“VAI E FAÇA VOCÊ A MESMA COISA”
Leituras
Deuteronômio 30,10-14. Escuta a voz do Senhor teu Deus.
Salmo 68/69,14.17.30-31.33-34. Cantando eu louvarei o vosso nome.
Colossenses 1,15-20. Tudo foi criado por meio dele e para ele.
Lucas 10,25-37. E quem é o meu próximo?
1- PONTO DE PARTIDA
Domingo do bom samaritano. Neste 15º Domingo do Tempo Comum, fazemos memória do Cristo que se faz samaritano de nossa humanidade dividida e sofredora.
O bom samaritano usou de misericórdia e compaixão para com o homem que caiu nas mãos dos assaltantes: cuidou de suas feridas, fazendo curativo e derramando óleo e vinho: transportou o homem para uma pensão em seu próprio animal e assumiu as despesas e ainda recomendou cuidados ao necessitado.
2- REFLEXÃO BÍBLICA, EXEGÉTICA E LITÚRGICA
Contemplando os textos
Primeira leitura – Deuteronômio 30,10-14. O livro do Deuteronômio é uma catequese feita pelos levitas itinerantes do tempo da Bíblia. Tinha por finalidade orientar e ensinar o caminho da justiça e da fraternidade mesmo diante dos conflitos e desafios da vida. O texto de hoje lembra que o ensinamento de Deus é simples e acessível a todos.
Esta passagem se situa na última parte do terceiro e último grande discurso de Moisés a seu povo (Deuteronômio 29-30). Moisés insiste em pedir ao povo escolherem deliberadamente entre os “dois caminhos” do bem e do mal, o que conduzirá à felicidade e o que conduzirá à infelicidade.
E exortação inicial que Moisés faz a todo o povo de Israel é escutar a voz de Deus e observar seus mandamentos e suas leis. E nisto há um relacionamento muito profundo, pois escutar a voz de Deus significa observar seus mandamentos e leis.
Moisés mostra de que modo a santidade e a transparência de Deus são temperadas por sua proximidade. Não devemos procurar Deus nos confins do mundo, como muitos do incansável (versículos 12-13): Deus está próximo do ser humano, pois o fez à sua imagem e semelhança e prepara-se para nele fazer, através de seu Filho, a sua morada (versículo 14). A transcendência de Deus fez-se palavra e é humana, a fim de ser percebida a vivida pelo ser humano.
A Palavra de Deus está próxima do israelita, ela está na sua boca e no seu coração. Isto é, ela está ao alcance de todos. E por isso todos os israelitas tinham as condições de praticar a Palavra de Deus. Se eles não a observavam e não prestaram atenção à voz do Senhor é porque não amavam a seu Deus de todo o coração, com toda a sua alma e com todas as suas forças (Deuteronômio 6,4s).
O mistério desta Palavra é o de estar ao mesmo tempo, na boca e no ouvido (versículo 14), Palavra que é preciso escutar, Palavra que é preciso professar. É o motivo pelo qual Cristo dará um significado bem particular à cura dos surdos-mudos (Marcos 7,31-37), colocando em evidencia que somos mudos só porque somos surdos e não sabemos escutar. Portanto, o Deus da lei não é um Deus autoritário, que transmite pela Palavra uma vontade inacessível: é o Deus do diálogo, que gosta de falar para fazer-se ouvir e espera que lhe respondam.
Realização em plenitude da Palavra de Deus, o Evangelho também não é uma exigência fora do alcance humano. Para todo aquele que se coloca em atitude de abertura e de escuta, a todo aquele que recebe o Verbo Eterno vindo entre nós, o jugo desta Palavra parecerá leve, e só haverá um breve instante entre a escuta e a realização, entre os ouvidos e os lábios.
Os israelitas talvez até amassem mais os deuses pagãos dos povos estrangeiros do que a Javé. E nós, os ouvintes desta Palavra de Deus neste domingo? Nós amamos a Deus de todo o coração, com toda a alma e com todas as forças? Ou talvez amamos mais os ídolos pagãos dos povos estrangeiros, os deuses da mídia que nos apresentam sob a forma da idolatria da riqueza, quer individual, quer coletiva, da idolatria do consumismo, do sexo despersonalizado, do egocentrismo, da busca e do prestígio a qualquer preço?
Salmo responsorial – Salmo 68/69,14.17.30-31.33-34. É um salmo sapiencial com elementos de ação de graças e súplica individual. Um inocente foi acusado de coisas graves, corre o risco de vida e por isso clama: “Salva-me” (versículo 2a), “responde-me” (versículo 17). “Olhos e ouvidos” de Deus significam em termos humanos o caráter pessoal de sua relação com as criaturas.
