Em sintonia com as Diretrizes Gerais da Ação Evangelizadora, pilar da Palavra será o tema central da 58ª Assembleia Geral da CNBB
O tema central da 58ª Assembleia Geral da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) estará relacionado ao primeiro pilar proposto nas Diretrizes Gerais da Ação Evangelizadora da Igreja no Brasil (DGAE): a Palavra de Deus. De 22 de abril a 1º de maio de 2020, em Aparecida (SP), o episcopado brasileiro vai refletir como, de que forma, fazer com que a Palavra chegue às pessoas “com uma força capaz de interpelar a sociedade e ajudar a lidar com o planeta, a casa comum”, segundo explicou o bispo auxiliar do Rio de Janeiro (RJ) e secretário-geral da CNBB, dom Joel Portella Amado.
Esta reflexão irá considerar as dimensões pessoal, social e ecológica da Palavra de Deus. A inspiração para a escolha deste tema é a imagem dos pilares que sustentam a casa. “As comunidades eclesiais missionárias, em torno da imagem da casa, se constroem em torno de quatro pilares, e o pilar da Palavra seria o primeiro”.
A ideia de refletir sobre como fazer com que a Palavra de Deus chegue às pessoas interpelando as três dimensões – pessoal, social e ecológica -, foi aprovada por unanimidade na reunião do Conselho Permanente da CNBB, realizado nesta semana, entre os dias 26 e 28 de novembro.
No texto das DGAE, Documento 109 da CNBB, chamam atenção nos parágrafos sobre o Pilar da Palavra algumas considerações do episcopado: “A Palavra renova a vida comunitária e desperta seu caráter missionário. Isso requer novas atitudes evangelizadoras e pastorais”. Ainda, “Para formar discípulos missionários, é urgente aproximar mais as pessoas e as comunidades da leitura orante da Palavra de Deus”. E também: “O importante é o encontro com a Palavra que muda a vida e dá sentido ao ser e agir de quem é cristão, corrigindo posturas e aderindo ao modo de ser, de pensar e de agir de Jesus Cristo”.
O processo de construção
O texto será preparado como de costume, com uma primeira versão preparada pelos assessores das Comissões Episcopais Pastorais da CNBB e as revisões dos bispos na sequência.
“O grupo de assessores está preparando uma minuta de propostas para responder à grande pergunta: como fazer com que a palavra de Deus chegue às pessoas com incidência, pessoal, social e ecológica. Os assessores vão produzir um texto, a comissão de bispos vai, em dezembro, se reunir para ver o texto. Depois, o texto vai a cada bispo, recebe as contribuições e volta para a equipe. Na sequência, será votado na Assembleia Geral”, explica dom Joel Amado.
Segundo o secretário-geral da CNBB, será preparado um texto pastoral, não teórico, “porque a importância da Palavra de Deus já está mais do que clara desde a constituição Dei Verbum, do Concílio Vaticano II. Nós temos a exortação apostólica Verbum Domini, que é a mais recente, então nesse horizonte ainda tem uma série de documentos da CNBB, como o 108, sobre o ministério da Palavra”.
Nesta linguagem pastoral, o texto da 58ª Assembleia Geral da CNBB deve indicar modos de como a Palavra de Deus pode ser mais presente na vida das pessoas, em suas várias dimensões.
Há ainda a intenção de que o texto não seja longo, mas, diante da riqueza na chamada animação bíblica da pastoral, é possível que as sugestões e experiências que chegarem das dioceses não permitam cumprir com esta indicação.
Temáticas
A 58ª Assembleia Geral da CNBB também contará com o relatório da Presidência; informes econômico, de liturgia, da Comissão de Textos Litúrgicos e da Comissão Episcopal Pastoral para a Doutrina da Fé.
Entre os temas diversos, a 58ª AG vai apreciar as análises de conjuntura eclesial e político-social. Tratará do Estatuto canônico, do Congresso Eucarístico Nacional, temas do Conselho Episcopal Latino-Americano (Celam), da Comissão Especial para a Tutela de Menores, do Acordo Brasil-Santa Sé e do projeto Comunhão e Partilha. Os bispos ainda votarão a criação do regional Leste 3 da CNBB.
A Assembleia terá celebrações especiais, lançamento de livros, preparação de mensagens e partilha de experiências de comunidades eclesiais missionárias.
Fonte: CNBB