigos que ocorre em muitas de nossas comunidades paroquiais, além do fato de que muitos cristãos leigos estão se “escondendo” no interior da Igreja para não assumirem seus compromissos na sociedade.

Isso não quer dizer que o cristão leigo deva abandonar seu trabalho pastoral e evangelizador no interior da Igreja, mas é um alerta para o fato de que existe um grande vazio de lideranças cristãs maduras e conscientes em nossa sociedade; vazio esse que é ocupado, não raro, por pessoas que se dizem cristãs, mas são movidas por interesses ideológicos e partidários que, muitas vezes, são contrários aos valores do Evangelho.

Eis o grande desafio que o Ano Nacional do Laicato lançou a todos os cristãos leigos e leigas: de serem um forte sinal de esperança não somente dentro da Igreja, mas também em nossa sociedade contemporânea, que embora ainda conserve e até mesmo amadureça em muitos valores compatíveis com o Evangelho, ela também tem sofrido um forte processo de descristianização, que corre a largos passos. Eis que o Senhor nos chama a sermos uma Igreja, Povo de Deus, em saída. Vamos nos lançar confiantes na missão que Jesus nos confiou.

 

Flávio Cividanes de Quero
Paróquia Santa Izabel de Portugal
Uchôa, SP

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