O rosto de Deus neste salmo. É um rosto muito bonito e difícil de mostrar em poucas palavras. O inocente apela para a bondade, amor e compaixão de Javé (versículo 17), características próprias do Deus da Aliança. O inocente, portanto, vive numa sociedade opressora, mentirosa e exploradora, um novo Egito, e pede que Javé, o Deus da Aliança, provoque em favor dele (e dos pobres e indigentes) um novo êxodo de liberdade e de vida. É interessante, ainda, observar os nomes dados a Deus neste salmo. Eles pretendem abraçar toda a história do povo, mostrando que Deus é sempre o “aliado fiel”, aquele que ouve os sofredores e nunca rejeita os seus cativos (versículo 34).
Já vimos, em outros salmos de súplica individual, que Jesus não se omite diante do clamor dos pobres, inocentes e injustiçados. Este salmo é citado duas vezes na vida de Jesus (João 2,17 e Mateus 27,34.48). E sabemos que Jesus ouviu o clamor de todos.
São João aplica o versículo 21 deste salmo a Cristo morto na cruz (João 19,36), reconhecendo a proteção do Pai sobre o corpo já morto do seu Filho. Esta proteção não é tardia; pelo contrário, prova que o pode de Deus supera a morte.
Cantando hoje este salmo expressemos diante do Senhor a nossa confiança e peçamos que Ele mesmo venha ao encontro de nossas fraquezas e nos ajude a cumprir em nossa vida a sua Palavra.
HUMILDES, BUSCAI A DEUS E ALEGRAI-VOS:
O VOSSO CORAÇÃO REVIVERÁ!
Segunda leitura – Colossenses 1,15-20. A comunidade de Colossos era composta por pessoas vindas do paganismo. Estava havendo dificuldades na interpretação da fé, com sérias conseqüências para a prática. Paulo, informado da situação, escreve da prisão.
Contexto: o hino que constitui a segunda leitura deste domingo é uma referencia explícita à redenção, enquanto remissão dos pecados, e traz presente na mente de Paulo a festa do Kippurim (Expiação). A conexão entre o Ano Jubilar e a redenção foi feita pelo próprio Cristo em Lucas 4,18 citando Isaias 61,1s. a festa do Kippurim no tempo do Novo Testamento estava unida com a festa do Ano Novo, então período para a remissão dos pecados e reconciliação de Israel com Deus.
A liturgia da festa do novo ano, aniversário da criação, lembra o múnus (trabalho) de Cristo na criação. O que foi dito da Sabedoria e da lei como mediadoras respectivamente da “criação e da redenção” foi aplicado por Paulo a Cristo, verdadeiro e único mediador da criação (1Coríntios 8,6) e Redenção (Romanos 5,10). Assim no hino se entrelaçam a ordem da criação e a ordem da redenção (nova-criação).
De fato, o hino começa no versículo 14. No contexto atual o hino diz respeito ao Cristo encarnado na história da salvação e nosso único mediador, pois a criação faz parte da história da salvação, e não se trata apenas de um fato filosófico.
Na primeira parte (versículos 14-17) Paulo fala de Cristo como pessoa histórica e Filho único de Deus, feito homem. Este ser concreto e encarnado nasceu em Belém, no tempo do rei Herodes (cf. Lucas 1-2), a “imagem de Deus” enquanto reflete na natureza humana e visível a imagem do Deus invisível (cf. 2Coríntios 4,4; Hebreus 1,3), e como criatura é primogênito na ordem da criação, uma primazia mais de excelência e causa que de tempo, pois quando o Cristo assumiu a humanidade, desde há muito os homens já eram.
Como primogênito participou ativamente da criação qual causa e exemplo (Provérbios 8,27-30) e de todos os seres do universo. Tudo o que existe são criaturas, nenhum poder angélico ou celeste escapa do seu domínio. Como Deus é Senhor dos astros (Gênesis 1), também Cristo é Senhor dos anjos, á anterior a tudo, e tudo Dele tira origem. Conseqüência desta afirmação é que nenhuma salvação poderá ser esperada dessas criaturas, pois são apenas criaturas. Só o Cristo, por quem Deus criou, é fonte de salvação. A conexão então entre “criação e redenção” se faz explícita. Só quem fora mediador da criação, poderia sê-lo da redenção. Cristo criou, mantém e dá sentido ao universo, que marcha para Ele. Ele não esteve ou estará presente em alguns momentos da história da humanidade, Ele está desde sempre, e assim será até a Parusia. A criação não é um fato do passado, ela continua a acontecer, e Cristo será sempre o mediador das relações entre Deus e o mundo, que nos faz compreensível o mundo como criação.
“Ele é a cabeça do corpo, isto é, da Igreja”. Ao seu redor constitui-se uma comunidade de salvação, a Igreja, e nessa comunidade Ele tem a preeminência, é Cabeça. Em Romanos 12 e 1Coríntios 12, Corpo designa a comunidade dos fiéis, aqui e em Efésios, Cristo é apresentado como Cabeça do Corpo, que é a Igreja.
“Ele é o princípio, o primogênito dentre os mortos; de sorte que em tudo ele tem a primazia…”. O versículo 2,9 especifica que tipo de Plenitude o Pai lhe deu, “plenitude da divindade”. Ser salvo é participar da divindade e Cristo possuindo em si essa plenitude torna-se fonte de salvação.
