Tem início nesta quarta-feira (26/09), em Buenos Aires, na Argentina, o Fórum inter-religioso G20 que prossegue até a próxima sexta, 28.
O Papa Francisco enviou uma mensagem aos organizadores e participantes do evento.
“Estas conferências inter-religiosas, no âmbito das reuniões da Cúpula do G20, desejam oferecer à comunidade internacional a contribuição de suas diferentes tradições e experiências religiosas e filosóficas para iluminar as questões sociais que hoje nos preocupam de modo especial”, ressalta o Pontífice.
Contribuição das religiões
“Estes dias de intercâmbio e reflexão, pretendem aprofundar o papel das religiões e sua contribuição específica na construção de um consenso, para um desenvolvimento justo e sustentável que garanta um futuro decente para todos.”
“Certamente, os desafios que o mundo enfrenta nesses momentos são muitos e complexos. Atualmente, enfrentamos situações difíceis que não só afetam muitos de nossos irmãos desamparados e esquecidos, mas ameaçam o futuro de toda a humanidade e os homens de fé não podem ficar indiferentes a essas ameaças”, afirma Francisco no texto.
Tecer relações humanas respeitosas
Segundo o Papa, “o diálogo que não significa renunciar à própria identidade, mas estar dispostos a sair ao encontro do outro, a compreender suas razões, a ser capazes de tecer relações humanas respeitosas, com a convicção clara e firme de que ouvir aquele que pensa de maneira diferente é, acima de tudo, uma ocasião de enriquecimento recíproco e crescimento na fraternidade”.
“Não é possível construir uma casa comum deixando de lado as pessoas que pensam diferente, ou o que consideram importante o que pertence à sua identidade mais profunda.”
O Pontífice frisa na mensagem que “diante de um mundo em que se afirma e se consolida um paradigma de desenvolvimento tecnocrático, com sua lógica de dominação e controle da realidade em favor de interesses econômicos e benefícios, as religiões têm um grande papel a desempenhar, graças a esse novo “olhar” sobre o ser humano, que vem da fé em Deus, criador do homem e do universo”.
Levar em conta a dignidade do ser humano
Para Francisco, “somos movidos pela convicção de que «o homem é o autor, o centro e o fim de toda a vida socioeconômica». Portanto, ofereçamos uma nova maneira de ver os homens e a realidade, não mais com um desejo manipulador e dominante, mas com respeito por sua própria natureza e sua vocação na Criação, «porque sendo criados pelo mesmo Pai, estamos unidos por laços invisíveis e formamos uma espécie de família universal, uma comunhão sublime que nos impele a um respeito sagrado, amoroso e humilde».
Convite urgente a um novo diálogo
“Queridos amigos, desejo renovar mais uma vez, e diante desta assembleia qualificada, meu chamado para proteger a nossa casa comum mediante a preocupação por toda a família humana.”
O Papa finaliza a mensagem, “lembrando mais uma vez que somos todos necessários neste trabalho, e que podemos colaborar juntos como instrumentos de Deus para proteger e cuidar da Criação, contribuindo cada um com a sua cultura e sua experiência, seus talentos e sua fé”.
FONTE: VATICAN NEWS