“Não devemos ter medo da diversidade de carismas na Igreja”. Assim começa o Vídeo do Papa para este novo ano, realizado e produzido pela Rede Mundial de Oração do Papa. O Papa Francisco convida-nos a não “ter medo da diversidade”, pelo contrário, diz-nos, “devemos alegrar-nos por vivenciar esta diversidade.” A diversidade de carismas, de tradições teológicas e de rituais, é algo positivo. A diversidade entre os cristãos nunca deveria ser causa de divisão. Deus ama a diversidade, é sinal da presença do Espírito Santo. Pois bem, diz o Papa, “se formos guiados pelo Espírito Santo, a riqueza, a variedade, a diversidade nunca provocam conflito”. Rezemos para que o Espírito Santo nos ajude a reconhecer “o dom dos diferentes carismas nas comunidades cristãs e a descobrir a riqueza das diferentes tradições rituais dentro da Igreja Católica”. “Não devemos ter medo da diversidade de carismas na Igreja. Pelo contrário, devemos alegrar-nos por vivenciar esta diversidade. Já nas primeiras comunidades cristãs, diversidade e unidade estavam muito presentes e numa tensão que deve ser resolvida a um nível superior. Mais ainda. Para avançar no caminho da fé necessitamos também do diálogo ecumênico com os irmãos e irmãs de outras confissões e comunidades cristãs. Não como algo que confunde ou incomoda, mas como um dom que Deus dá à comunidade cristã para que cresça como um só corpo, o corpo de Cristo. Pensemos, por exemplo, nas Igrejas Orientais. Têm as suas tradições próprias, ritos litúrgicos característicos, mas mantêm a unidade da fé. Reforçam-na, não a dividem. Se formos guiados pelo Espírito Santo, a riqueza, a variedade, a diversidade nunca provocam conflito. O Espírito recorda-nos que, acima de tudo, somos filhos amados de Deus. Todos iguais no amor de Deus e todos diferentes. Rezemos ao Espírito para que nos ajude a reconhecer o dom dos diferentes carismas nas comunidades cristãs e a descobrir a riqueza das diferentes tradições rituais dentro da Igreja Católica”.
A riqueza das Igrejas orientais
O Papa Francisco menciona, em particular, as Igrejas orientais: “Têm as suas tradições próprias, ritos litúrgicos característicos, mas mantêm a unidade da fé. Reforçam-na, não a dividem”.
Em comunhão com Roma, há numerosas Igrejas orientais, como são os católicos bizantinos, a Igreja Greco-católica ucraniana ou a Igreja Greco-melquita. Outros exemplos da diversidade de ritos no seio do catolicismo são a Igreja Siro-malabar e a Igreja Católica Siro-malancar, surgidas ambas na Índia; a Igreja Maronita, de origem libanesa; a Igreja Católica Copta, de origem egípcia; a Igreja Católica Armênia; a Igreja Caldeia, predominante no Iraque; assim como a Igreja Católica Etíope-Eritreia, entre outras.
Por isso, explica o Papa Francisco, “se formos guiados pelo Espírito Santo, a riqueza, a variedade, a diversidade nunca provocam conflito”. “O Espírito recorda-nos que, acima de tudo, somos filhos amados de Deus. Todos iguais no amor de Deus e todos diferentes”.
Como os primeiros cristãos
Como lembra o Papa Francisco, “já nas primeiras comunidades cristãs, diversidade e unidade estavam muito presentes. Mais ainda. Para avançar no caminho da fé necessitamos também do diálogo ecumênico com os irmãos e irmãs de outras confissões e comunidades cristãs”.
“Não como algo que confunde ou incomoda – esclarece o Papa –, mas como um dom que Deus dá à comunidade cristã para que cresça como um só corpo, o corpo de Cristo”.
Unidos diante da cruz
O fio condutor do vídeo do Papa deste mês é a cruz, símbolo de unidade e diversidade: uma cruz que aparece nas portas, nas montanhas, nas igrejas, para mostrar a riqueza das diferentes comunidades cristãs, precisamente nas suas diferenças. “A cruz não é a vara dos romanos, mas o madeiro no qual Deus escreveu o seu Evangelho”, escreveu a poetisa Alda Merini; é muito mais que um objeto de devoção, em suma, o mistério de amor diante do qual se encontram todos os cristãos, para além da sua confissão, tradição e rito.
O Papa Francisco faz um apelo a que, na diversidade, “a comunidade cristã cresça como um só corpo, o corpo de Cristo”. Por isso, o vídeo termina com a imagem de uma enorme cruz formada por milhares de cristãos de diversas origens, retomando metaforicamente o apelo do Santo Padre.
O mês de janeiro é marcado, no hemisfério norte, pela Semana de Oração pela Unidade dos Cristãos, que neste ano se celebra com o lema “Amarás o Senhor teu Deus… e ao teu próximo como a ti mesmo” (Lucas 10, 27).
Conhecer e reconhecer a diversidade de carismas
O Padre Frédéric Fornos S.J., Diretor Internacional da Rede Mundial de Oração do Papa, sublinha “que a diversidade de carismas, de tradições teológicas e rituais na Igreja Católica é algo positivo. Também há muitas tradições espirituais, como as promovidas por ordens e congregações religiosas. Deus ama a diversidade, é sinal da presença do Espírito Santo. É assim que nos conduz à plenitude da verdade, a toda a largura, altura e profundidade do seu amor. Por isso, diz o Papa Francisco, “devemos alegrar-nos por vivenciar esta diversidade.” A nossa fé cresce quando nos abrimos a esta diversidade, também ao “diálogo ecumênico com os irmãos e irmãs de outras confissões e comunidades cristãs”. Não é algo que “confunde ou incomoda”, insiste o Papa, mas “um dom que Deus dá à comunidade cristã para que cresça como um só corpo, o corpo de Cristo”.
Este mês rezemos para que o Espírito Santo nos ajude a reconhecer o dom da diversidade, a descobrir a sua riqueza, a acolher o outro e dar graças.
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