Em suma, o hino quer nos mostrar que a redenção é possível e real porque o Redentor e o Criador são um. A redenção então não é um método para se sair do mundo, ela acontece dentro do mundo e tem por finalidade levar o mundo a sua origem, levar a Deus pelo Cristo.
Evangelho – Lucas 10,25-37. O trecho do Evangelho de hoje proclamado na liturgia, capítulo 10 de Lucas, está inserido após o ministério de Jesus na Galiléia. Jesus está em viagem para Jerusalém (cf. 9,51—19,27), no caminho faz o bem, é rejeitado pelos samaritanos como vimos domingo passado (cf. 9,51-56), ensina como segui-Lo (cf. 9,57-62), envia os setenta e dois discípulos e escuta-os no retorno da missão (cf. 10,1-24). Após exultar de alegria por Deus ter revelado os mistérios do Reino aos pequeninos, é abordado por um jurista, que, pondo-o à prova, pergunta-lhe sobre o maior mandamento. Jesus responde a ele contando a parábola do bom samaritano: uma espécie de espelho para que o jurista veja melhor sua ação e conduta.
Um sacerdote e um levita casualmente voltavam de suas funções no Templo de Jerusalém para casa, pelo mesmo caminho, pois Jericó era cidade onde viviam muitos sacerdotes; passaram com descaso pelo coitado semimorto, dando volta dele sem prestar-lhe socorro e sem ter compaixão. Tocar um morto os tornava impuros para o culto (Levítico 21,1). Outros motivos de não prestar-lhe socorro seriam: pressa, medo de cair nas mãos de assaltantes, não se incomodar – numa palavra, o bem-estar pessoal foi mais forte do que o sentimento de misericórdia. Era uma estrada muito perigosa porque tinham muitos assaltos. Como profissionais, serviam ao Senhor e representavam o povo, devendo ser modelo de amor a Deus. E o amor ao próximo? O culto e a misericórdia andavam separados em sua mente e na prática também.
Passou também um samaritano que agiu diferentemente do sacerdote e do levita em favor do pobre homem. Judeus e samaritanos eram inimigos. Não interroga sobre a origem da pessoa, mas entra logo em ação, vendo no homem caído um necessitado. O samaritano deve ter notado logo que se tratava de “um judeu”, e assim, deu exemplo de verdadeiro amor em favor de um inimigo. O bom samaritano é “tomado de compaixão”, (versículo 33). Esta palavra, em grego, designa unicamente a misericórdia de Deus ou a de Cristo (Mateus 9,36; 14,14; Lucas 7,13; 15,20). Misericórdia é um sentimento divino que inspira o samaritano; ele é, assim, a imagem de Deus, a revelação do amor de Deus pela pessoa humana. Fez com aquele pobre homem tudo que podia – 6 atos de caridade, que vão desde o momento presente até o restabelecimento: aproximou-se (presença), fez curativos nas feridas, levou-o a uma pensão, cuidou dele, deixou quem o atendesse e pagou as despesas (versículos 34s). Com isso cumpriu à risca o preceito do amor; não foi heroísmo, mas fez tudo que era necessário para salvar uma vida.
O sacerdote e o levita serviram a Deus, não socorreram o próximo sofredor; o samaritano os superou no cumprimento da Lei: “Eu quero misericórdia, não sacrifícios” (Oséias 6,6). É que ele teve o coração aberto às necessidades do próximo, comoveu-se até às entranhas frente a miséria humana. O grande obstáculo é a dureza de coração e o orgulho doutrinal. Bem aventurados os misericordiosos (Mateus 5,7).
Enfim, o esquema de nossa parábola se assemelha curiosamente ao da parábola do “bom pastor” e do “filho do dono da vinha” (João 10; Lucas 20,9-18). Assim como o bom pastor vem salvar as ovelhas despojadas, atacadas e levadas à morte (João 10,10), e que o filho do dono da vinha se apresenta depois dos profetas enviados em vão, o bom samaritano chega assim depois dos sacerdotes e levitas, que não quiseram nem puderam salvar o homem ferido. O samaritano revela o amor de Deus à humanidade; ele cuida dela pelos sacramentos do óleo e do vinho, e a confia à hospedaria da Igreja.
Cristo vem sob o aspecto de um samaritano, isto é, de um desprezado (João 8,48), como o filho do dono da vinha, para revelar o amor de Deus, onde as técnicas pagãs e judaicas da salvação fracassaram. Alias, a parábola do bom samaritano pode ter sido inspirada a Cristo por 2Crônicas 28,15, onde samaritanos utilizam, em relação aos judeus, processos caritativos semelhantes aos que são ressaltados na narrativa de Lucas:: menção de Jericó, cuidados feitos a sobreviventes de um massacre, transporte dos estropiados em cavalos, preocupação em “abrigá-los”.
