A Campanha da Fraternidade trouxe, neste ano de 2018, a temática da superação da violência na perspectiva de que em Cristo somos todos irmãos (cf. Mt 23,8). Atendendo a este apelo da Igreja no Brasil, a Diocese de São José do Rio Preto realizou, no dia 09/05, na Catedral de São José, o 1º Simpósio de Segurança Pública – Fraternidade e Violência.
O Simpósio teve a coordenação acadêmica do Dr. Marcelo Castilho, embaixador da UPF/ONU, e contou com a presença do Prefeito Municipal de São José do Rio Preto Edinho Araújo, da advogada criminalista Dra. Roselle Soglio, do delegado de polícia aposentado Dr. Roosevelt Bormann, do professor de Direito Constitucional e Eleitoral Dr. Paulo da Costa, além do bispo diocesano de São José do Rio Preto Dom Tomé Ferreira da Silva.
O encontro reuniu cerca de 300 pessoas da comunidade católica entre sacerdotes, religiosas e leigos, além de representantes do legislativo municipal e de autoridades da área de segurança pública estadual e municipal, e foi transmitido ao vivo pela Rádio Interativa FM e pelo Facebook nas páginas da Missão Metanoia e da Catedral.
Em sua intervenção, o Prefeito de São José do Rio Preto Edinho Araújo abordou a questão da atuação indireta do município na segurança pública e destacou a importância da utilização da tecnologia como instrumento no combate à violência, ressaltando, de maneira enfática, que a educação é o caminho para a superação definitiva da violência.
Em seguida, Dra. Roselle Soglio abordou que a raiz da violência se encontra nos núcleos familiares, porque dali decorrem as outras formas violência, assim sendo é preciso que a educação familiar seja baseada no amor, mas também na imposição de limites. Já o Dr. Roosevelt Bormann destacou que o Estado deve ser o primeiro a resguardar os direitos humanos e apontou a política de encarceramento em massa como um problema crônico do agravamento da violência.
O embaixador Dr. Marcelo Castilho enfatizou que o primeiro e maior direito humano é o direito à vida, desde a sua concepção, sendo que a dignidade da pessoa humana é item pétreo da Constituição Federal, não podendo, portanto, a luta pela garantia dos direitos humanos ser associada à defesa de delinquentes.
Dr. Paulo da Costa, que é membro da Comissão de Bioética da Arquidiocese de Brasília, relatou seus trabalhos em organismos de defesa da vida e da dignidade da pessoa humana, como as ONG’s Movimento Pró-Vida, Brasil sem Medo e Brasil sem Azar, além de sua atuação na assessoria legislativa da Frente Parlamentar Católica na Câmara dos Deputados em Brasília.
Por fim, em sua fala, Dom Tomé destacou cinco pontos cujo debate julga ser necessário para o enfrentamento da violência: a necessidade de desarmamento da população e, por outro lado, melhor armamento e estruturação das polícias; a questão das múltiplas formas de violência contra os idosos; a urgência de implantação do ensino religioso nas escolas; a necessidade da presença física do Estado nas regiões mais vulneráveis da cidade, de modo que o poder estatal não seja substituído por poderes paralelos, como ocorre em diversos locais no país; e, por último, o fato de que a origem de toda violência é o pecado; diante disso, a superação da violência só se dará integralmente com um profundo caminho de conversão pessoal.
A superação da violência é um grande desafio não somente social e político, mas também pastoral. Dessa forma, o 1º Simpósio de Segurança Pública propiciou um ambiente fecundo de formação cidadã e humana das lideranças comunitárias e de toda a comunidade católica.
João Adriano Alves
Coordenador Diocesano da Campanha da Fraternidade