Fazer-se empobrecida com os empobrecidos é um dos compromissos mais proféticos da Igreja. Pelo Batismo, os fiéis, de fato, são chamados ao exercício dessa profecia: denunciando a exclusão e anunciando a libertação que tem Cristo como fundamento.
Nesse contexto, e apoiada no Pilar da Caridade (valorizado pelas Diretrizes Gerais da Ação Evangelizadora da CNBB), a Diocese de São José do Rio Preto realizou na sexta-feira, 4 de novembro, encontro com as lideranças das Pastorais Sociais e de Organizações da Sociedade Civil. “Identidade e Missão da Pastoral Sociotransformadora” foi o tema da exposição do bispo de Jales, Dom Reginaldo Andrietta; que é, também, o referencial do segmento para o sub-regional Ribeirão Preto 2 e articulador de outras iniciativas em todo o país.
O coordenador diocesano de pastoral, padre Luiz Caputo, e o assessor da área social, padre Fábio Dungue, acolheram os presentes. O bispo de São José do Rio Preto, Dom Antonio Emidio Vilar, sdb, exaltou a iniciativa a partir de mensagem em vídeo (considerando sua presença em outra Comunidade para administrar o sacramento da Crisma). Ricardo Sanches, que é o coordenador do núcleo de ação social da Diocese, também acompanhou os trabalhos.
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Cerca de 130 pessoas acompanharam a exposição de Dom Reginaldo. Duas perguntas nortearam a etapa inicial da formação: o que são pastorais sociais? E como são feitas as ações sociotransformadoras?
A partir desses questionamentos, Dom Reginaldo mostrou que Cristo é a “origem” de toda a ação social; sendo as Pastorais e seus agentes a própria caridade de Jesus. Tendo o Salvador como “impulso”, toda iniciativa inspira-se no Evangelho. “A Palavra e a Eucaristia iluminam o nosso caminho e sustentam a nossa caminhada”, completou Dom Reginaldo.
A contextualização da figura do pastor e o exercício de seu “mandato” via pastoreio (Pastoral) foram importantes para o entendimento geral do grupo. Os documentos da Igreja, destacados por Dom Reginaldo, também foram salutares para o pleno aproveitamento da formação. “A ação pastoral se articula enquanto resposta a perguntas postas pela realidade”, sublinhou o bispo de Jales.
Assim sendo, uma Pastoral Sociotransformadora tem suas bases fincadas na transformação da realidade que desafia os fiéis e a totalidade da sociedade. Outro compromisso importante é com a “emancipação” das parcelas vulneráveis; conduzindo os “assistidos” a uma condição de protagonismo nas ações que resultarão na superação da pobreza, exclusão e violência. “Nossa missão não é só de comunicar o Evangelho, mas de testemunhar o Evangelho”, disse Dom Reginaldo ao mostrar como é urgente passar da teoria à prática. “Nós somos pessoas de fé que agem”, completou o religioso.
À luz do método “ver, julgar e agir”, a Diocese de São José do Rio Preto, que em 2022 realizou o Censo dos Trabalhos Sociais, pretende articular as Pastorais em trabalho que ofereça, em um primeiro momento, a formação das lideranças e, em paralelo, condições para a ampliação das iniciativas. “É preciso enfrentar e denunciar todas as formas de injustiça que constituem o pecado social”, sinalizou o bispo. “A Pastoral precisa se engajar, cada vez mais, na formulação de políticas públicas”, concluiu Dom Reginaldo.
TEXTO | FOTOS
André Botelho
Jornalista / Assessoria de Imprensa
Diocese de São José do Rio Preto
Colaboração
Pe. Diego Lopes