Luca quer mostrar com a parábola o significado sobre o grande mandamento e que o dever da “caridade” tomou novas exigências, desde Cristo. Já não basta amar seu próximo como a si mesmo; é preciso perguntar-se de que modo ser o próximo do outro e amá-lo da maneira como Deus o ama. É a intenção do discurso depois da Ceia, onde é dado um mandamento novo: amar o outro como nós mesmos fomos amados (João 13,24). Portanto, é importante tomar consciência de que pertencemos a essa humanidade ferida, deixada meio morta na beira da estrada, e que Cristo veio salvar. A caridade não é mais compreendida então como uma simples obrigação moral, mas como o reflexo do próprio amor de Deus, o sinal dos últimos tempos, nos quais a misericórdia divina vem substituir os meios judaicos de salvação. Deslocando a discussão sobre o grande mandamento e fazendo-a desembocar na parábola do bom samaritano, Lucas apresenta a doutrina da caridade.
O amor ao próximo tem sua vitalidade no amor a Deus, do qual é garantia. Não é possível um amor autentico ao próximo sem o de Deus e vive-versa. Separar o amor ao próximo do amor a Deus, seu princípio fundamental, é reduzi-lo a pura filantropia.
O amor cristão ao próximo é muito mais que um amor à humanidade ideal; o próximo são as pessoas concretas que andam ao nosso redor, razão de não ser tão cômodo tal amor. O amor cristão fundamenta-se na vontade de Deus e no fato de que todas as pessoas são filhos do mesmo Pai e por Ele amados. Como tal o amor não depende de sentimentos e inclinações, possibilitando um serviço desinteressado ao outro, até mesmo inimigo (Lucas 22,26; Marcos 9,35; 10,43s; Mateus 5,44).
O essencial no preceito do amor não é o sentimento, mas a decisão de ajudar o outro, que em certos momentos pode exigir renúncias pessoais de notabilidade. Jesus, em sua pregação, partiu para o radicalismo do mandamento do amor, condenando a ira (Mateus 5,21) e a vingança (Mateus 5,38-42), exigindo o amor aos inimigos (Mateus 25,43-48) e o perdão ilimitado, (Mateus 18,21s cf. Lucas 17,4). Se o amor a Deus é preceito fundamental, o mesmo podemos dizer doa amor ao próximo, a ponto de o juízo final ser montado segundo o critério das boas obras (Mateus 25,31-46).
3- DA PALAVRA CELEBRADA AO COTIDIANO DA VIDA
As leituras de hoje nos levam a rever nossas opções. Uma revisão a partir do coração. As perguntas feitas pelo jurista podem também ser nossas: “Mestre, que devo fazer para receber em herança a vida eterna?” (v. 25). “Quem é o meu próximo?” (v. 29). Como o jurista, merecemos ouvir a parábola exemplar do bom samaritano, para que através desse espelho sejamos capazes de enxergar e avaliar nossa prática.
Ressoa em nosso coração a última pergunta de Jesus: “Na tua opinião, qual dos três foi o próximo do homem que caiu nas mãos dos assaltantes?” (v.36). “Próximo não é aquele que se encontra em meu caminho, mas aquele em cujo caminho me coloco” (Gustavo Gutiérrez). Para Jesus, onde se clama por misericórdia, aí o amor ao próximo intima à ação. O samaritano de ontem nos faz lembrar samaritanos e samaritanas de hoje. Sem dúvida são milhares espalhados pelo mundo.
Há muitas pessoas e grupos que se fazem próximos dos outros, como, por exemplo, a Pastoral da Criança. Quantas pessoas que se dedicam a esse trabalho incansável e que traz resultados tão esperançosos: “A trajetória da Pastoral da Criança é repleta de histórias de esperança, conquistas, superação das dificuldades e transformação da realidade. O acompanhamento das famílias e crianças em cada comunidade é um exemplo de que a sociedade organizada é capaz de fazer na busca de soluções para os problemas sociais […]. Os números revelam que o trabalho da Pastoral da Criança é bem recebido em todos os cantos do país. Isto graças a atuação da boa samaritana Zilda Arns que está na eternidade. No entanto, mais do que crescer e salvar vidas, a Pastoral da Criança quer mudar vidas, de crianças, de mulheres, de homens, de gente acompanhada, orientada, iluminada pela vontade de ajudar, de ver crianças crescendo e se desenvolvendo. São muitos os números que cercam esse trabalho de sucesso, mas o mais importante dos dígitos não foi e nunca será contabilizado: a transformação social das comunidades, que têm como protagonistas os próprios voluntários e famílias acompanhadas”.
Todas essas ações são fruto da compaixão. São muitos os caídos pela estrada, feridos, perdidos, com medo, sem esperança. Permanece o apelo e o mandato do Senhor. “Vai e faze a mesma coisa” (v. 37).
4- A PALAVRA SE FAZ CELEBRAÇÃO
A relação íntima com Jesus
Cora Coralina, em um dos seus poemas escreveu: “nada do que vivemos tem sentido, se não tocarmos o coração das pessoas”. Ela é ousada na forma com que diz o sentido da vida. Faz uma antropologia. Dizendo de outra forma, o sentido da vida tem a ver com a ponte relacional que estabelecemos uns com os outros. Em chave religiosa e bíblica, poderíamos falar em comunhão. É a comunhão que desentranha o horizonte da existência.
