Criada em 25 de janeiro de 1929, a Diocese de São José do Rio Preto celebrará seus 96 anos nessa sexta-feira, 24 de janeiro, a partir das 19h30, na Catedral. O bispo, Dom Antonio Emidio Vilar, sdb, presidirá a Eucaristia. As comemorações foram antecipadas para facilitar a participação dos diocesanos distribuídos em 26 municípios do Noroeste Paulista. Durante o encontro, será aberto o Ano Pastoral 2025 (inaugurando, assim, o período de atividades realizadas pela Igreja em toda a Região). Também serão distribuídos documentos, apresentados os seminaristas e apresentadas as prioridades: a revitalização da Catedral (processo já iniciado e que seguirá até 2029; ano do Centenário da Diocese) e a criação de Área Missionária.
Área Missionária
Na Região Norte do Município, seis Capelas serão agrupadas de modo a constituir a Área Missionária Santa Maria Madalena. Bastante vasto, o território apresenta desafios (como, por exemplo, a falta de asfalto em muitas ruas). Três seminaristas, que se preparam para a Ordenação Diaconal, atuarão junto aos fiéis dispostos naquela área.
Organização
Ainda durante a Missa, será entregue o Diretório de Pastoral. Editado pela primeira vez, o documento coloca os organismos diocesanos à serviço da Evangelização do Povo de Deus. Lideranças são destacadas e a dinâmica é organizada a partir das necessidades presentes.
História Diocesana
A ocupação da região de São José do Rio Preto começou no século XIX, com a vinda de famílias até então residentes em Minas Gerais em busca de terras férteis para a agricultura. Chegaram por volta de 1840. A 19 de março de 1852, Luís Antônio da Silveira e sua mulher, Tereza Francisca de Jesus, doam terras para o patrimônio de São José, onde haveria de ser construída uma pequena igrejinha, de pau-a-pique e coberta de sapé. Nessa época, o bairro de Rio Preto pertencia ao município de São Bento de Araraquara.
Em torno dessa edificação, ergueram-se modestas casas de pau-a-pique dando origem ao povoado. A Capela dedicada ao padroeiro São José foi consagrada em 1854 pelo Padre José Maria de Oliveira, da cidade de Araraquara. Em 1857, a igrejinha construída pelos primeiros habitantes da cidade é oficialmente instituída como Capela. Dom Lino Deodato Rodrigues de Carvalho, Bispo de São Paulo, determina a criação da Paróquia de São José, concedendo-lhe provisão no dia 15 de janeiro de 1882. Em 1º de janeiro de 1884, o vilarejo ganha um pároco: é o Padre José Bento da Costa, que exerceu o cargo até fevereiro de 1896. A ele se deve o traçado da primeira planta da futura cidade, encomendada ao engenheiro italiano Ugolino Ugolini por volta de 1894.
Em 1912, ocorreu a demolição da capelinha e, no dia 26 de maio desse mesmo ano, foi lançada a pedra fundamental da nova igreja Matriz. Em 04 de setembro de 1914, o bispo diocesano de São Carlos (da qual São José do Rio Preto fazia parte), Dom José Marcondes Homem de Mello, deu a bênção solene na nova igreja, que haveria de ser concluída somente em 1930.
Em 1925, a comunidade católica local é comunicada de que logo começaria o processo para a futura divisão da Diocese de São Carlos em outras duas: Rio Preto e Jaboticabal. A partir daí, o povo rio-pretense se mobilizou, criando uma comissão incumbida da organização do patrimônio do novo Bispado e de levantar fundos para a construção da Catedral, do Palácio Episcopal e do Seminário. Mas a criação do Bispado só ocorreu mesmo no dia 25 de janeiro de 1929, por meio da Bula Sollicitudo Omnium Ecclesiarum (“O Cuidado de Todas as Igrejas”), do Papa Pio XI. Nesse momento inicial, a Diocese era composta por 15 paróquias, mencionadas no documento de criação: “Rio Preto, Ibirá, Santa Adélia, Tabapuã, Mirassol, Nova Granada, Monte Aprazível, Tanabi, Ariranha, Catanduva, Potirendaba, Ignácio Uchôa, Cedral, José Bonifácio e Fernando Prestes”. Entretanto, faltava o bispo.
Aos 8 de agosto de 1930, o Papa Pio XI nomeia Dom Lafayette Libânio como Bispo da Diocese de Rio Preto. Ele toma posse em 22 de janeiro de 1931 e governa a diocese até 1966. Dom Lafayette chegou a Rio Preto por meio da Estrada de Ferro Araraquarense.
Padroeiro Diocesano
Atendendo ao desejo do povo e o pedido de Dom Lafayette, o Papa Pio XII houve por bem declarar o Imaculado Coração da Bem-Aventurada Virgem Maria como principal padroeiro da Diocese de Rio Preto, por Breve de 17 de agosto de 1954. A leitura do documento e a consagração ao Imaculado Coração foram realizadas na Catedral de São José no dia 8 de dezembro de 1954, por ocasião do encerramento do Ano Santo Mariano.
Mudança de nome e um co-padroeiro
Ao ser criada, toda Diocese leva, normalmente, o nome da cidade-sede. Em 1929, como a cidade principal da nova Igreja Particular tinha o nome de Rio Preto, assim também ficou a sua denominação.
Durante quase 40 anos, de 1906 a 1944, a cidade teve o nome reduzido, por ser “muito extenso”, para Rio Preto, subtraindo-lhe o nome do padroeiro, São José. A mudança de nome, com respaldo da lei estadual nº 1021, de 6 de novembro de 1906, aconteceu no período em que ela foi elevada à categoria de comarca, em 1904. O decreto foi criado para substituir os nomes de localidades que tivessem um ou mais homônimos no território nacional. A denominação inicial de São José do Rio Preto surgiu quando foi criado o arraial, em 1852, que é o resultado da união do santo padroeiro e do Rio Preto, de águas escuras, que passa pela cidade.
O terceiro bispo diocesano, Dom Orani João Tempesta, O.Cist. (hoje cardeal arcebispo de São Sebastião do Rio de Janeiro), entendeu que a Diocese deveria ser denominada São José do Rio Preto, conforme o nome civil de origem (e, também, em respeito à devoção do povo rio-pretense por São José). Em 1º de setembro de 2002, Dom Orani enviou um pedido ao Papa, hoje São João Paulo II, por meio da Nunciatura Apostólica no Brasil, solicitando a alteração da denominação e a concessão do título de São José como co-padroeiro diocesano. O pedido foi atendido, tendo a mudança sido realizada no dia 19 de março de 2003, na Catedral, durante a celebração pontifical em louvor a São José.
Em seus quase 100 anos de história, do desmembramento de seu território surgiram as dioceses de Jales (12 de dezembro de 1959), Catanduva (09 de fevereiro de 2000) e de Votuporanga (20 de julho de 2016), sufragâneas da Arquidiocese de Ribeirão Preto.
Texto
André Botelho
Pascom / Assessoria de Imprensa
Diocese de São José do Rio Preto