O bispo de São José do Rio Preto, Dom Antonio Emidio Vilar, sdb, contou que, quando da morte de seus pais, teve a oportunidade de escrever uma mensagem. A síntese do pensamento, em linhas gerais, dizia que “se eles fizeram tanto bem quando estavam conosco, farão muito mais junto a Deus”.
No domingo, 18 de dezembro, na Catedral de São José, a fala do religioso se inseriu perfeitamente na celebração pelo 7º dia do Monsenhor Jonas Abib. O fundador da Comunidade Canção Nova fez sua páscoa definitiva na ocasião em que a Padroeira da América Latina, a Virgem de Guadalupe, era homenageada. Ele que, como Salesiano de Dom Bosco, sempre foi muito ligado a Nossa Senhora Auxiliadora, não poderia ter sido acolhido na eternidade em ocasião mais significativa.
Dom Vilar, no dia 12 de dezembro, testemunhou a convivência fraterna entre ambos; especialmente nos anos de 1976, 1977 e 1978. Logo depois, o então padre Jonas foi “liberado para a sua nova missão”, conforme escreveu o bispo em nota de pesar emitida na ocasião.
Frutos
Apoiado na Exortação Apostólica do Papa Paulo VI, Evangelii Nuntiandi, publicada em 8 de dezembro de 1975, Monsenhor Jonas mostrou-se “vibrante” com as palavras do pontífice, hoje Santo, sobre “a evangelização no mundo moderno”. Tanto que, segundo Dom Vilar, o bispo de Lorena à época, Dom Antônio Affonso de Miranda, favoreceu a realização de vários encontros acerca do tema.
Em 1978, já durante o pastoreio de Dom João Hipólito de Morais, Monsenhor Jonas fundou a Canção Nova. Do interior de São Paulo para o mundo foi um salto possível graças ao alcance dos meios de comunicação que tão bem foram usados pelo religioso para evangelizar.
Testemunho
Recordando o querido “pai fundador”, Marcelo Cintra, da Canção Nova de São José do Rio Preto, destacou os 58 anos de sacerdócio do Monsenhor Jonas. “O que ele espera de nós? Tenha, manifeste e cultive em si o impulso para evangelizar”, partilhou o missionário em nome da grande família carismática presente no Noroeste Paulista.
“Após minha nomeação para esta Diocese, o Monsenhor Jonas me fez longa ligação em unidade com minha nova missão. Eu senti nele um entusiasmo e um coração fraterno, desejoso de expressar algo muito além de suas palavras”, partilhou Dom Vilar em nota anteriormente publicada.
Agora, como “homens novos para um mundo novo”, aqueles que foram tocados pelo testemunho do fundador da Canção Nova deverão seguir no mesmo espírito e na certeza de que só o “feito tudo para todos” (frase que se apresenta na lápide do túmulo do religioso) poderá manter vivo o legado de um homem que, até o fim, não deixou de afirmar que, “com Jesus, tudo pode ser mudado pela força da oração”.
TEXTO | FOTOS
André Botelho
Jornalista / Assessoria de Imprensa
Diocese de São José do Rio Preto