Na missa, um dos ritos que melhor expressa a relação íntima e profunda com o próximo que é Jesus, chama-se Rito da comunhão. Vamos ao seu encontro, para que o Senhor permaneça em nós, ao acolher sua Palavra, como gosta de falar o Evangelho de João (cf. antífona da comunhão) e continue a passar pela história fazendo o bem, conforme rezamos na Oração Eucarística VI-D.
Logo, a experiência do seguimento a Jesus vem por conseqüência ir ao próximo e se inclinar sobre ele para lhe recuperar a vida.
Para que cresça em nós a salvação
A oração depois da comunhão deste domingo nos estimula a rezar, para que “cresça em nós a […] salvação cada vez que celebramos”. A adesão ao amor de Deus é libertadora. O que nos faz entender que a reunião dos crentes nos provoca uma conversão (cf. Oração do dia), a fim de que o sonho de Deus para seu povo chegue à realidade.
No fim das contas, a liturgia deste domingo reitera que não é possível amar a Deus, sem amar aos irmãos. Jesus que é a própria face humana de Deus, em todos os gestos que praticou ensina a amá-lo em suas criaturas, em particular, dos que estão feridos de morte. Conseqüentemente, nós, cristãos, entendemos que, mergulhados no amor dele, encontramos a Deus e permitimos a salvação agir em nós.
As palavras de Jesus ao mestre da Lei ressoam até hoje para nós: “vai e faze a mesma coisa”. Entendamos este mandato de Jesus de amar o próximo, associado ao mandato eucarístico: “fazei isso em memória de mim”.
5- LIGANDO A PALAVRA COM A AÇÃO EUCARÍSTICA
Nesta celebração litúrgica, entramos em relação com Deus através de Cristo, que está presente em nosso meio. Ele – a cabeça do corpo que é a Igreja, que somos nós – é o princípio e o primogênito. Cristo é a face humana de Deus, como diz Paulo: imagem do Deus invisível. Um Deus misericordioso, cheio de compaixão. Na escuta, nas ações simbólicas vamos experimentar o amor incansável de deus, que amou tanto que foi capaz de entregar seu próprio Filho.
Celebrando o mistério pascal do Senhor, somos transformados para uma vida nova. É um caminho, um processo. Exige entrega e capacidade de retomar, de converter-se com todo o coração e com toda a alma, o que se dá também na ação litúrgica: “Contemplarei, justificado, a vossa face; e serei saciado quando se manifestar a vossa glória” (antífona de entrada).
Temos disposição para responder à convocação de Deus, mas, às vezes, os limites nos superam. Sem Deus não somos nada, por isso é preciso suplicar incessantemente a sua presença, como rezamos na oração do dia: “Ó Deus, que mostrais a luz da verdade aos que erram para retomarem o bom caminho, daí a todos os que professam a fé rejeitar o que não convém ao cristão, e a abraçar tudo o que é digno desse nome”[…].
Deus vem ao nosso encontro, na palavra e na Eucaristia, na presença dos irmãos e irmãs reunidos e também na compaixão e bondade do que preside, representando Cristo, a cabeça (cabeça porque guia, dá a vida e conhece as pessoas, cura as feridas se necessário for). Jesus se faz próximo de nossa pequenez, cura as nossas feridas e convoca-nos para fazermos o mesmo. O envio é significativo: “Arrisquemos viver movidos pela compaixão”.
- ORIENTAÇÕES GERAIS
- Preparar bem a celebração. A preparação feita por uma equipe que tenha formação litúrgica adequada pode assegurar uma celebração mais autêntica do mistério pascal do Senhor, assim como a ligação como os acontecimentos da vida, inseridos neste mesmo mistério de Cristo (cf. Doc. da CNBB 43, n. 211). Garantir que o povo de Deus exerça o direito e o dever de participar segundo a diversidade de ministérios, funções e ofícios de cada pessoa (Doc. da CNBB 43, n. 212; Sacrosanctum Concilium, n.14). Preparar a celebração e utilizar de uma metodologia – um caminho.
- Dia 15 é dia de São Boaventura, bispo e doutor da Igreja. Dia 16 é festa de Nossa Senhora do Carmo. Dia 17 é memória de Inácio de Azevedo e seus companheiros, mártires no sul do Brasil e também de Bartolomeu de Las Casas, bispo defensor dos povos indígenas e negros.
