Sínodo dos Bispos: Equipe abre a mente e o coração para ouvir o Povo de Deus

O Sínodo dos Bispos prevê a vivência de diversas etapas até a grande assembleia a ser realizada, no Vaticano, em 2023. Um dos passos dessa caminhada é o “tempo da escuta”; que acontece agora, junto ao Povo de Deus, em todas as Dioceses do mundo.

Na manhã de sábado, 29 de janeiro, um grupo bastante heterogêneo, formado por lideranças de diversas realidades, se reuniu no Centro de Estudos Sagrado Coração de Jesus, em São José do Rio Preto. As dinâmicas, desde o encontro para o café, conduziram os presentes a uma prática fundamental para esse momento: o ouvir! Além das apresentações pessoais, os voluntários cantaram, meditaram a Palavra (a partir da proclamação do episódio em que Pedro vai à casa de um centurião romano – At 10) e abriram o coração em partilhas apoiadas nas experiências de vida e de Comunidade.

“Todos à escuta do Espírito Santo”

O padre Edvaldo Calazans, que caminha com a Comissão Diocesana do Sínodo, tomou do Documento Preparatório a explicação para o texto bíblico partilhado: “o episódio narra, antes de mais nada, a conversão de Cornélio, que chega a receber uma espécie de anunciação. Cornélio é pagão, presumidamente romano, centurião (oficial de baixa patente) do exército de ocupação, que exerce uma profissão baseada na violência e no abuso. No entanto, dedica-se à oração e à esmola, ou seja, cultiva a relação com Deus e cuida do próximo”, sublinhou o Vigário Geral da Diocese.

Metodologia

Vem do Vademecum para o Sínodo sobre a Sinodalidade uma questão fundamental: que passos é que o Espírito nos convida a dar para crescermos no nosso “caminhar juntos”? Essa indagação se associa a outra (não menos importante): que caminhos se abrem para a nossa Igreja Particular (Diocese)? À luz dessas “provocações”, o grupo diocesano de animação do Sínodo refletiu. “Escutar é o primeiro passo, mas precisa de uma mente e de um coração abertos, sem preconceitos”, indicou o documento.

Um traço comum às partilhas, talvez como reflexo da pandemia, foi o isolamento. “Cada um acaba caminhando por si. Quantas pessoas estão à espera de um convite? Falta formação para a participação nos Ministérios”, disse um dos presentes. “O acolhimento acaba fragilizado”, disse outro. “Caminhar junto não é fácil, mas é preciso estar aberto ao Espírito”, completou um dos voluntários. A mudança de mentalidade também foi apontada como necessária. “A cidade da gente é lugar de missão. É difícil caminhar juntos, mas é urgente caminhar com outros irmãos”.

Programação

Falta gente pra ir ao povo, descobrir porque o povo se cala. Pastores e animadores pra incentivar o teu povo a falar. Falta luz porque na?o se acende. Na?o se acende porque faltam sonhos e falta esse jeito novo de levar luz e falar de Jesus”. A “Oração pela messe”, do Padre Zezinho, sintetizou algo que se pretende superar: a falta de “operários” para fazer o Sínodo alcançar todos aqueles que querem ser ouvidos.

Nesse contexto, e também para superar a ideia de simples elaboração de um relatório, os voluntários das Comissões Paroquias do Sínodo viverão, em fevereiro, encontros alicerçados na espiritualidade. Já no mês seguinte, as reuniões acontecerão nas Regiões Pastorais para que, em maio e junho, a fase da escuta se efetive na prática. “Esse é um processo espiritual que não é, apenas, escrever mais um documento”, disse o padre Calazans.

De fato, o Sínodo dos Bispos não é “algo que está vindo pronto”, mas uma proposta de “escuta e acolhimento” que exige “ouvido qualificado”. “O Espírito age dentro da capacidade de cada um. Começando de muitos; daqui até o Papa. É, de fato, caminhar juntos”, concluiu a irmã Rosangela Fontoura que também faz parte da Equipe Diocesana do Sínodo.

 
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TEXTO | FOTOS

André Botelho
Jornalista / Secretariado
Diocesano de Pastoral