Papa Francisco – MAIO 2024
Cada vocação é um “diamante bruto” que deve ser polido, trabalhado, que deve ser moldado em todas as suas faces.
Um bom sacerdote, uma religiosa, deve antes de tudo ser um homem, uma mulher formados, trabalhados pela graça do Senhor.
Pessoas conscientes dos seus limites e dispostas a levar uma vida de oração, de dedicação ao testemunho do Evangelho.
A sua preparação deve ser integral, deve desenvolver-se a partir do seminário e do noviciado, no contacto direto com a vida das outras pessoas. Isto é fundamental.
A formação não termina num determinado momento, mas continua ao longo de toda a vida, ao longo dos anos integrando a pessoa, intelectualmente, humanamente, afetivamente, espiritualmente.
E ainda mais, a sua preparação para viver em comunidade, é muito enriquecedora a vida em comunidade, embora às vezes possa ser difícil.
Porque não é o mesmo viver juntos que viver em comunidade.
Rezemos para que os religiosos, as religiosas e os seminaristas cresçam em seu caminho vocacional através de uma formação humana, pastoral, espiritual e comunitária, que os leve a serem testemunhas credíveis do Evangelho.
Uma formação integral e para toda a vida
Na constituição apostólica Veritatis gaudium, sobre as Universidades e as Facultades Eclesiásticas, o Papa sublinha que a formação integral das vocações sacerdotais e religiosas deve abranger tanto a dimensão humana como a espiritual, pastoral e comunitária. Da mesma forma, deve ter em conta a diversidade cultural e social. Na mesma linha, Francisco retoma no vídeo esta exigência e insiste que a formação “os leve a ser testemunhas credíveis do Evangelho”. Nesse sentido, a formação não consiste apenas na aquisição de conhecimentos, mas na experiência de um encontro profundo com Jesus.
A formação na vida comunitária
A vida comunitária é um aspeto central da vida de um religioso, de uma religiosa ou de um sacerdote. Para o Papa, este é um dos pontos-chave na formação e preparação de quem responde a esta vocação. Nesse sentido, reflete que, embora esta experiência possa ser “enriquecedora”, por vezes também “pode ser difícil”, e comenta: “Porque não é o mesmo viver juntos que viver em comunidade”.
Para Francisco, viver e relacionar-se com os outros nem sempre é fácil, mas a vida comunitária é sempre uma escola de santidade onde se cresce nas diversas virtudes humanas e se aprende a ir além de si mesmo.
Anos muito importantes
É precisamente a vida comunitária que desempenha um papel central nas imagens de O Vídeo do Papa deste mês, que acompanham as palavras de Francisco: desde os jogos de basquetebol às refeições conjuntas, passando pelos momentos comuns de oração e estudo, e, claro, a Eucaristia e o serviço aos mais pobres, cada jovem seminarista, religioso ou religiosa fortalece a sua vocação na partilha de experiências e no confronto constante com os outros. Os anos de formação são muito importante na preparação de cada consagrado, e as cenas da vida filmadas na Arquidiocese de Los Angeles – que participou na produção deste vídeo – relatam a sua beleza, sublinhando vários aspetos da mensagem do Papa: sobretudo, o conceito que a formação é um caminho contínuo, e que – como repete o Santo Padre – “um bom sacerdote, uma religiosa, deve antes de tudo ser um homem, uma mulher formados, trabalhados pela graça do Senhor”.
A alegria do Evangelho
A Arquidiocese de Los Angeles contribuiu de forma decisiva para este vídeo, colocando vários profissionais ao serviço da Rede Mundial de Oração do Papa para contar da melhor maneira possível a intenção de oração mensal de Francisco. “Estamos gratos por apoiar o Papa Francisco, convidando pessoas de todo o mundo a rezar pelos seminaristas e as religiosas enquanto procuram discernir o belo plano de Deus para as suas vidas”, disse Mons. José H. Gómez, Arcebispo de Los Angeles. “A nossa equipa digital propôs-se personificar a alegria irradiada pelos jovens que dedicam a sua vida ao serviço de Deus e do seu povo”, disse Sarah Yaklic, Diretora Digital da Arquidiocese de Los Angeles. “Esperamos que a alegria do Evangelho que se vê no vídeo do Papa deste mês fortaleça os que estão em formação e encoraje outros jovens a considerar uma vocação religiosa”.
Um compromisso renovado
O Vídeo do Papa deste mês também recebeu o apoio de Hallow, uma aplicação de oração nascida nos Estados Unidos. O seu cofundador, Alessandro DiSanto, comenta: “É uma verdadeira honra e uma bênção poder apoiar o Santo Padre e a iniciativa O Vídeo do Papa. Como aplicação centrada em ajudar pessoas de todo o mundo a encontrar paz e propósito na sua relação pessoal com Deus, estamos especialmente emocionados por patrocinar este vídeo sobre a formação de religiosos e religiosas, bem como de seminaristas. Estamos extremamente gratos a estes homens e mulheres que aceitaram heroicamente as suas vocações religiosas, desde os sacerdotes que chegam aos fiéis com os sacramentos até às religiosas que servem a nossa Igreja de tantas formas e com sacrifício. A nossa sincera esperança é que este vídeo suscite um compromisso renovado em apoiar aqueles que discernem ou vivem uma vocação religiosa, que de uma forma única, servem como mãos de Cristo na terra”.
A missão de enviados com outros
O Padre Frédéric Fornos S.J., Diretor Internacional da Rede Mundial de Oração do Papa, analisa o conteúdo da mensagem e reflete: “É positivo que Francisco nos lembre, uma vez mais e à luz da Veritatis gaudium, a importância de uma formação integral dos jovens que fazem o seu caminho na vida religiosa ou como seminaristas. Tal formação deve abranger todas as dimensões da vida humana: afetiva, espiritual, pastoral e comunitária. Num contexto eclesial marcado por abusos de poder, de consciência e sexuais, que têm raízes estruturais e ideológicas, é fundamental que a formação promova uma abertura à dimensão humana e afetiva, facilitando o autoconhecimento; promova uma autêntica experiência de encontro com Cristo, de modo que o testemunho de vida possa comunicar a Boa Nova aos outros; fomente a convivência em comunidade, para aprender a aceitar e valorizar as diferenças e o trabalho em equipa; compreenda o contexto intercultural e inter-religioso; e assegure uma formação académica de qualidade, para melhor servir a missão de Cristo. A necessidade de uma formação integral é imperativa. Não basta adquirir conhecimentos. Além disso, esta formação integral prepara os jovens não só para enfrentar os desafios atuais, mas também para atuarem como pontes de diálogo num mundo caracterizado pela sua pluralidade e diversidade. A capacidade de estabelecer um diálogo construtivo e de manter a abertura para com os outros é essencial para a missão da Igreja, mostrando um rosto compassivo, compreensivo e próximo para com todas as pessoas”.