7- MÚSICA RITUAL
O canto é parte necessária e integrante da liturgia. Não é algo que vem de fora para animar ou enfeitar a liturgia. Por isso devemos cantar a liturgia e não cantar na liturgia. Os cantos e músicas, executados com atitude espiritual e, condizentes com cada domingo do Tempo Comum, ajudam a comunidade a penetrar no mistério celebrado. Portanto, não basta só saber que os cantos são do 15º Domingo do Tempo Comum, é preciso executá-los com atitude espiritual. A escolha dos cantos deve ser cuidadosa, para que a comunidade tenha o direito de cantar o mistério celebrado. Jamais os cantos devem ser escolhidos para satisfazer o ego de um grupo ou de um movimento ou de uma pastoral. Não devemos esquecer que toda liturgia é uma celebração da Igreja corpo de Cristo e não de um grupo, de uma pastoral ou de um movimento. Como a equipe de canto da sua paróquia executa os cantos durante o Tempo Comum? É com atitude espiritual?
A função da equipe de canto não é simplesmente cantar o que gosta, mas cantar o mistério da liturgia deste 15º Domingo do Tempo Comum, “cantar a liturgia”, e não “na liturgia”. Os cantos devem estar em sintonia com o ano litúrgico, com a Palavra proclamada e com o sacramento celebrado. Não devemos esquecer que a “equipe de canto” faz parte da equipe de liturgia.
- Canto de abertura. Saciar-se de contemplar a glória de Deus (Salmo 16/17,15. “Assim que a tua glória revelar-se, Senhor, perante a história”, e estrofes articuladas com o Salmo 32/33, melodia e estrofes iguais à faixa 19, CD: Liturgia VI.
A Igreja oferece outros cantos que podem cumprir essa função ministerial. Para este domingo sugerimos: “Povos todos, louvai ao Senhor”, Hinário Litúrgico III da CNBB, página 411, ou o Salmo 97/98, “Entoai ao Senhor novo canto”, CD: Cantos de Abertura e Comunhão, melodia da faixa 13 ou no Hinário Litúrgico da CNBB, página 292.
- Hino de louvor. “Glória a Deus nas alturas.” Vejam o CD Tríduo Pascal I e II e também no CD Festas Litúrgicas I; Partes fixas do Ordinário da Missa do Hinário Litúrgico III da CNBB e também a versão da CNBB musicado por Irmã Miria Reginaldo Veloso e outros compositores.
“O glória é um hino antiqüíssimo e venerável, pelo qual a Igreja, congregada no Espírito Santo, glorifica e suplica a Deus e ao Cordeiro. O texto deste hino não pode ser substituído por outro” (IGMR,3 ed., n. 53). Vamos evitar aqueles “glorinhas” simplificados, cujas letras duvidosas diminuem a beleza deste hino e não têm nada ver com o antigo e venerável Hino de Louvor da Igreja, cujas palavras devem ser sempre respeitadas por todos aqueles que fazem parte da mesma Igreja de Cristo.
- Salmo responsorial 69/68. Sião, morada dos amam o Senhor. “Humildes, vede isto e alegrai-vos”, CD: Liturgia XI, melodia igual à faixa 17.
O Salmo responsorial é a voz da Igreja que suplica, agradece e louva porque tudo que ela recebe vem do Senhor. O Salmo prolonga a primeira leitura em tom contemplativo e orante e como resposta de fé. “Se há uma parte da Liturgia da Palavra que deva ser cantado, é o Salmo responsorial. O estilo musical do refrão, com linha melódica de fácil aprendizado por parte do povo, e o estilo recitativo, interpretado por um cantor das estrofes, são um fator fundamental para que o Senhor concretize a sua finalidade. Se não há quem o cante, ao menos se faça o possível de cantar o refrão e o salmista profere os versículos, interpretando-os de forma poética. Somente em último caso alternam-se o refrão rezado pelo povo e os versículos interpretados por um salmista. Mesmo tendo um estilo meditativo, o Salmo merece uma cuidadosa atenção e necessita ser interpretado com um especial vigor e participação. Ele é tomado do Lecionário, por isso deve ser cantado da Mesa da Palavra (Ambão) por ser Palavra de Deus. Valorizar bem o ministério do salmista.
- Aclamação ao Evangelho. Guardar a Palavra do Cristo é tornar-se anfitrião dele e do Pai (João 14,23 e Lucas 10,27). “Aleluia… Semente é de Deus a Palavra”, (Mateus 13,19.23), CD: Liturgia XI, melodia da faixa 20. O canto de aclamação ao evangelho acompanha os versos que estão no Lecionário Dominical.
- Refrão após a homilia. “Prova de amor maior não há…”, CD: Tríduo Pascal I, melodia da faixa 18.
- Apresentação dos dons. O grande mandamento do amor ao próximo deve gerar na assembléia a partilha para que ela possa transformar-se numa hospedaria (Lucas 10,34). Devemos ser oferenda com nossas oferendas. “A mesa santa que preparamos…”, CD Liturgia XI, melodia da faixa 123.
