Cidade do Vaticano
A Conferência Episcopal Venezuelana divulgou na segunda-feira (23/04) mais uma declaração a respeito da crise política e humanitária no país.
Os bispos comprovam “alarmados” que os males apontados na última Exortação Pastoral se agravaram: hiperinflação, fome, desemprego, empobrecimento geral da população, aparição incontrolável de epidemias, carência generalizada dos serviços públicos de saúde, luz elétrica, agua e gás.
“Tudo isso diante da surpreendente indiferença dos responsáveis governamentais”, denuncia a Igreja, que alerta ainda para o aumento da emigração e da censura.
Adiamento das eleições
“Diante dos problemas humanos de tal magnitude – lê-se na declaração –, se deslegitima a realização das eleições presidenciais convocadas para o próximo 20 de maio. Tal como estão concebidas, sem as suficientes garantias, longe de contribuir para uma solução da crise que vive o país, podem agravá-la e conduzi-lo a uma catástrofe humanitária sem precedentes.” Por isso, os bispos consideram urgente o adiamento das eleições para o último trimestre do ano.
Apelos
Por fim, a Conferência Episcopal dirige seu enésimo apelo em primeiro lugar aos governantes e aos responsáveis pela nação, para que se conscientizem de sua responsabilidade perante esses males e escutem o povo. Em segundo lugar, a todos os venezuelanos, para que tomem consciência de que está em jogo a existência do país como nação livre, fraterna e democrática.
Os Bispos concluem a declaração com uma mensagem de esperança, de que os fiéis em Jesus Cristo têm a fé e a convicção de que a última palavra não é a solidão, o sofrimento nem a desesperança, mas a força transformadora da vida de Deus.
“Com a força da fé e o impulso da esperança, é possível assumir valentes e decididas atitudes de solidariedade e dar um rumo diferente a esta história de morte. Cristo quer nossa conversão pessoal e comunitária. Em Deus se fundamenta a nossa fé na transformação este da Venezuela e de seus habitantes.