Tráfico de Seres Humanos: com a pandemia as vítimas são invisíveis

“Save the Children” lançou um Relatório sobre a situação do Tráfico de Seres Humanos no qual afirma que com a pandemia as vítimas são menos visíveis e mais difíceis de serem rastreadas e as redes criminosas deslocaram seu trabalho para dentro das casas e sobretudo online

 

Estar nas mãos de traficantes sem escrúpulos, explorados em trabalho humilhante ou explorados sexualmente, sem qualquer esperança de resgate ou salvação. Antes da pandemia havia 50.000 vítimas confirmadas de tráfico humano em 2018 em todo o mundo, um número que provavelmente terá aumentado com a crise da Covid-19 que levou mais 142 milhões de crianças e adolescentes para a pobreza. De fato, nas fases agudas da pandemia, as medidas de isolamento deixaram 1,6 bilhões de meninos e meninas fora da escola, com a séria consequência de um forte aumento do abandono escolar e um maior risco de tráfico e exploração no trabalho ou sexual, casamentos forçados ou gravidez precoce, particularmente nos países de baixa renda. Estima-se que só a exploração do trabalho poderia acabar com a vida de outros 8,9 milhões de crianças e adolescentes até o final de 2022, mais da metade deles com menos de 11 anos de idade. São informações da Organização Save the Children que publicou o Relatório “Little Invisible Slaves” (Pequenos escravos invisíveis) em vista do dia 30 de julho que é dedicado ao Dia Mundial contra o Tráfico de Seres Humanos.

 

Com a pandemia vítimas invisíveis
O 11° Relatório do Save the Children focado em crianças vítimas do tráfico, evidenciou que a crise da Covid-19 tornou as vítimas menos visíveis e mais difíceis de serem rastreadas à medida que as redes criminosas deslocaram seu trabalho para dentro das casas e online. Aumentando o número de crianças vítimas da prostituição do contrabando de drogas ou o trabalho forçado. A combinação de pobreza, fechamento de escolas e mais tempo online aumentaram o risco de se tornarem vítimas do tráfico.

 

Maioria das vítimas são meninas
O relatório constatou que a Europa Ocidental e do Sul teve o maior número confirmado de casos de tráfico de crianças em todo o mundo, com 4.168 crianças vítimas. Globalmente mais de uma em cada três vítimas confirmadas do tráfico (34%) é criança, a maioria meninas – uma porcentagem que mais do que triplicou nos últimos 15 anos. Em algumas regiões de baixa renda, cerca da metade das vítimas são crianças. As meninas são principalmente traficadas para exploração sexual (72%), enquanto os meninos são em sua maioria traficados para trabalhar (66%).

 

Aumenta a exploração online
Save the Children afirma também em seu Relatório que os números provavelmente são a ponta do iceberg, pois mostram apenas casos registrados e o mercado do tráfico pode ter mudando, mas não mostra sinais de diminuição. Segundo a Europol, a tecnologia ampliou a capacidade das redes criminosas, tanto nos países de origem quanto nos de trânsito e destino. Pois podem utilizar comunicações criptografadas, evitando assim a interação direta com as vítimas recrutadas, evitando também o contato com a polícia e obtendo o acesso a aplicativos baseados em GPS. Segundo a Organização Save the Children até agora não houve comprometimento suficiente dos governos para monitorar, prevenir e combater o tráfico de crianças. A Organização dirige vários programas para e com as vítimas do tráfico na Itália. Concluindo foi afirmado que é vital fortalecer a colaboração entre todos os envolvidos, das forças policiais aos provedores de serviços online e ONGs, e responder adequadamente ao crescimento da exploração online.

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Reprodução: Vatican News | 28/07/21