- Canto de comunhão. Felicidade de morar na casa de Deus (Salmo 83/84,4-5). Comer e beber Cristo e permanecer nele (João 6,57). “Samaritano, que importa”, CD: Liturgia XI, melodia e estrofes iguais à faixa 18;
“Vai e faça você o mesmo” (Lucas 10,37b). Nós como Igreja Corpo de Cristo, somos chamados a ser bons samaritanos, isto é, ter em nós os mesmos sentimentos que haviam em Cristo Jesus como nos diz o Apóstolo Paulo. A Igreja oferece outros dois cânticos que retomam o Evangelho na comunhão. “Eu vim para que todos tenham vida”, CD: Tríduo Pascal I, melodia da faixa 19; “O amor não para em fronteiras”, CD: Cantos de Abertura e Comunhão – As Mais Belas Parábolas, melodia da faixa 12 – Paulus.
8- O ESPAÇO CELEBRATIVO
O Altar simboliza Cristo. O Prefácio V afirma que Cristo é Sacerdote Cordeiro e Altar. É ele o ator principal da liturgia. “As flores, por exemplo, não são mais importantes que o altar, o ambão e outros lugares simbólicos. Nem a toalha é mais importante que o altar. Os excessos desvalorizam os sinais principais. A sobriedade da decoração favorece a concentração no mistério celebrado” (Guia Litúrgico Pastoral, página 110). Neste Domingo podemos contemplar o Altar como a mesa sagrada que abriga os sofredores.
9- PARA A ESPIRITUALIDADE PRESBITERAL
O padre é um cristão que tem a missão de apontar Jesus Cristo para as pessoas. Tal como os demais, ele está comprometido com a Palavra de Deus e o exercício da misericórdia, lembrando que sua vida é exemplar e evocativa para os demais irmãos.
- AÇÃO RITUAL
Enquanto as pessoas vão chegando canta-se este refrão: “Onde o amor e a caridade, Deus aí está”, CD: Tríduo Pascal I, melodia da página 8.
Ritos Iniciais
- O canto de abertura proposto pelo Hinário III da CNBB, página 123, CD: “Liturgia VI”, assumindo a antífona do Missal Romano, expressa a alegria da glória de Deus que se manifesta na nossa história.
- A saudação presidencial, já predispondo a comunidade, pode ser a fórmula “c” do Missal Romano (2Ts 3,5). Depois disso é que se propõe o sentido litúrgico e não antes do canto de entrada.
O Senhor, que encaminha os nossos corações para o amor de Deus e a constância de Cristo, esteja convosco.
- Em seguida, dar o sentido litúrgico da celebração. O Missal deixa claro que o sentido litúrgico da celebração pode ser feito pelo presidente, pelo diácono ou outro ministro devidamente preparado (Missal Romano página 390).
- O sentido litúrgico pode ser proposto, através das seguintes palavras, ou outras semelhantes:
Domingo do bom samaritano. Neste Domingo, fazemos memória do Cristo que se faz samaritano de nossa humanidade dividida e sofredora. Celebramos a Páscoa de Jesus Cristo que se manifesta na vida das pessoas e dos grupos que se fazem próximos dos sofredores.
- A recordação da vida pode ser o espaço ideal para manifestar os fatos marcantes como aniversários, bodas, momentos de dor e de luto, missa de 7º e 30º dia, etc. A lembrança pelos falecidos pode ser feita na Oração Eucarística (memento dos mortos) e as demais necessidades manifestadas nas preces. Hoje seria interessante dar uma palavra de conforto aos doentes presentes na celebração, dando-lhes ânimo e coragem.
- Na Oração do Dia supliquemos a Deus que nos dê a luz da verdade para evitar o que contradiz o nome de cristão e fazer o que lhe é adequado.
Rito da Palavra
- As leituras bíblicas focalizam o valor da Palavra e dos preceitos divinos vividos no horizonte da misericórdia e da compaixão, como plenitude da lei. O esmero na proclamação será essencial para cumprir e realizar o sentido das Escrituras Sagradas.
- Na homilia, pedir que alguém conte alguma experiência de solidariedade.
- Destacar o Evangeliário. Depois da procissão de entrada deve permanecer sobre a Mesa do Altar até a procissão para a Mesa da Palavra como é costume no Rito Romano.
- Após a leitura não é preciso mostrar o livro. Por que? Porque quando o(a) leitor(a) diz “Palavra do Senhor” (para as leituras) ou “Palavra da Salvação” (para o Evangelho), refere-se à Palavra do Senhor que acabou de ser proclamada e ouvida pela assembléia e não ao livro em si. Portanto, é o próprio Cristo que nos fala. É como dizia São Jerônimo: “Cristo está sentado no céu, mas não deixa de falar na terra”.
- Após a homilia, rezar a “Ladainha dos necessitados”. Fiéis à palavra que escutamos – Vai e faze o mesmo – entreguemos ao Pai a nossa súplica por todos os necessitados e peçamos a ele a graça da solidariedade e da misericórdia.
(Silêncio.)
Senhor, tende piedade de nós…
Cristo, tende piedade de nós…
Senhor, tende piedade de nós…
– Dos pobres e pequenos, torna-nos próximo e solidários.
– dos famintos e miseráveis.
– Dos doentes e angustiados.
– Do povo negro.
– Dos povos indígenas.
