A Pastoral Afro é um ‘serviço’ e iniciativa da Igreja no Brasil, fruto das atividades propostas pelo Concílio Vaticano II, nascida a partir das propostas da Campanha da Fraternidade de 1988, que teve como tema “a Igreja e o Negro”, e como Lema “Ouvi o Clamor deste Povo”.
O Objetivo deste serviço é animar as comunidades negras e os negros nas comunidades, proporcionando vivências eclesiais nas quais acolhe este povo com suas tradições, valores culturais e religiosos.
O Bispo animador, e referencial junto à CNBB é Dom Zanoni Demettino Castro, Arcebispo de Feira de Santana – BA, que fala da missão e finalidade: “A Pastoral Afro deve despertar em toda a Igreja o cuidado com essa gente sofrida. É o povo que constitui uma das raízes da identidade da gente latino americana. Conduzi-lo à libertação plena e integral é a finalidade da Pastoral Afro. Como Igreja, somos desafiados a “conhecer os valores culturais, a história e as tradições dos afro-americanos, entrar em diálogo fraterno e respeitoso como eles, é um passo importante na missão evangelizadora” (Paulo VI. Evangelii Nuntiandi Ed. Paulinas, 1981, 21-22). A Pastoral Afro tem a responsabilidade de conseguir que os valores do Reino de Deus sejam fermento no processo de gestação do novo modelo cultural. Ajudar que o compromisso com o povo negro, assumido em Aparecida, permaneça no horizonte evangelizador da Igreja.” (texto disponibilizado na íntegra no site da CNBB – https://www.cnbb.org.br/evangelizacao-e-pastoral-afro/):
Na Diocese de Rio Preto, a Pastoral fez história desde a década de 1980, quando diversas pessoas engajadas na causa assumiram a proposta da Igreja no Brasil, e realizaram um grande trabalho de evangelização e valorização da cultura afro, tendo à frente, como coordenadora e animadora a Sra. Nazária. Tais pessoas plantaram a semente da boa nova do Reino de Deus no coração de inúmeras outras pessoas, que se reconheceram como negros, e descobriram seu papel na sociedade e na comunidade cristã.
Os pioneiros da Pastoral em boa parte envelheceram, e alguns foram para a casa do Pai, de modo que a mesma passou alguns anos sem exercer seus trabalhos.
No entanto, as sementes estavam lançadas em terra boa (Mt. 13, 8 e 23), e como na terra não tardaram a germinar.
Assim, a partir de Abril de 2024, atendendo a um chamado do Pe. Edvaldo Rosário Calazans, um grupo de pessoas começou a se reunir e estudar vários temas ligados à Ação da Pastoral Afro, como: “O que é a Pastoral Afro, sua história no Brasil e na Diocese; A África e os negros na Sagrada Escritura; a Mulher Negra e seu valor, inclusive na Bíblia; A referência de Tereza de Benguela para o Brasil; Branquitude e Branqueamento no Brasil; o porque celebramos o Mês da Consciência Negra e não a Abolição; Zumbi dos Palmares como referência; Autores e Autoras negros; A história da participação do negro no Brasil, que não é contada pelos livros e na escola”, dentre outros.
Este Grupo, ciente de seu papel na Igreja de Rio Preto, expôs ao Bispo Diocesano, e ao Coordenador Diocesano de Pastoral Pe. Luiz Caputo, em reunião na data de 18 de setembro de 2024, o desejo de retomar as atividades da Pastoral. Tal desejo foi prontamente acolhido, inclusive com Dom Antônio Villar testemunhando que tem uma longa história de relação com as causas vividas pela Pastoral, já que coordenou os trabalhos da Campanha da Fraternidade de 1988, foi formador dos Salesianos com iniciativas de valorização da cultura afro na formação dos vocacionados, conviveu com comunidades quilombolas no Mato Grosso, dentre outros fatos.
Assim, a Pastoral Afro está de volta à Diocese de Rio Preto, e para celebrar, no dia 01 de novembro haverá um encontro do Centro Diocesano de Pastoral São José, no qual a mesma será apresentada com várias atividades tanto para os convidados, pessoas que se interessam pela Cultura Afro, membros de pastorais sociais. Além disso, haverão atividades específicas para crianças. No dia 15 de Novembro, haverá uma Kizomba (confraternização), na cidade de Nova Aliança, e no dia 23 de novembro será realizada uma noite cultural na Paróquia São Vicente de Paulo em Rio Preto, com diversas atividades de valorização das pessoas, em especial das mulheres e seus Penteados, comidas típicas, cultura, poesia, música, dança.
Queremos aqui, dizer da alegria por tantas conquistas feitas pelos nossos antepassados, e que nós somos Igreja, e queremos vivenciar a fé de maneira cada vez mais consciente e transformadora, sendo testemunho e sinal da presença de Cristo na Diocese de Rio Preto, e na sociedade desta vasta e multicultural região.
Pastoral Afro
Diocese de São José do Rio Preto
