Teve início na tarde de terça-feira, 4 de junho, a 86ª Assembleia Regional dos Bispos. O encontro, que segue até o dia 6, acontece em Indaiatuba, no Mosteiro de Itaici. Dom Antonio Emidio Vilar, sdb, e o coordenador de pastoral, Pe. Luiz Caputo, representam a Diocese de São José do Rio Preto. O Pe. Carlos Eduardo Nascimento e o jornalista André Botelho, respectivamente, prestam assessoria ao Regional Sul 1 da CNBB nas áreas de Liturgia e Comunicação.
Teologia do Domínio
A Assembleia acolheu, em suas primeiras sessões, o Pe. Donizete José Xavier. Doutor em Teologia Fundamental pela Universidade Gregoriana de Roma, o orientador do encontro das lideranças paulistas sublinhou a existência de um movimento que “cria um reino aqui e agora. Uma projeção de poder que vai sendo construída. A Teologia do Domínio é o ‘encanto pelo poder’ que está posto nas mãos de alguns; uma teologia que dispensa sistematizações”, explicou. Revisitando a cronologia do “fenômeno” exposto, o Pe. Donizete mostrou uma mudança do “não envolver-se com a política” com a “descoberta de caminhos teológicos” para pavimentar a pretendida proximidade com a mesma política. Nesse aspecto, religião e política se tornaram próximas também nas agendas públicas, como explicou o padre.
Alertando para o fato de na Teologia do Domínio não existir referências da Encarnação de Cristo, o expositor alertou que “ignorar essa Encarnação de Jesus como centro da mensagem cristã é anular o seu senhoril e o seu Reino. Jesus é a própria presença do Reino, uma vez que sua pessoa é uma realidade dinâmica. (…) O perigo da Teologia do Domínio é ver no outro somente o inimigo, o pecador e o pecado, e nesse sentido, cultivar um sentimento muito mais de fratricídio do que o de fraternidade”, sublinhou o presbítero.
O primeiro dia da 86ª edição da Assembleia Regional dos Bispos foi encerrada com Missa presidida pelo Bispo Diocesano de São João da Boa Vista, Dom Eugenio Barbosa Martins e concelebrada pelos bispos recentemente ordenados.
Caráter oracional
Seja meditando a Liturgia das Horas ou comungando da Palavra e da Eucaristia, os participantes do encontro, que alcança a sua edição de número 86, fazem da oração e do testemunho dos Santos um importante alicerce para a Evangelização. Na manhã de quarta-feira, 5 de junho, segundo dia da Assembleia Regional, a programação foi retomada a partir de Celebração Eucarística presidida pelo bispo diocesano de São Carlos e presidente da Sub-região Campinas, Dom Luiz Carlos Dias. Após saudação, o religioso sublinhou a existência de desafios para a evangelização e retomou aspectos da Teologia do Domínio, tema das exposições realizadas nas sessões iniciais do encontro. “Diante dos desafios, é importante valorizar São Bonifácio, cujo martírio aconteceu há 1270 anos. Seu testemunho é oportuno dentro da Assembleia. Deus não nos concedeu o espírito de timidez e essa característica aplica-se a esse evangelizador que deixou a pátria segura para evangelizar junto aos germânicos. Ele foi o primeiro a gerar-lhes na fé”, explicou Dom Luiz Carlos. “Esse pequeno resumo da imensa obra de São Bonifácio nos esperança com respostas imediatas às exigências atuais”, completou o bispo de São Carlos.
Ano Santo
Ainda no contexto da Oração, e em sintonia com a preparação para o Jubileu 2025, a Assembleia Regional dos Bispos acompanhou exposição do Arcebispo Metropolitano de Ribeirão Preto e vice-presidente do Regional Sul 1, Dom Moacir Silva. O metropolita sublinhou a recepção e vivência da proposta, no Estado de São Paulo, à luz do tema “Peregrinos de Esperança”.
Considerando que “a esperança não engana”, conforme indicou o Papa Francisco na Bula de convocação do Jubileu, Dom Moacir recordou que o início do itinerário jubilar se dará, nas Catedrais e Concatedrais, em 29 de dezembro de 2024. O bispo também sublinhou a concessão da Indulgência Jubilar (para os fiéis falecidos, mas também para os vivos) a partir de orientações da Penitenciária Apostólica. “Nós precisamos deixar isso claro para o nosso povo”, disse. “O que temos que compreender, na perspectiva da fé, é que o Jubileu é um ano de graça. É presente de Deus para o seu povo e que extrapola a Igreja. Passa pela Igreja e é oferecido a toda a humanidade. É tempo de volta para o Senhor. Estamos na alegria e em oração; o que caracteriza a Vida Cristã. O Jubileu é presença de Deus na nossa vida e na vida do povo; não faltando a esperança. Precisamos esperançar a esperança em tempos de tantos ídolos e divisões. Somos depositários dessa esperança”, completou o bispo diocesano de Bragança Paulista, Dom Sérgio Aparecido Colombo. Ainda nessa quarta-feira, 5 de junho, os bispos paulistas viverão a dinâmica sinodal denominada “conversação no Espírito”. A atividade fará mais próximo o Sínodo do episcopado e do Povo de Deus.
FOTOS
Maurício Aoki
TEXTO
André Botelho
Pascom / Assessoria de Imprensa
Diocese de São José do Rio Preto
(Enviado a Itaici para a Assembleia dos Bispos)