– Dos portadores do HIV.
(Continua a ladainha espontaneamente…)
Cristo, ouvi-nos!
Cristo, atendei-nos!
Sê propício, Senhor, às preces do teu povo e faze-nos próximos de nossos irmãos e irmãs sofredores, para que estendamos por toda a terra a tua compaixão. Por Cristo, nosso Senhor. Amém.
- Terminada a Ladainha pode haver uma bênção especial para os doentes:
“Salvai-nos em vosso amor, Senhor nosso Deus,
que sempre cercais de carinho as vossas criaturas;
erguei estes vossos filhos e filhas enfermos
e sustentai-os com a vossa força;
dai-lhes o remédio, curai as fraquezas
a fim de que eles alcancem felizmente o conforto que de vós esperam.
Por Cristo, nosso Senhor.
Amém. (Ritual de Bênçãos, n. 308
Rito da Eucaristia
- Na Oração sobre o pão e o vinho suplicamos a Deus que acolha as nossas oferendas, e que a participação nos dons eucarísticos nos faça crescer em santidade.
- Como no Domingo passado, recomendamos a Oração Eucarística VI-D, “Jesus que passa fazendo o bem”, por exprimir a ação de Jesus no evangelho deste domingo e o convite de que façamos como Ele fez em favor dos órfãos e das viúvas e de todos os sofredores vítimas dos descasos da saúde. Se for escolhida outra prece eucarística, sugerimos o Prefácio dos Domingos do Tempo Comum III, no qual contemplamos Deus que se aproxima para salvar suas criaturas. Seguindo esta lógica, cujo embolismo reza: “Nós reconhecemos ser digno da vossa imensa glória vir em socorro de todos os mortais com a vossa divindade. E servir-vos de nossa condição mortal, para nos libertar da morte e abrir-nos o caminho da salvação, por Cristo, Senhor nosso”. O grifo no texto identifica aqueles elementos em maior consonância com o Mistério celebrado neste Domingo e que pode ser aproveitado na celebração, ao modo de mistagogia. Neste caso, para não romper a “unidade literária e teológica” da Oração Eucarística, convém lembrar que as orações eucarísticas I, II e III, admitem troca de prefácio.
- Valorizar o rito da fração do pão, “gesto realizado por Cristo na última ceia, que no tempo apostólico deu o nome a toda a ação eucarística, significa que muitos fiéis pela Comunhão no único pão da vida, que é o Cristo, morto e ressuscitado pela salvação do mundo, formam um só corpo (1Coríntios 10,17” (IGMR, nº 83).
- Seria muito oportuno o convite à comunhão do Salmo 33,9 página 503 do Missal Romano, que expressa como Deus é bom:
“Provai e vede como o Senhor é bom; feliz de quem nele encontra seu refúgio”.
- A comunhão em duas espécies é sinal da hospitalidade divina que nos acolhe em sua casa, prepara-nos a mesa e nos faz recobrar a salvação (saúde espiritual), qual hospedaria que nos abriga em sua casa. (IGMR, nn. 240-252 e 281-286).
Ritos Finais
- Na Oração depois da comunhão suplicamos que a Deus que a participação na comunhão eucarística faça crescer em nós a salvação cada vez que celebramos este Mistério.
- O envio missionário tem a ver como exercício da compaixão pelos que encontramos no caminho, à margem dos cuidados necessários à vida e desprovidos dos seus direitos e até da solidariedade. Cuidar para que esta chamada de atenção chegue aos participantes de alguma forma: ou pela homilia, ou como mensagem final dando um gesto concreto.
- Na bênção em nome da Santíssima Trindade levem-se em conta as possibilidades que o Missal Romano oferece (bênçãos solenes, na oração sobre o povo). Ela expressa que a ação ritual se prolonga na vida cotidiana do povo em todas as suas dimensões, também políticas e sociais. Ver a bênção final do Tempo Comum III do Missal Romano, que suplica a Deus que mostre ao Povo o caminho da caridade e da paz.
- As palavras do rito de envio podem estar em consonância com o mistério celebrado: Irmãos e irmãs sejam próximos de todos os necessitados. Ide em paz e que o Senhor vos acompanhe.
11- CONSIDERAÇÕES FINAIS
Celebremos a Páscoa semanal do Senhor. Que a força da cruz do Senhor transforme a nossa vida.
Nossa vida, muitas coisas nos preocupam: saúde, emprego, família, amigos etc. São preocupações justas e importantes. Mas lá no íntimo de nós, quem sabe, perpassando todas as nossas preocupações, existe uma que, de vez em quando, explicitamos: “O que preciso fazer para ganhar a vida eterna?” Será que, do jeito que estamos vivendo estou garantindo a minha vaga no céu?
O objetivo da Igreja é ajudar os padres e as comunidades de nossa diocese e todas aquelas outras comunidades fora de nossa diocese que acessar nosso site celebrar melhor o mistério pascal de Cristo.
Um abraço fraterno a todos
Pe. Benedito Mazeti