Ordenação: a resposta do Padre Fernando à pergunta que mudou sua vida

Você nunca pensou em ser padre?” A pergunta dirigida a Fernando Renato Salzillo Pereira, dia 15 de março de 2008, às 9 da noite, diante da imagem de São Miguel Arcanjo, na Capela e bairro que, na cidade de Uchoa, igualmente levam o nome do “Príncipe da Milícia Celeste”, mudou para sempre a vida daquele jovem. Na sexta-feira, 29 de julho de 2022, a resposta se materializou no segundo grau do Sacramento da Ordem: sim, Fernando agora é padre!

O bispo de São José do Rio Preto, Dom Antonio Emidio Vilar, sdb, recordou que a escolha, porém, não partiu do vocacionado. “Deus te amou primeiro”, disse o religioso. O lema escolhido pelo neo-sacerdote dá a dimensão desse entendimento: “Seduziste-me, Senhor, e deixei-me seduzir” (Jr 20, 7). Também presente à celebração estava o padre Cândido Fernandes Perez, que – há 14 anos – foi o autor da pergunta vocacional que deu início a essa história.

Biografia

Filho de Sueli Aparecida Salzillo  Corcini e Antônio Rodrigues Pereira, o padre Fernando nasceu em Mauá, mas logo se mudou para Uchoa. Foi na Capela São Miguel Arcanjo que recebeu os Sacramentos da Iniciação Cristã. Aos 17 anos, fez uma experiência vocacional no Instituto Missionário Coração Imaculado de Maria, em José Bonifácio. Dois anos mais tarde, ingressou no Seminário Propedêutico Nossa Senhora da Paz; sendo admitido, na sequência, no Seminário Diocesano Sagrado Coração de Jesus. Concluídos os estudos teológicos e filosóficos, e depois de ter desempenhado estágio pastoral em diversas Comunidades, foi ordenado Diácono no dia 27 de janeiro de 2022, em Celebração Eucarística presidida pelo arcebispo de Ribeirão Preto e administrador apostólico à época, dom Moacir Silva.

Partilha

Recordando que o padre não é para si, mas para os outros, Dom Vilar elencou São João Maria Vianney como um modelo para o padre Fernando. O bispo também citou o padre Donizetti Tavares de Lima, de Tambaú/SP, e o monsenhor Angelo Angioni, de José Bonifácio. “Hoje você recebe uma graça. A condição para produzir frutos é estar unido a Cristo. Tenha a Bíblia na mão, a Palavra de Deus no coração e a fé na missão. As pessoas precisam se saciar nas fontes da misericórdia e da paz”, disse o epíscopo.

Ainda no trânsito de sua homilia, Dom Vilar indicou as “ovelhas mais frágeis e vulneráveis” como aquelas a quem o novo padre deverá privilegiar. “A Comunidade Eclesial é rica em dons. O líder não é aquele que faz tudo, mas que anima a fazer. Rezamos para que Deus envie operários generosos, dispostos a ir às periferias existenciais. Damos graças pelo seu sim total”, concluiu o bispo.

Compromissos

Quero, aqui, que todos saibam: consideradas as experiências vividas, serei um confessor misericordioso; que não julga, que não tem respostas fechadas ou prontas, mas um coração aberto como deseja o Papa Francisco. (…)Espero viver uma ‘Igreja hospital’ que acolhe doentes a uma ‘Igreja fórum’, que julga e sentencia. Não somos juízes. Só Deus o é! Também serei um presbítero mais dedicado à oração: quero conversar com todas as correntes de pensamento, quero buscar ferramentas para que a minha interação com as ovelhas se dê por meio daquilo que elas buscam como respostas não a partir do que eu pretenda impor como solução. Eu quero ter o cheiro dessas ovelhas e não que elas tenham o perfume da minha prepotência”, disse o padre Fernando em seus agradecimentos .

Dedicando palavras de gratidão a Dom Vilar, ao padre Luiz Caputo (com quem o padre Fernando trabalhará no Santuário São Judas Tadeu), ao padre Rivaldo Celson Alves, da Paróquia Santa Isabel de Portugal (onde aconteceu a Ordenação Presbiteral), aos seminaristas, entre tantas outras pessoas importantes em sua formação, o presbítero também fez uma menção especial à sua família. “Sei o que passei para chegar até aqui: minha família também sabe. Meus amigos também sabem. Que o segundo grau do Sacramento da Ordem não seja um troféu pelos sacrifícios superados, mas a chave que abre o Sacrário onde se encontra o verdadeiro tesouro: Nosso Senhor Jesus Cristo”, concluiu o neo-sacerdote que, um dia, pensou em ser padre…

 

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André Botelho
Jornalista / Assessoria de Imprensa
Diocese de São José do Rio Preto